Lucro recorde da Unidas e balanço da Petz, Guararapes mais perto do Novo Mercado, Cielo opina sobre fusão Linx-Stone e mais
outubro 27, 2020
A temporada de resultados ganha força nesta sessão. Além do resultado do Santander Brasil (SANB11), que registrou lucro gerencial de R$ 3,9 bilhões, surpreendendo o mercado, outras companhias divulgaram os seus números, como a locadora de carros Unidas (LCAM3) e a Petz (PETZ3). Já o Conselho da Guararapes (GUAR3) aprovou o início do processo para migrar para o Novo Mercado, maior nível de governança da B3.
Já no radar de recomendações, o Bradesco BBI elevou a avaliação da Transmissão Paulista (TRPL4) para outperform.
Depois da crise da Covid-19, a Unidas conseguiu dar a volta por cima e no terceiro trimestre registrou recordes no faturamento e no lucro líquido, sustentado pela expansão de receita em todos os segmentos de atuação da empresa.
O lucro líquido da Unidas no período foi de R$ 124,2 milhões, crescimento de 44,4% na comparação com igual trimestre de 2019, figurando como o maior valor já registrado pela empresa na sua história.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente consolidado da empresa no trimestre foi de R$ 368,8 milhões, crescimento de 12,6% na comparação anual, também recorde para o indicador.
A alta veio pelas fortes expansões dos Ebitdas de Seminovos e de Terceirização de Frotas, além da recuperação apresentada em Aluguel de Carros em relação ao trimestre imediatamente anterior. A margem Ebitda subiu para 63,6%, contra 59,8% um ano antes.
Já a receita da empresa no trimestre foi de R$ 1,756 bilhão, crescimento de 39,6% em 12 meses. No segmento de locação, a receita saltou 6%, para R$ 580 milhões. Já na receita líquida de seminovos, grande destaque, a alta foi de 65,5%, para R$ 1,176 bilhão.
Primeira varejista a divulgar os números do terceiro trimestre este ano, a Petz, que é também uma das estreantes da Bolsa, registrou lucro líquido de R$ 17,061 milhões. O número não considera o IFRS 16, deixando de lado os efeitos de um crédito fiscal no terceiro trimestre de 2019. Assim, a alta é de 47,5% ante aquele trimestre. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, por sua vez, ficou em R$ 46,843 milhões, alta de 34,5% na mesma base de comparação.
A conta da empresa para ajustar o Ebitda deixa de lado créditos fiscais referentes à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS em 2019, doação relacionada à pandemia, além de “despesas não caixa de baixa de imobilizado e plano de opção de compra de ações”, nas palavras da companhia.
A receita bruta total registrada no trimestre chegou a R$ 450,2 milhões, com crescimento de 51% em relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas nos canais digitais, que somaram R$ 114,8 milhões, tiveram alta de 392,9%. As receitas digitais passaram a representar 25,5% do total de vendas, ante 7,8% de participação registradas no mesmo trimestre do ano anterior.
“A surpresa positiva é que vimos o físico voltar, mas o digital manteve os números excelentes do segundo trimestre. Essa combinação resultou em um crescimento acima de 50% nas vendas totais e de 32% nas vendas de mesmas lojas”, disse o CEO, Sergio Zimerman. Em relação ao número de lojas, a varejista informou que fechou o terceiro trimestre deste ano com 120, ante 95 em igual época do ano passado.
Apesar das altas descritas no balanço, o presidente da companhia avalia que a pandemia ainda tem efeitos negativos sobre os números. “Lojas em shoppings tiveram reabertura com queda significativa de vendas no terceiro trimestre. Ainda há queda, mas menor do que no início do terceiro trimestre”, diz. “Outro efeito que permanece é o impacto no banho e tosa. Permanecemos com todos os centros de estética fechados no segundo trimestre. Isso foi retomando em meados do terceiro trimestre e ainda está longe da normalidade. Ainda temos queda expressiva”, pontua.
O Santander Brasil divulgou nesta terça-feira lucro líquido acima do esperado para o terceiro trimestre, com ganhos em operações no mercado elevando a margem financeira, apesar da crise desencadeada pelo coronavírus.
O lucro líquido gerencial alcançou R$ 3,9 bilhões nos três meses encerrados no final de setembro, alta de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, de 82,7% na comparação com o segundo trimestre e 47% superior a estimativas do mercado compiladas pela Refinitiv.
Já o lucro líquido societário foi de R$ 3,81 bilhões no terceiro trimestre de 2020. Em comparação ao segundo trimestre deste ano, o número teve uma alta de 88,2%. Já na base anual, a alta foi de 5,6%.
No acumulado dos primeiros nove meses do ano, contudo, o lucro do banco atingiu R$ 9,61 bilhões, queda de 7,9% na comparação anualizada.
As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) foram de R$ 2,916 bilhões, queda de 12,5% ante o trimestre anterior e alta de 3,4% em relação ao terceiro trimestre de 2019.
A carteira de crédito teve expansão de 3,8% na mesma base de comparação, para R$ 397,38 bilhões, enquanto o retorno (ROE) subiu para 21,2% no terceiro trimestre, de 12% nos três meses anteriores. A previsão média compilada pela Refinitiv era de 15,45%.
Na avaliação do Morgan Stanley, os resultados foram sólidos, e indicam redução das perdas com empréstimos. O banco destacou, no entanto, que a taxa de reserva como provisão para devedores provisórios é de 6,3%, enquanto concorrentes têm taxa de 8%.
De qualquer forma, o Morgan Stanley avaliou que “o mercado deve ficar satisfeito com os resultados, e as ações devem reagir positivamente hoje”. O banco reforçou a avaliação overweight (expectativa de desempenho acima da média do mercado) para o Santander.
Cielo (CIEL3) e Linx (LINX3)
Na noite de segunda-feira, a Cielo encaminhou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) suas considerações sobre o que poderia ocorrer em caso de união entre Linx (LINX3) e Stone. A Linx também é disputada pela Totvs (TOTS3).
A Cielo afirma que a Stone é relevante em meios de pagamento, enquanto Linx é líder do segmento de software para gestão de operações de varejo. A Cielo diz que a união causaria aumento de barreiras à entrada no segmento de software e possível “venda cruzada” entre as soluções.
Assim, a Cielo afirma que a integração daria à Stone “elevado poder de mercado”, e condições para exercício abusivo desse poder. A Cielo pede que seja reconhecida como parte interessada na aquisição, e pede a impugnação da operação. Em caso de aprovação, pede “que sejam impostos remédios suficientes, capazes de eliminar todas as preocupações concorrenciais”.
Vale destacar que Cielo, Adyen do Brasil e Safrapay foram habilitadas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) como “terceiras interessadas” no processo de análise da união entre Linx e Stone. O regulamento do Cade prevê o pedido de intervenção de terceiros cujos interesses possam ser afetados pela operação analisada pelo conselho.
Cteep (TRPL4)
O Bradesco BBI elevou a avaliação da Cteep (TRPL4) para outperform (perspectiva de alta acima da média do mercado), com preço-alvo a R$ 32.
Eletrobras (ELET6)
A Eletrobras (ELET6) assinou termo de adesão a um acordo de leniência firmado entre União e a empreiteira Camargo Correia. Assim, a empresa terá ressarcimento de cerca de R$ 117 milhões.
Petrobras (PETR4)
A Petrobras (PETR4) afirmou na segunda-feira que a refinaria Refap realizará manutenção por 52 dias.
Guararapes (GUAR3)
A Guararapes aprovou o início do processo para migrar para o Novo Mercado, maior nível de governança da B3.
BHP (B1BL34)
A BHP (B1BL34) rejeitou a acusação, por parte do Ministério Público Federal, de que estaria realizando um conluio com advogados para restringir os desembolsos feitos a vítimas do desastre de Mariana, de 2015, com desabamento de barragem de minérios da Samarco, joint venture da empresa com a Vale.
(Com Agência Estado, Bloomberg e Reuters)
Treinamento gratuito: analista Charlles Nader explica como um trader ganha dinheiro, controla perdas, equilibra o emocional e multiplica capital