Jeff Bezos: o CEO da Amazon que redefiniu o varejo agora quer te levar para o espaço
maio 1, 2020Nome completo: | Jeffrey Preston Bezos |
Ocupação: | Empresário, investidor e filantropo |
Local de Nascimento: | Albuquerque, Estados Unidos |
Data de Nascimento: | 12 de janeiro de 1964 |
Fortuna: | US$ 123,9 bilhões |
Quem é Jeff Bezos?
O homem que desbancou Warren Buffett e Bill Gates e se tornou a pessoa mais rica do mundo é o CEO por trás de mais de 50% das compras online nos EUA: Jeff Bezos.
Formado em engenharia elétrica e ciências da computação, ele deixou um promissor emprego em uma das principais gestoras de Wall Street para apostar no futuro da internet.
A empresa começou apenas como uma livraria online, mas seu crescimento surpreendente possibilitou que o plano inicial de ser uma grande empresa de tecnologia se tornasse viável.
Assim, a Amazon abriu seu site para mais produtos e outros vendedores. Posteriormente, expandiu seus negócios para computação na nuvem, leitor de livros digital, streaming de jogos e vídeos online.
Com uma fortuna de mais de US$ 100 bilhões, Bezos hoje também investe em outros projetos, como a empresa de exploração espacial chamada Blue Origin e o jornal Washington Post.
Pai de quatro filhos, Bezos se separou em 2019 de Mackenzie. Para colocar fim a uma relação de mais de 25 anos, os dois assinaram o divórcio mais caro da história.
Como começou
Jeffrey nasceu em Albuquerque, no Novo México, sudoeste dos Estados Unidos. Sua mãe Jacklyn Jorgensen tinha apenas 18 anos e estava no ensino médio quando deu à luz a Jeff.
De seu pai biológico, Ted, Jeff não tem nenhuma recordação. Seus pais se separaram após 17 meses juntos, quando o garoto tinha apenas um ano e, desde então, ele não teve mais contato com o pai. Somente em 2012 Ted descobriu que o filho que teve – e abandonou – quando ainda era jovem era o bilionário dono da Amazon.
Encontrado e entrevistado por Brad Stone, autor do livro A Loja de Tudo: Jeff Bezos e a Era da Amazon, Ted disse que gostaria de conhecer Jeff, mas que não queria nenhuma ajuda financeira. O encontro nunca ocorreu e Ted faleceu em 2015, aos 70 anos.
Apesar do abandono, Jeff possui um outro pai. Quando estava com quatro anos, sua mãe se casou com o imigrante cubano Miguel Bezos. Mike, como é conhecido, adotou Jeff e transmitiu seu sobrenome ao enteado logo após o matrimônio, em abril de 1968.
Seu pai adotivo chegou aos EUA com 15 anos, quando sua família fugiu da ditadura de Fidel Castro. Miguel não falava inglês e foi acolhido por uma missão católica no estado de Delaware, onde se formou como engenheiro de petróleo.
Jeff Bezos considera Mike seu único pai, mas afirmou a revista Wired em 1999 que a “única vez que se lembra sobre isso, de verdade, é quando um médico pede que ele preencha um formulário”.
Funcionário da Exxon, Mike foi transferido para Houston, levando toda a família para o Texas. O futuro todo-poderoso da Amazon teve sua infância dividida entre a vida na cidade e a casa de campo de seus avós maternos, em Cotulla, também no Texas.
Seu avô Lawrence era o diretor regional da Comissão de Energia Atômica e, ao se aposentar, comprou uma fazenda onde Bezos passaria suas férias. O lugar foi tão marcante para ele, que anos depois, mais velho – e muito mais rico -, ele decidiu comprar terrenos adjacentes e expandir a fazenda dos 100 km² para mais de 1.200 km².
Após mais uma mudança, o final da adolescência de Bezos foi em Miami, na Flórida, onde trabalhou no McDonald’s e frequentou um programa de ciências da Universidade da Flórida para estudantes do ensino médio.
Orador na formatura do colégio, Bezos disse que “gostaria de retirar todas as pessoas da Terra e transformá-la em um grande parque nacional”. Hoje, trinta anos depois, ele está mais próximo disso com sua empresa de exploração espacial, Blue Origin.
Após sair da escola, Bezos segue o caminho de seu pai e resolve se matricular para cursar Engenharia. Ele é aceito na Universidade de Princeton, onde cursa Engenharia Elétrica e Ciência da Computação.
Suas boas notas e bom comportamento abrem portas ao ser convidado a participar de duas fraternidades que exigem excelência acadêmica – Phi Beta Kappa e Tau Beta Pi. Sua liderança lhe garante a presidência do diretório de Princeton de grupo de exploração e desenvolvimento espacial e ele se forma em 1986 com uma das maiores notas da sua turma.
Com seu currículo, diversas empresas oferecem empregos para o engenheiro recém-formado, mas Jeff rejeita propostas, como a da Intel, e resolve trabalhar na Fitel, uma startup de telecomunicações, focada no comércio internacional. Ele sobe na empresa até se tornar diretor de atendimento ao cliente, mas decide migrar para o setor financeiro de Wall Street, na posição de gerente de produto no Bankers Trust, onde fica entre 1988 e 1990.
De lá, Bezos salta para o hedge fund D. E. Shaw & Co e alcança a posição de quarto vice-presidente sênior aos 30 anos. Mas seu sonho era bem maior do que a bem-sucedida gestora: era dominar o varejo online.
A fundação da Amazon
A ideia de uma loja virtual surge na cabeça de Bezos após ele realizar uma pesquisa para a D. E. Shaw & Co e descobrir que o uso da internet aumentava em cerca de 2.300% ao ano.
O número salta aos olhos de Bezos e ele decide pedir demissão para empreender. Podia dar errado, mas, segundo o próprio Bezos, a ideia era se “arrepender o mínimo possível”, pois quando velho não se incomodaria de ter deixado Wall Street, mas não se perdoaria de perder o boom do começo da internet.
Ele e sua então esposa, Mackenzie, entram no carro em Nova York e dirigem para a distante Seattle, local que Bezos acredita ser o ideal para começar o negócio. Durante o longo caminho entre as cidades, Bezos escreve o plano de negócios e faz os primeiros contatos com investidores para começar o sonho da Amazon.
O plano era ser uma gigante, mas era preciso começar pequeno. Então, a opção foi abrir uma loja online, vendendo apenas livros. O método foi considerado o ideal para começar, já que livros são fáceis de vender, possuem preço unitário baixo e são de difícil e cara estocagem. Era a fórmula ideal para competir com as lojas de varejo físicas do mercado americano, como a Barnes & Noble.
Com esses argumentos, ele convenceu seus pais a investir cerca de US$ 245 mil na sua ideia e atraiu mais US$ 750 mil de outros investidores. A aposta era arriscada, segundo o próprio Bezos, que alertava que a chance de não dar certo era de 70%.
No começo, o site não era nada parecido com o que se vê hoje ao acessar o site do varejo online. Nem o nome era o mesmo.
O primeiro nome da empresa era Cadabra, mas ele foi descartado depois que um advogado entendeu erroneamente ‘cadáver’. A segunda opção, Relentless (Implacável, em português), foi criticada por amigos e abandonada por Bezos – curiosamente, o domínio “relentless.com” ainda pertence a Bezos e redireciona para o site da Amazon.
A escolha do nome era uma decisão crítica para Bezos. Ele acreditava que o online depende muito de uma marca forte, pois o modelo de negócios poderia ser copiado no futuro por um concorrente.
No dicionário, ele se deparou com o nome Amazon, forma em inglês do Rio Amazonas. Para ele, o termo remetia a algo “exótico e diferente”, exatamente como ele via a futura empresa. E começar com a letra ‘A’ era importante em uma época pré-Google, quando as empresas eram listadas em site de busca em ordem alfabética. Pronto! Estava definido o nome.
Da garagem ao IPO: Ficar grande e rápido
O começo da Amazon foi explosivo, superando e muito as expectativas de Bezos. Ele lançou o site em julho de 1995 como uma livraria online e, em apenas dois meses, já havia despachado encomendas para todos os estados dos EUA e mais 45 países.
Toda a operação de pegar, encaixotar e despachar os livros era feita manualmente por Bezos e seus poucos funcionários, na garagem de sua casa. Mesmo sem a automatização, as vendas decolaram para mais de US$ 20 mil por semana nos primeiros meses de operação.
Mas a companhia, como quase todas as startups em início de operação, queimava caixa trimestre após trimestre. Para Bezos, isso não era um problema, mas parte da estratégia de criar uma gigante internacional. Ele queria crescer muito e rapidamente, e para isso era preciso investir pesado. O dinheiro viria de empréstimos e novos investidores.
O resultado inicial impressionante abriu as portas para um IPO já em maio de 1997, com menos de dois anos de operação. A empresa fez sua oferta pública na Nasdaq no dia 15 daquele mês, a US$ 18 por ação.
Aqueles que entraram na oferta viram uma empresa deficitária, mas com 1,5 milhão de clientes ativos, pouco mais de 600 funcionários e US$ 125 milhões em caixa. Aos investidores, Bezos fez uma previsão que se mostraria acertada: aquele era apenas o começo da internet e da Amazon.
Quem investiu US$ 1.000 na abertura, teria cerca de US$ 1,4 milhão em 2020.
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Uma empresa de tecnologia
O ano seguinte ao IPO foi um grande marco para a empresa – e para Bezos. Seu plano de expandir o império além dos livros começaria a se concretizar.
Em 1998, Jeff passa a vender CDs e filmes e internacionaliza a Amazon com a aquisição de concorrentes online no Reino Unido e na Alemanha. Além disso, seu programa de afiliados se tornou um sucesso estrondoso, com mais de 350 mil sites parceiros processando as vendas pela Amazon em 1999, quando expandiu as operações para aceitar praticamente qualquer produto.
Mas dominar o varejo era um sonho pequeno para a gigante online. Na cabeça de Bezos, a Amazon não era simplesmente uma varejista online, mas uma empresa de tecnologia.
E como uma das principais empresas online do início do século, a Amazon foi duramente afetada pela bolha das empresas ponto com. Mas a crise gerou uma oportunidade para a Amazon avançar mais rapidamente.
Em 2002, Bezos lançou a Amazon Web Services (AWS), inicialmente uma empresa de serviço de dados e estatísticas para sites.
Ao surfar a onda da computação na nuvem, a empresa se tornou uma das principais provedoras de armazenamento virtual, atendendo a clientes como Nasa e Netflix e disputando com a Microsoft contratos multibilionários do Pentágono. Só em 2019, a AWS gerou uma receita de US$ 25 bilhões.
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Revolução dos livros… de novo
O avanço da tecnologia de aparelhos eletrônicos e da velocidade da internet abriu caminho para uma nova revolução na indústria literária. E foi novamente a Amazon que ditou a tendência com o Kindle, leitor de livros digital, lançado em 2007.
Se a disponibilidade de títulos da Amazon na década de 1990 superava qualquer loja física, com o Kindle em mãos qualquer leitor poderia carregar consigo milhares de livros para qualquer lugar. Até hoje, o aparelho é um sucesso de vendas e está na sua 10ª geração.
Nos anos seguintes, a Amazon lançou o seu serviço de vídeos, Amazon Prime Video, sua loja de aplicativos para Android e a Alexa, assistente virtual disponível nos dispositivos Echo.
A estratégia de crescimento agressivo tocada por Bezos também abrangeu a aquisição de dezenas de empresas ao longo das mais de duas décadas em atividade. Entre as mais famosas estão a IMDb, Audible, Twitch e a Whole Foods.
O caminho de sucesso da Amazon fez com que a empresa virasse uma das representantes da Big Tech, ao lado de Google, Apple, Microsoft e Facebook, superando o US$ 1 trilhão de valor de mercado.
Os números operacionais também são superlativos. Em 2019, a empresa faturou R$ 280,5 bilhões com uma rede de quase 800 mil funcionários, representando quase 50% do comércio online nos Estados Unidos.
Mas um gênio como Bezos não tem uma ideia só. No caso dele, o velho desejo de conquistar o espaço voltou à sua cabeça no final dos anos 1990, após assistir ao filme O Céu de Outubro. E, assim, ele decidiu criar uma empresa de exploração espacial.
Corrida espacial
A Blue Origin foi fundada em 2000 de forma bem discreta. Sua existência só foi revelada ao público três anos depois, quando Bezos passou a adquirir terrenos no Texas utilizando empresas de fachada. Enquanto isso, a nova empreitada operava em silêncio, sem revelar publicamente sua estratégia ou planos. Mas os resultados vieram – e, com eles, a publicidade.
Após uma sequência de testes de partes do foguete, o New Shepard foi finalmente testado com sucesso em 2015. O veículo foi desenvolvido para levar turistas para voos suborbitais, na casa dos 100 km de altitude.
A proposta era semelhante a de sua concorrente SpaceX, de Elon Musk: reduzir muito o custo de lançamento, com a reutilização do maior número possível de componentes dos foguetes. Mas, ao contrário da SpaceX, com seus foguetes gigantes de 70 metros de altura, o New Shepard possui 18 metros e seu irmão mais novo, New Glenn, tem apenas 7 metros de altura.
Enquanto os testes eram realizados, a empresa fechou uma série de contratos para levar experimentos científicos e cargas comerciais ao espaço. Os voos ainda não oferecem vagas para turistas, mas a previsão é que cada um deverá pagar, pelo menos, US$ 200 mil por passeio.
Até o momento, a Blue Origin ainda é deficitária e financiada pessoalmente por Bezos, que vendeu mais de US$ 1 bilhão em ações da Amazon nos últimos anos para custear a operação.
Ainda em fase pré-operacional, a Blue Origin tem planos ambiciosos de exploração espacial. Em 2017, a empresa de Bezos anunciou que está desenvolvendo um módulo para pouso na Lua, com capacidade de levar 5,5 toneladas de carga.
A primeira missão está marcada para 2024 para testar e validar o sistema, para que, no futuro, também possa levar turistas e astronautas.
Investindo em jornalismo
Em 2013, Bezos resolveu expandir ainda mais seu império e abraçar o jornalismo, adquirindo o famoso jornal The Washington Post por US$ 250 milhões.
A situação não poderia ser pior para o jornal: com a migração de leitores do papel para o mundo online – e, ironicamente, para leitores digitais, como o Kindle – diversas publicações faliram e fecharam as portas em todo o mundo. O The Washington Post seguia esse caminho.
O negócio podia até parecer um contrassenso para Bezos, mas não era. No primeiro grande movimento após a troca de comando, o jornal decidiu liberar o acesso sem paywall (sistema de cobrança de assinaturas) para assinantes de jornais locais, em cidades nas quais o The Washington Post não circulava em papel. A ideia era aumentar o tráfego do site e a presença nacional.
Com a expertise do time que Bezos levou para o jornal, o foco no digital e em tecnologia, o jornal dobrou o número de acessos em três anos e saiu do buraco, tornando-se lucrativo em 2016.
A entrada de recursos fez o jornal acrescentar mais 200 jornalistas na equipe, reabrir escritórios e contratar desenvolvedores. Hoje, o The Washington Post possui mais de 1,5 milhão de assinantes online e passou a vender seu sistema de publicação, o Arc Publishing, negócio que pode render mais de US$ 100 milhões ao ano para o jornal, segundo estimativas.
A compra do Washington Post, porém, colocaria Bezos na mira de poderosos, que viam notícias nem sempre positivas a seu respeito nas manchetes do jornal.
Donald Trump é um dos que criticam frequentemente o jornal e já ameaçou diversas vezes retaliar a Amazon com a cobrança de impostos. O presidente norte-americano foi acusado pela empresa de interferir em uma licitação de US$ 10 bilhões com o Pentágono, conquistada pela Microsoft.
Mas enquanto os negócios de Bezos sofrem apenas marginalmente, seu maior custo foi pessoal.
Invasão, extorsão e roubo de dados
Em 2019, fotos e conversas vazadas revelaram uma relação extraconjugal de Bezos com a âncora de TV Lauren Sanchez. O casamento do empresário com Mackenzie, que durou 25 anos e gerou quatro filhos, chegou ao fim.
A narrativa inicial de que as mensagens foram vazadas pelo irmão da jornalista foi contestada por uma investigação pessoal de Bezos, que mostrou que seu celular havia sido invadido e dados foram roubados.
Durante a investigação, ele chegou a ser chantageado pelo tabloide conservador National Enquirer, responsável por revelar o seu caso extraconjugal em 2018. A publicação queria que Bezos encerrasse as investigações sobre a fonte do material, mas Bezos rejeitou a chantagem e expôs as mensagens trocadas em um texto publicado na internet.
Essa investigação apontou que o principal suspeito pela invasão é o príncipe-herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.
O príncipe entrou no caminho de Bezos quando o colunista do Washington Post Jamal Khashoggi foi assassinado na embaixada saudita na Turquia. Khashoggi criticava a ditadura monarquista de Riad e a cobertura do jornal de Bezos após o crime foi extremamente negativa para a imagem de ‘progressista’ que bin Salman tentava criar no Ocidente.
Segundo a empresa que analisou o celular do CEO da Amazon, Bezos recebeu um vídeo pelo WhatsApp do celular pessoal de bin Salman, após eles trocarem seus números de telefone durante um evento. O vídeo continha um malware e, após o recebimento, o iPhone do executivo passou a exportar gigabytes de dados sem motivo aparente. O governo saudita nega as acusações.
Investindo no Google e parceria com Buffett
Jeff Bezos também possui uma venture capital para fazer investimentos pessoais. Através da Bezos Expeditions, ele foi um dos primeiros acionistas do Google, adquirindo 3,3 milhões de ações por US$ 250 mil em 1998. Segundo Bezos, ele “se apaixonou” pelos fundadores Larry Page e Sergei Brin.
Bezos também possui participações na Unity Biotechnology, que quer interromper ou adiar o envelhecimento, e em outras empresas na área de tecnologia em saúde como Grail, Juno Therapeutics e ZocDoc.
Em 2018, ele ajudou a criar a Haven Healthcare, uma organização não governamental cujo objetivo é reduzir o custo dos medicamentos, feita em uma parceria da Amazon, JPMorgan Chase e a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.
Perfil de gestão e liderança
O CEO da Amazon é conhecido – e criticado – por suas práticas agressivas de fazer negócios, pressionando e punindo fornecedores que não se adequam às demandas da gigante online. Bezos também é lembrado por colegas como extremamente focado em dados para realizar qualquer tomada de decisões.
Nos primeiros anos da Amazon, Bezos possuía um perfil discreto, com pouca ostentação, enquanto pressionava a empresa a gerar mais resultados e crescer. Mas sua imagem pública mudou na última década, quando ele passou a dar mais entrevistas, gastar mais seu dinheiro pessoal, malhar e se vestir com roupas mais caras.
O crescimento da Amazon e a imagem de Jeff Bezos cada vez mais nos holofotes geraram cobranças pelo pouco interesse em filantropia e as condições de trabalho nos armazéns da varejista. O ambiente de trabalho da Amazon passou a chamar tanto a atenção que, em 2014, Bezos ganhou o apelido de “Pior Chefe do Mundo” da Confederação Sindical Internacional.
Bezos cita Warren Buffett, Jamie Dimon, do JPMorgan Chase, e Bob Iger, da Walt Disney, como suas principais influências no estilo de gestão. Na Amazon, Bezos não marca reuniões muito cedo e acredita em encontros com poucas pessoas de cada vez. Ele aplica a “regra das duas pizzas”. Segundo ele, essa deve ser a quantidade de comida necessária para alimentar todas as pessoas presentes em uma sala de reuniões.
O executivo também acredita que um dos segredos para melhorar a empresa está nas contratações. Por isso, ele incentiva que os gestores sempre devem escolher um novo funcionário que seja melhor do que a média de seus subordinados.
Bezos crê tanto em uma empresa focada em seus clientes que até hoje mantém seu email jeff@amazon.com ativo – e qualquer um pode entrar em contato diretamente.
Apesar de não ler todas as mensagens, Bezos seleciona algumas e, para o desespero de seus subordinados, encaminha o email com seu clássico ponto de interrogação. O funcionário que recebe essa mensagem sabe que terá que investigar o caso, corrigir qualquer erro e preparar uma resposta completa para enviar para o cliente.
Para Bezos, os clientes – e não os concorrentes – são o grande foco da empresa.
Para saber mais
Quer saber mais sobre a trajetória de Jeff Bezos? Confira a seleção do InfoMoney.
Livros
A Loja de Tudo: Jeff Bezos e a Era da Amazon (Brad Stone)
Jeff Bezos: Amazon.com Architect (Tom Robinson)
Palestra
TED Talks com Jeff Bezos
Reportagem
Jeff Bezos, Mr Amazon, Steps Out Perfil (New York Times)
Podcast
This is Sucess com Jeff Bezos (Business Insider)
The David Rubenstein Show com Jeff Bezos (Bloomberg)
Entrevista
Jeff Bezos In 1999 On Amazon’s Plans Before The Dotcom Crash (CNBC)