M&A volta à mesa da M. Dias Branco (MDIA3) em 2024
fevereiro 26, 2024Pouco mais de um ano após sua última aquisição, a M. Dias Branco (MDIA3) está de volta ao mercado de M&A. Diferentemente de suas últimas compras, a empresa centra foco agora em oportunidades em regiões onde quer crescer também organicamente: Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Com sede em Fortaleza, a M. Dias Branco tem forte presença em todo Nordeste e não esconde o desejo de aumentar sua participação nas demais regiões do país. Até agora, a companhia tem usado suas marcas de maior valor agregado, Adria e Piraquê, além da Vitarella, na faixa intermediária de preços.
Outra diferença: a companhia não pretende se aventurar em categorias que ainda não domina. Em junho de 2020, a M. Dias acertou a compra da Nutrition, dona da marca de alimentos saudáveis Jasmine. Um ano antes, havia estreado na categoria com a aquisição da Latinex.
“Não é o momento de aquisições em novas categorias, nem no exterior”, disse Gustavo Theodozio, vice-presidente de investimentos e controladoria da companhia, durante conferência com investidores. Em outubro de 2022, a M. Dias Branco anunciou sua primeira aquisição internacional, que foi a uruguaia Las Acacias.
Segundo o executivo, a companhia encaminhou bem o dever de casa no processo de incorporação das duas empresas no ano passado. Com o apetite para compras reaparecendo, Theodozio lembrou que as oportunidades precisam fazer sentido, com valores e múltiplos aceitáveis. “Sem loucuras”, afirmou o executivo.
Espaço para crescer existe. Na sexta-feira, a companhia reportou o melhor resultado de sua história, com o lucro líquido crescendo quatro vezes no último trimestre do ano. Os números vieram acima da expectativa do mercado.
Além disso, a relação entre dívida líquida e Ebitda da companhia ficou negativo em 0,1 vez no ao fim do quarto trimestre de 2023. No mesmo período do ano anterior, essa relação era de 1,8 vez.
Apesar dos ventos favoráveis, a M. Dias Branco ainda trabalha para entregar uma margem Ebitda mais próxima de suas médias históricas, ao redor de 16%. A pandemia, em 2020, seguida pela guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada em 2022, derrubou a margem da companhia para 8,9%.
No ano passado, a margem acumulada voltou a ficar acima de dois dígitos e fechou em 13,2%. “Não vamos sossegar até chegar entre 15% e 20% ao ano”, disse Theodozio, ao lembrar que no quarto trimestre a margem já ficou em 16%.
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