Lucro da MRV cai 45%, prejuízo da Marisa dispara e Hering lucra 89% menos; JBS e mais destaques no radar

Lucro da MRV cai 45%, prejuízo da Marisa dispara e Hering lucra 89% menos; JBS e mais destaques no radar

maio 29, 2020 Off Por JJ

SÃO PAULO – O varejo segue sendo um dos setores mais afetados pelas medidas restritivas geradas pelo coronavírus e isso tem se refletido de forma mais intensa na divulgação dos resultados do primeiro trimestre.

A Lojas Marisa registrou no primeiro trimestre do ano um prejuízo líquido de R$ 107,1 milhões, antes R$ 32,4 milhões nos primeiros três meses de 2019. A Cia. Hering viu seu lucro cair 89,2%, para R$ 5 milhões no primeiro trimestre.

Já a fabricante de móveis Unicasa, dona das marcas Dell Anno e Favorita, teve prejuízo de R$ 108 milhões. O resultado também foi negativo para a Cosan Logística, com prejuízo de R$ 80 milhões. O lucro líquido consolidado da MRV Engenharia teve baixa de 45%, para R$ 104,4 milhões. Confira os destaques:

A Justiça do Trabalho em Concórdia determinou em decisão liminar que a JBS adote distanciamento
mínimo de 1,5 metro entre os trabalhadores nos postos de trabalho de sua planta em Ipumirim, Santa Catarina, segundo comunicado enviado pelo Ministério Público do Trabalho.

A empresa também deverá afastar todos os trabalhadores diagnosticados ou com suspeita de contaminação por Covid-19, ainda que assintomáticos, sem prejuízo da remuneração, até a
realização de exame específico, segundo a decisão. A medida é válida para os trabalhadores sintomáticos de síndrome gripal e aos que tenham tido contato direto com um trabalhador diagnosticado ou com suspeita de contaminação.

A JBS disse em nota que não vai comentar processos judiciais em andamento e reiterou que confia na segurança dos protocolos adotados para proteger seus colaboradores. A unidade de Ipumirim foi fechada no dia 18 de maio por após uma auditoria de fiscais do trabalho e deve continuar paralisada
até que a empresa adote todas as medidas requisitadas pelos auditores para diminuir o risco de contaminação por Covid-19 entre os trabalhadores.

A Eletrobras reportou lucro líquido de R$ 306,83 milhões no primeiro trimestre de 2020, o que representa queda de 77,23% na comparação com o lucro líquido de R$ 1,347 bilhão de igual período do ano anterior.

A estatal também reportou lucro líquido atribuído aos sócios da empresa controladora de R$ 300,15 milhões, montante 78,53% menor na comparação com o lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 1,397 bilhão em igual período do ano anterior.

Conforme a empresa, o desempenho trimestral foi afetado por dois efeitos econômicos negativos, sem efeito financeiro: a variação cambial e a remensuração do valor justo das receitas da Rede Básica Sistema Existente (RBSE), ativos existentes até maio de 2000 e que não haviam sido amortizados até 2013, No primeiro caso, a desvalorização do real frente ao dólar levou a um registro de variação cambial negativa em R$ 665 milhões. Já a remensuração da RBSE levou a um R$ 411 milhões nessa linha.

No consolidado, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 1,509 bilhão, mais de quatro vezes os R$ 336 milhões negativos reportados um ano antes.

A Eletrobras também reportou lucro recorrente de R$ 981 milhões no primeiro trimestre, inferior ao R$ 1,64 bilhão anotado de janeiro a março de 2019. Segundo a companhia, desconsiderando-se esses dois efeitos, o lucro recorrente seria R$ 282 milhões superior ao que foi reportado um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) da Eletrobras somou R$ 2,803 bilhões, queda de 5% frente o reportado no mesmo período do ano passado, com margem Ebitda de 40%, com baixa de 6 pontos porcentuais.

O Ebitda recorrente, que não considera fatores como os custos extraordinários com planos de aposentadoria extraordinária (PAE) e Demissão consensual (PDC), provisões para contingência e perdas em investimentos, contratos onerosos e impairment, entre outros, somou R$ 3,227 bilhões alta de 3,8% na comparação anual. Neste caso, a margem Ebitda alcançou 46%, 2,3 p.p. abaixo do verificado no primeiro trimestre de 2019.

A receita operacional líquida da companhia somou R$ 6,95 bilhões entre janeiro e março deste ano, alta de 7,6% ante a cifra de R$ 6,465 bilhões na mesma base de comparação. A expansão foi influenciada pelo aumento nas vendas no mercado livre e por reajustes contratuais.

O lucro líquido consolidado da MRV Engenharia teve baixa de 45%, para R$ 104,4 milhões. A receita líquida da maior incorporadora do país ficou em linha com o mesmo período do ano passado, em R$ 1,51 bilhão.

Burger King (BKBR3)

A empresa de alimentos Burger King Brasil registrou um prejuízo líquido de R$ 55,6 milhões no primeiro trimestre, ante lucro de R$ 3,1 milhões na comparação com igual período de 2019.

A receita operacional líquida caiu 2,4%, para R$ 649,1 milhões. Já o Ebitda ajustado ficou em R$ 13,9 milhões, recuo de 83,9% na mesma base de comparação.

Para os analistas do Bradesco BBI, a estratégia de ampliar a venda em aplicativos de entrega deve contribuir para que o Burger King alcance o concorrente McDonald’s. “A inclusão de novos parceiros de entrega ajudará a conseguir isso e, a curto prazo, essas novas parcerias estão ajudando a gerar um nível decente de receita”, disseram.

A Lojas Marisa registrou no primeiro trimestre do ano um prejuízo líquido de R$ 107,1 milhões, alta de  ante os R$ 32,4 milhões nos primeiros três meses de 2019.

A receita líquida somou entre janeiro e março R$ 571,7 milhões, uma queda de 5,4%. O desempenho do canal de venda eletrônico contribuiu para amenizar à queda das vendas nas lojas físicas a partir de meados de março. O aumento foi de 47,3%.

Cia. Hering (HGTX3)

A Cia. Hering registrou no primeiro trimestre do ano um lucro líquido de R$ 5 milhões, queda de 89,2% na comparação com igual período de 2019. Segundo a empresa, a crise causada pela pandemia do novo coronavírus teve forte relação com os resultados apresentados.

A empresa informou que cerca de 30% de suas lojas estão abertas atualmente e que as operações fabris foram parcialmente retomadas.

“A conjuntura impactou diretamente o resultado do trimestre que apresentou queda de 26,1% na receita bruta versus o primeiro trimestre de 2019, e atingiu R$ 323,6 milhões, com margem Ebitda de 4,2%”, diz a administração no balanço. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 11,383 milhões, o que representou um recuo de 80% ante o primeiro trimestre de 2019.

Já a receita líquida foi de R$ 272,112 milhões, uma queda de 27,23%. A empresa ainda reforçou seu caixa em R$ 200 milhões (R$ 120 milhões em março e R$ 80 milhões em abril) com empréstimos.

A fabricante de móveis Unicasa, dona das marcas Dell Anno e Favorita, teve prejuízo de R$ 108 milhões, ante R$ 2,973 bilhões de lucro em igual período do ano passado.

A Cosan Logística reportou prejuízo líquido foi de R$ 80 milhões no primeiro trimestre do ano, ante lucro de R$ 7 milhões em igual período do ano passado.

Qualicorp (QUAL3)

O conselho de administração da Qualicorp aprovou Frederico de Aguiar Oldani aos cargos de diretor de Finanças e Relação com Investidores, em substituição a Elton Hugo Carluci, que executava as funções de forma interina.

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