Itaú faz estudo para cisão de investimento na XP e venda de fatia de 5%
novembro 4, 2020
O Itaú Unibanco (ITUB4) anunciou na noite de terça-feira (3) que está realizando estudos, já em fase avançada, que tratam da segregação de participação de 41,05% na XP Inc. em uma nova empresa. Uma fatia restante de 5% seria oferecida aos mercados onde os papéis da XP são listados na forma de ofertas públicas.
Para fazer a venda, o estudo na mesa do Itaú é entregar aos seus acionistas as ações da XP. Para isso, a possibilidade será criar uma nova sociedade, batizada de “Newco”, e segregar nela as ações da XP, ou 41,05% do capital, segundo a instituição financeira.
As ações seriam o único investimento da nova sociedade. Após isso, os acionistas do Itaú receberiam uma participação acionária dessa nova sociedade. O Itaú frisa que tal cisão, caso seja essa a decisão, não ocorrerá ainda em 2020.
Como o Itaú possui uma fatia de 46% no capital da XP – a participação de 49,9% inicial foi diluída após a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da XP na bolsa norte-americana Nasdaq -, haveria uma fatia remanescente de 5%.
Uma das possibilidades, conforme os estudos que estão sendo conduzidos, seria vender essa fatia por meio de uma oferta de ações. Com isso, o Itaú afirma que o movimento geraria um aumento do índice de Capital Principal de Basileia III.
Se a distribuição for feita de acordo com a participação no capital do Itaú – visto que o banco possui ações preferenciais e ordinárias -, parte da participação da XP irá para Iupar e Itaúsa, que juntas possuem 46% do Itaú, grande parte nas mãos das famílias Setubal, Villela e Moreira Salles (a Itaúsa tem capital aberto e por isso mais acionistas).
O Itaú informa que a referida venda, se concretizada, “e a depender das condições aplicáveis de mercado” de aprovação do Conselho de Administração da Companhia, que avaliará detalhadamente as condições a elas aplicáveis e seus efeitos.
Na véspera, o Itaú também divulgou seu resultado do terceiro trimestre de 2020. O banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,030 bilhões no terceiro trimestre de 2020, 29,7% menor em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizou R$ 7,156 bilhões, devido ao grande colchão contra perdas montado no contexto da pandemia.
Apontando para uma retomada da economia, o resultado foi 19,6% melhor do que o trimestre imediatamente anterior. O resultado ocorre diante de menores despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa, especialmente vindo do banco de atacado do Itaú.
(Com Agência Estado)
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