Lula x Bolsonaro: qual deve ser a posição dos outros candidatos em um possível segundo turno na eleição presidencial?
setembro 13, 2022A 19 dias das eleições e com as pesquisas de intenção de voto indicando alta probabilidade de uma disputa em segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), analistas políticos já especulam como os demais candidatos ao Palácio do Planalto se posicionariam neste cenário.
Este foi um dos pontos abordados pela 39ª edição do Barômetro do Poder, iniciativa do InfoMoney que compila mensalmente as avaliações e expectativas de consultorias de análise de risco político e especialistas independentes sobre alguns dos assuntos em destaque na política nacional.
O Barômetro não é uma pesquisa de caráter eleitoral e não tem como objetivo projetar cenários de intenções de voto. O projeto busca consultar algumas das vozes mais ouvidas pelos agentes econômicos no campo da política em sua tomada de decisões, de modo a reunir as principais leituras sobre o ambiente institucional no país e as tendências para temas de relevância nacional.
O levantamento, realizado entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, mostra que, dos quatro candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, os especialistas acreditam que apenas a senadora Simone Tebet (MDB) possa escolher lado em um possível segundo turno entre Lula e Bolsonaro.
Dos 15 analistas consultados, todos esperam que a parlamentar decida apoiar Lula em eventual disputa com o atual presidente. Já no caso de Ciro Gomes (PDT), 64% apostam na neutralidade e 36% em um endosso à candidatura petista.
Clique aqui para ter acesso à íntegra do levantamento.
Nos últimos dias, figuras próximas a Lula têm se queixado dos ataques de Ciro Gomes durante a campanha, com vídeos contra o petista que viralizam e são utilizados por bolsonaristas nas redes sociais. O distanciamento entre os candidatos reforça a percepção de que uma composição no segundo turno pode ser mais difícil até do que em 2018, quando o pedetista foi a Paris e não fez campanha por Fernando Haddad (PT) naquela disputa presidencial.
“Infelizmente, Ciro Gomes está rasgando sua biografia. Está, nitidamente, fazendo alianças com o fascismo brasileiro”, tuitou o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), coordenador de comunicação da campanha de Lula, uma semana atrás.
Segundo pesquisa Genial/Quaest (BR-00807/2022), divulgada em 7 de setembro, 56% dos eleitores que declaram voto em Ciro Gomes em cenário estimulado de primeiro turno (7%) decidem apoiar Lula em eventual segundo turno contra Bolsonaro.
Uma semana atrás, o grupo somava 48% dos eleitores do pedetista. Já os ciristas que declaram apoio ao atual presidente foram de 20% para 17% no mesmo período.
Entre os eleitores de Simone Tebet (4%), Lula conta com apoio de 41%, e Bolsonaro de 22% em eventual segundo turno. Considerando eleitores de outros candidatos (2%), o petista seria a opção de 22%, enquanto o atual presidente é o escolhido por 41%.
O Barômetro do Poder também mostra que, em relação ao candidato Felipe D’Avila (Novo), as expectativas dos analistas políticos consultados se invertem: 79% pela neutralidade e 21% em um possível apoio a Bolsonaro. Já para a senadora Soraya Thronicke (União Brasil), foram 71% de respostas pela neutralidade, e 14% para cada um dos lados.
Entre os demais candidatos, os especialistas acreditam que Leonardo Péricles (UP), Vera Lúcia (PSTU) e Sofia Manzano (PCB) apoiariam Lula, com 93%, 86% e 79% das menções, respectivamente.
Já Bolsonaro levaria o apoio de Roberto Jefferson (PTB), com 93% das indicações. O ex-deputado teve seu pedido de registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e foi substituído por Padre Kelmon (PTB) neste primeiro turno.
“Restando poucas semanas para a eleição, não há nenhuma expectativa de que a disputa saia do eixo Lula-Bolsonaro”, observou um dos analistas políticos consultados pelo levantamento.
Esta edição levantamento ouviu 11 consultorias políticas: BMJ Consultores Associados, Control Risks; Dharma Political Risk & Strategy; Empower Consultoria; Eurasia Group; Medley Global Advisors; Patri Políticas Públicas; Ponteio Política; Prospectiva Consultoria; Pulso Público e; Tendências Consultoria Integrada. E 4 analistas independentes: Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); João Villaverde (FGV-SP) e Thomas Traumann.
Conforme acordado previamente com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo preservado o anonimato das respostas e dos comentários.
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