Lucro da BR Distribuidora salta a R$ 3,1 bi no 4º tri, RD lucra 38,5% mais e prejuízo da Allpark sobe 150%; minério de ferro cai

Lucro da BR Distribuidora salta a R$ 3,1 bi no 4º tri, RD lucra 38,5% mais e prejuízo da Allpark sobe 150%; minério de ferro cai

março 10, 2021 Off Por JJ

A temporada de resultados segue no radar dos mercados nesta quarta-feira (10). A BR Distribuidora registrou lucro liquido de R$ 3,148 bilhões no quarto trimestre de 2020, ante R$ 96 milhões no mesmo período do ano passado. Em 2020, o lucro líquido somou R$ 3,905 bilhões, alta de 76,6% na comparação com 2019.

Já a Raia Drogasil teve lucro de R$ 198,5 milhões no último trimestre do ano passado, 38,5% superior frente igual período de 2019. Entre janeiro e dezembro, o valor foi de R$ 579,3 milhões, alta de 6,7% no comparativo anual. A receita líquida avançou 16%, a R$ 5,55 bilhões. A Allpark, dona da rede de estacionamentos Estapar, teve prejuízo líquido de R$ 15,9 milhões no quarto trimestre, alta de 150,8%, ante o prejuízo de R$ 6 milhões reportados em igual período de 2019.

O mercado também repercute o noticiário sobre Totvs, que acertou a compra da empresa de programas de automação de marketing RD Station, com a desenvolvedora de softwares de gestão fazendo o maior negócio de sua história, fortalecendo sua aposta no negócio de performance empresarial. O acordo anunciado nesta terça-feira prevê o pagamento de R$ 1,86 bilhão, sujeito a ajustes, a ser pago na conclusão da transação, por cerca de 92% do capital da RD, avaliada em cerca de R$ 2 bilhões. Criada em 2011, a RD tem receita líquida prevista para 2021 de cerca de R$ 206 milhões.

A sessão também é de nova queda para o minério de ferro após a forte baixa da véspera. Confira mais destaques:

Vale (VALE3) e minério de ferro

Os futuros do minério de ferro na China caíram para o menor nível em quatro semanas nesta quarta-feira, pressionados por medidas mais duras contra poluição no principal polo siderúrgico de Tangshan, além de alívio em preocupações quanto à oferta da matéria-prima.

O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para entrega em maio, encerrou o pregão diurno em baixa de 5,2%, a 1.040,50 iuanes por tonelada (US$ 159,82), após ter recuado mais cedo ao menor nível desde 8 de fevereiro, a 1.022 iuanes. Na bolsa de Cingapura, o primeiro contrato operava praticamente estável, a US$ 157,60 por tonelada após queda de 5,9% na véspera.

“A política de restrição à produção de alto-fornos na área de Tangshan se tornou mais rígida, mas prazo envolvido é relativamente curto, e o impacto na demanda por matérias-primas pode ser relativamente limitado”, disseram analistas da Sinosteel Futures em nota.

O governo de Tangshan, na província de Hebei, ao norte do país, editou diversas regras de controle de emissões desde fevereiro, restringindo a operação de usinas siderúrgicas. Do lado da oferta, persistentes preocupações com o fornecimento de minério de ferro foram aliviadas com um aumento nos estoques de produto importado nos portos chineses, que atingiram máxima de três meses de 129,50 milhões de tonelada na semana passada, segundo dados da SteelHome.

Os estoques de minério de ferro brasileiro na China subiram para uma máxima histórica, disse Robert Rennie, chefe de estratégia para mercados financeiro da Westpac na Austrália. A oferta da Austrália também aumentou pela ausência de ciclones, segundo Erik Hedborg, analista da CRU em Londres.

Ainda no radar do mercado, um mês após a assinatura do acordo R$ 37,68 bilhões entre Vale, autoridades de Minas Gerais e da União, para reparar e indenizar os danos provocados pela tragédia na cidade de Brumadinho, o governo mineiro é alvo de pressão das empreiteiras que devem colocar as obras em andamento.

O acordo prevê o uso de R$ 11,06 bilhões para retomar obras de infraestrutura paralisadas nos últimos anos por falta de verba. Mas as empreiteiras afirmam que as licitações ocorreram há entre quatro e cinco anos, e que, desde então, houve disparada dos preços. As informações são do jornal Valor.

BR Distribuidora (BRDT3)

A BR Distribuidora registrou lucro liquido de R$ 3,148 bilhões no quarto trimestre de 2020, ante R$ 96 milhões no mesmo período do ano passado. Em 2020, o lucro líquido somou R$ 3,905 bilhões, alta de 76,6% na comparação com 2019.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado ficou em R$ 1,616 bilhão, avanço de 70,6% em relação ao quarto trimestre de 2029. Em todo o ano, o Ebitda ajustado atingiu R$ 3,811 bilhões, aumento de 21,7% na comparação com 2019. Sem o ajuste, o Ebitda ficou em R$ 3,421 bilhões no quarto trimestre de 2020, avanço de 656% em um ano. Em 2020, o Ebitda atingiu R$ 5,103 bilhões, ante R$ 1,841 bilhões em 2019, segundo dados divulgados nesta noite.

A receita líquida no quarto trimestre de 2020 ficou em R$ 24,294 bilhões, avanço de 0,6% na comparação com o mesmo período de 2019. Já em todo o ano de 2020, a receita atingiu R$ 81,501 bilhões, uma queda de 14,2% em relação a 2019.

Na relatório que acompanha os resultados financeiros, a BR explica que o lucro líquido no trimestre ultrapassou os R$ 3 bilhões em razão do reconhecimento do crédito do Pis/Ccofins (+ R$ 647 milhões) e o ganho atuarial pela mudança no plano de saúde da companhia (+ R$ 2,132 bilhões).

A companhia explica que 2020 foi o primeiro ano completo desde a sua privatização e, mesmo com todos os desafios impostos pela pandemia, conseguiu avançar rapidamente em sua agenda de transformação. “A maior prova de que estamos no caminho certo é que conseguimos entregar já no ano passado a rentabilidade que era esperada apenas para 2021”, diz a empresa.

A BR conseguiu um Ebitda unitário de R$ 104/m?, um marco histórico para a Companhia, que nos três anos anteriores à privatização operou com margem média de R$ 66/m?. O resultado será essencial para que a BR siga firme em direção a sua ambição de longo prazo: tornar-se uma companhia cada vez mais relevante nas áreas de energia, mobilidade e conveniência.

A BR diz ainda que não há como avaliar o ano de 2020 sem uma reflexão sobre a pandemia da covid-19, que trouxe profundos impactos no mercado de combustíveis e lubrificantes. A empresa explica que chegou a ver a demanda por alguns de seus principais produtos cair cerca de 85% no início da pandemia, como no caso dos produtos de aviação, e cerca de 60% como no caso do ciclo Otto.

“Nossa resiliência foi colocada à prova. Ao mesmo tempo em que precisávamos manter a agenda de transformações e nosso ecossistema operando, era preciso garantir a segurança de todos os quase 3.400 colaboradores – tanto os que foram para home office quanto os que continuaram na linha de frente”, diz a empresa.

RD, Raia Drogasil (RADL3)

A Raia Drogasil registrou lucro líquido de R$ 198,492 milhões no quarto trimestre de 2020, alta de 38,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em todo o ano, a rede de drogarias somou lucro de R$ 579,259 milhões, alta de 6,7% ante 2019.

Já o lucro ajustado somou R$ 213,672 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, avanço de 26,6% na comparação anual. Já em todo 2020, os ganhos ajustados somaram R$ 600,984 milhões, avanço de 2,3%.

O Ebitda ajustado da companhia atingiu R$ 430,843 milhões no trimestre, crescimento de 22,9% na comparação com igual intervalo de 2019. No acumulado de 2020, a empresa somou R$ 1,429 bilhão de Ebitda, avanço anual de 6,3%. Já o Ebitda sem ajuste ficou em R$ 407,8 milhões no quarto trimestre, alta de 13,6% na comparação anual.

A rede fechou o ano com 2.299 lojas, 229 a mais do que no final de 2019. A receita bruta somou R$ 5,868 bilhões e R$ 21,180 bilhões no quarto trimestre e em todo o ano de 2020, com respectivas altas de 16,6% e de 15,1%.

A empresa diz que a penetração de seus canais digitais atingiu 6,3% no trimestre, ante 2,3% no mesmo período de 2019. Além disso, registrou crescimento de 10,2% e de 7,4% de vendas nas mesmas lojas (SSS) na comparação entre trimestres e anual.

Segundo a companhia, a dívida líquida encerrou o ano em R$ 773,1 milhões, recuo de 6,5%. A alavancagem caiu de 0,7 vez ao fim de 2019 para 0,6 vez em dezembro de 2020.

Para 2021, a Raia Drogasil diz que pretende avançar na digitalização. “A Nova Farmácia seguirá sendo a nossa grande prioridade para 2021, ao passo em que estaremos construindo os alicerces do marketplace e da plataforma de saúde. Nossas lojas são a porta de entrada tanto para aquisição do cliente como para sua adesão ao digital”, diz a mensagem da administração.

A Raia Drogasil ainda informou ter firmado um contrato para compra de 50,75% da participação acionária da Healthbit, com a opção de compra das ações remanescentes a partir de 2026. A Healthbit é uma “startup de tecnologia focada em big data como solução para redução da sinistralidade em saúde nas grandes empresas e para a promoção da saúde e prevenção de doenças” de funcionários por meio de novas tecnologias, destacou a RD.

A compra faz parte da RD Ventures, iniciativa de investimento em start-ups da Droga Raia. Outros investimentos da divisão foram Manipulaê e tech.fit. A Raia afirma que certas obrigações formais ainda devem ser cumpridas para efetivar a compra.

A Allpark, dona da rede de estacionamentos Estapar, teve prejuízo líquido de R$ 15,9 milhões no quarto trimestre, alta de 150,8%, ante o prejuízo de R$ 6 milhões reportados em igual período de 2019. No ano, as perdas somaram R$ 170,7 milhões, quatro vezes maior do que os R$ 42,6 milhões reportados um ano antes.

A receita caiu 33%, a R$ 184,6 milhões; em 2020, a queda foi de 39,9%, a R$ 278,7 milhões. Todas as divisões de estacionamentos registraram recuo na receita no período entre outubro e dezembro.

O Ebitda foi R$ 95,2 milhões, 16,5% menor frente igual período de 2019. A margem Ebitda teve alta de 10,7 pontos percentuais, a 51,6%.

Latam Airlines 

A Latam Airlines LTM.SN, maior companhia aérea da América Latina, divulgou nesta terça-feira que encerrou o quarto trimestre com prejuízo de US$ 962,5 milhões, atingida pela segunda onda da pandemia. A Latam pediu recuperação judicial em maio passado e ainda atravessa o processo nos Estados Unidos.

Em 2020, a companhia acumulou prejuízo de US$ 4,6 bilhões ante lucro de US$ 196 milhões em 2019.

A companhia encerrou o ano passado com US$ 1,7 bilhão em caixa e equivalentes, apoiada em emissão de novas dívidas durante o processo de recuperação judicial.

A Totvs  acertou a compra da empresa de programas de automação de marketing RD Station, com a desenvolvedora de softwares de gestão fazendo o maior negócio de sua história, fortalecendo sua aposta no negócio de performance empresarial.

O acordo anunciado nesta terça-feira prevê o pagamento de R$ 1,86 bilhão, sujeito a ajustes, a ser pago na conclusão da transação, por cerca de 92% do capital da RD, avaliada em cerca de R$ 2 bilhões. Criada em 2011, a RD tem receita líquida prevista para 2021 de cerca de R$ 206 milhões. Veja mais clicando aqui. 

O anúncio ocorre quase quatro meses após sido vencida na tentativa de comprar a produtora de software para o varejo Linx, que acabou sendo adquirida pela empresa de pagamentos Stone por cerca de R$ 6,8 bilhões.

Segundo o presidente-executivo do Totvs, Dennis Herszkowicz, a companhia vai captar recursos para ajudar a pagar a operação, visto que seu caixa líquido era de cerca de R$ 1 bilhão no final de 2020. Mas o instrumento de captação ainda não foi definido.

Segundo o executivo, a Totvs segue atenta a chances de aquisições, dentro da estratégia de se reforçar nas áreas de recursos humanos, tecnologia financeira e performance empresarial.

“Não existe uma empresa no mercado que individualmente enderece todas as oportunidades de business performance. O M&A (fusões e aquisições) é para nós é uma arma permanente e vamos seguir essa rota”, disse ele à Reuters.

Ainda de acordo com Herszkowicz, a compra da RD, que já tem operações na Europa, abre nova frente para internacionalização da Totvs. “A nossa capacidade de levar ofertas para outros países é muito maior”, concluiu.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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