Madero, C6 e IMC estão entre empresas que já demitiram por conta do coronavírus
abril 4, 2020SÃO PAULO – A fintech C6 Bank confirmou nesta sexta-feira (3) que demitiu 60 pessoas do seu quadro de mais de mil funcionários “por conta da parada na economia”. De acordo com a instituição, foram desligados empregados de áreas como marketing e comercial, mas 11 novas pessoas começam a trabalhar em áreas como tecnologia e operações.
Foi o anúncio mais recente entre as demissões já somadas no Brasil devido à pandemia do novo coronavírus. Dois dias antes, o Madero desligou mais de 600 funcionários da equipe de expansão da rede de restaurantes – a previsão era abrir mais 65 unidades neste ano. Junior Durski, fundador da rede, foi um dos empresários criticados por dizer nas redes sociais que as mortes provocadas pela pandemia seriam inferiores aos efeitos da crise econômica. À Folha, ele disse que o dia das demissões foi o mais triste de sua vida.
Antes ainda, na semana passada a International Meal Company (IMC), que controla as operações brasileiras de marcas como KFC, Pizza Hut e Frango Assado, demitiu 30% de seus funcionários no país. O movimento foi classificado como uma “alternativa de redução de despesas e preservação de caixa” em documento enviado à CVM. O plano de saúde será mantido por três meses e a rede disse que irá priorizar a contratação de funcionários antigos “assim que a situação estiver mais normalizada”.
Na cidade de Santa Quitéria, no Ceará, mais de mil funcionários da fábrica de calçados Democrata foram demitidos na quinta-feira (2) pelo mesmo motivo. Isso corresponde a cerca de 90% do quadro da unidade, mas as portas não foram fechadas. A filial localizada em Camocim pode ter destino semelhante. Outra fábrica de calçados, chamada Luz da Lua, demitiu 92 pessoas em Presidente Lucena (RS).
Em 31 de março, começou a circular um vídeo nas redes sociais mostrando um homem que representa uma operadora de turismo filiada à CVC, a AR Turismo, que teve as portas fechadas. O número de dispensados não foi divulgado.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que a pandemia pode resultar em até 25 milhões de desempregados em todo o mundo, com perda de renda da ordem de US$ 3,4 trilhões. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) estima taxa de desemprego de 13% no Brasil até o final do ano.