Investir em MGLU3 ou VIIA3? Confira o que esperar a partir da análise das ações das varejistas

Investir em MGLU3 ou VIIA3? Confira o que esperar a partir da análise das ações das varejistas

junho 8, 2023 Off Por JJ

As ações de varejistas, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3), sempre chamam a atenção dos investidores por conta de suas fortes oscilações de preços e agora, com a expectativa cada vez mais próxima do início do ciclo de corte de juros, começam os questionamentos para saber se é hora ou não de ingressar no setor.

No caso de Magazine Luiza, o investidor já viu um ganho de 41,6% das ações em 2023, mesmo que nesta quarta-feira (07) as ações tenham recuado 2,76%, cotadas a R$ 3,88. Enquanto isso, os papéis de Via (VIIA3) subiram, na mesma data, 3,32%, para R$ 2,49, mas têm valorização menor, de 3,75%, em 2023.

Após a safra dos resultados do primeiro trimestre, as reações não foram das melhores e, entre especialistas do setor, ainda existem muito desafios pela frente para as empresas e uma recuperação incerteza para ambas.

Entretanto, é notória a recuperação delas nas últimas semanas, o que pode abrir oportunidades. Em três meses, MGLU3 sobe 20,5% e VIIA3 avança 32,4%.

Dito isso, confira quais são as perspectivas, do ponto de vista da análise técnica, para as ações de Magazine Luiza e Via, com base no atual momento, conforme grafistas consultados pelo InfoMoney.

Análise técnica: MGLU3 versus VIIA3

Para Pam Semezzato, analista técnica da Clear, as ações de Magazine Luiza e Via estão em tendência de baixa desde 2021, mas dando sinais de mudança de comportamento, com uma lateralização no fundo.

Conforme ela, MGLU3 tem um forte suporte em R$ 2,45 e VIIA3 em R$ 1,75. “Enquanto elas se manterem acima desses suportes, continuam em lateralização”, analisa Pam.

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“MGLU3 está conseguindo mostrar um pouco mais de força compradora nas ‘pernas’, fazendo topos bem próximos aos anteriores, enquanto VIIA3 ainda não mostrou uma ‘perna’ muito forte na alta”, constata.

A analista sinaliza que um possível sinal de reversão de tendência ainda estaria com o rompimento dos topos mais relevantes, em MGLU3, R$ 5,50, e, em VIIA3, de R$ 4,00.

Gráfico semanal comparativo: MGLU3 e VIIA3 (2020 a 2023)

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Pam Semezzato, até 6/6

Investir em MGLU3 ou VIIA3: curto prazo

Para o curtíssimo prazo, porém, Pam destaca que MGLU3 “está tentando confirmar uma tendência de alta” e isso acontecerá com o rompimento do topo de R$ 4,15.

Em VIIA3, acrescenta ela, depois do rompimento da lateralização, em R$ 2,14, o papel confirmou topos e fundos ascendentes e um novo movimento de alta se confirmará com o rompimento de R$ 2,57.

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Por fim, ambas, tanto no curtíssimo quanto no curto prazo, diz ela, estão com sinais de continuidade do movimento de alta, visando buscar o topo anterior, que é o ponto para a reversão da tendência de longo prazo.

“Mas enquanto não confirmar o rompimento, seguimos em lateralização e aguardando um sinal melhor de força”, acrescentou.

Gráfico diário comparativo: MGLU3 e VIIA3 (fevereiro a junho/23)

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Pam Semezzato, até 6/6

Leia também:

Análise das ações de MGLU3

O analista técnico Guilherme Schrepel, da Investimentos 4YOU, destaca, analisando gráfico diário de curto prazo [logo abaixo], que é possível observar que o papel vem dentro de uma tendência de alta, realizando topos e fundos ascendentes dentro de um triângulo simétrico.

“Caso o preço consiga romper a região superior dessa formação, entendemos que o ponto que sugere mais pressão compradora será após o R$ 4,43. Com isso, projetaria um possível alvo em R$ 5,46, topo do dia 07/10/22 e, com um próximo alvo, com prazo maior, em R$ 7,40 – este seria com base na projeção do triângulo, caso seja rompido”, disse.

Conforme ele, em uma eventual pressão vendedora, as atenções se voltarão para o rompimento de R$ 3,04, que vem servindo como suporte. “Caso isso ocorra, todo cenário otimista é desconsiderado e o alvo projetado seria R$ 2,35, podendo ter um downside de -22,67%”, completa.

Gráfico diário MGLU3 (abril/22 a junho/23)

 

Fonte: Neológica. Elaboração: Guilherme Schrepel, até 6/6

Em relação ao médio prazo, pelo gráfico semanal [logo abaixo], Schrepel entende que existem médias de 9 e de 21 servindo ao preço, como suporte; porém, “é possível observar que já houve uma tentativa de rompimento do teto do triângulo e o preço rejeitou e voltou para dentro da formação.”

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“Para que o papel consiga firmar a recuperação compradora, é extremamente importante que haja pressão compradora acima do R$ 4,43, dessa maneira diminuiria a probabilidade do ativo ter novamente um falso rompimento”, acrescenta.

“Vale destacar que temos no gráfico semanal uma média de 200 períodos que é de longo prazo, descendente, e que poderá servir como resistência móvel na região do R$ 7,40, e, com isso, corrobora para que tenhamos um alvo projetado nessa região.”

Gráfico semanal MGLU3 (novembro/21 a junho/23)

Fonte: Neológica. Elaboração: Guilherme Schrepel, até 6/6

Enquanto isso, Matheus Lima, analista técnico da Top Gain, pontua que as ações de Magazine Luiza vêm em tendência de baixa há muitos meses, partindo do seu topo histórico, em novembro de 2020, quando as ações eram negociadas a R$ 28,27.

Após atingirem seu topo histórico, destaca ele, houve forte desvalorização das ações, com topos descendentes, partindo dos R$ 28,27 (topo histórico), chegando ao fundo dos R$ 2,03, em julho de 2022 – uma desvalorização de 92,82% em 20 meses.

“Para o médio prazo, as ações se encontram em uma consolidação entre R$ 2,03 e R$ 5,46. Teremos um movimento direcional somente com o rompimento do fundo ou do topo desta lateralização”, diz ele.

O analista ressalta que, caso tenhamos o rompimento da resistência, os próximos pontos a serem testados serão R$ 6,23 e R$ 7,38. No entanto, se o papel perder o suporte, poderá buscar o R$ 1,46.

Gráfico semanal MGLU3 (outubro/2017 a junho/2023)

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Fonte: ProfitChart. Elaboração: Matheus Lima, até 6/6

Na visão de curto prazo, porém, as ações de MGLU3 romperam uma LTB (linha de tendência de baixa) traçada a partir do topo dos R$ 5,46 e estão em cima de uma LTA (linha de tendência de alta), com fundos ascendentes.

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O papel, entretanto, está testando uma região de resistência, nos R$ 4,00. “Caso as ações se mantenham acima desse topo, poderemos ter uma alta, buscando as regiões dos R$ 4,60, R$ 5,00 e, mais acima, R$ 5,46“, diz Lima.

Em relação aos suportes, completa ele, encontram-se em R$ 3,27, R$ 3,04 e R$ 2,35.

Gráfico diário MGLU3 (março/2022  junho/2023)

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Matheus Lima, até 6/6

Análise das ações de VIIA3

Partindo para Via, Schrepel ressalta que, no curto prazo [veja gráfico abaixo], é possível considerar que o ativo vem dentro de uma tendência de alta, realizando topos e fundos ascendentes dentro de um canal.

Neste aspecto, diz ele, o papel conta como região de resistência os R$ 2,74, que seria um possível alvo de curto prazo. Do lado inverso, o suporte encontra-se em R$ 2,15 e, caso seja rompido, pode buscar alvo em R$ 1,90.

Gráfico diário VIIA3 (outubro/22 a junho/23)

 

Fonte: Neológica. Elaboração: Guilherme Schrepel, até 6/6

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Em relação ao médio prazo, o analista da Investimentos 4YOU, aponta [conforme gráfico abaixo] que o preço vem dentro de um retângulo e que o ponto mais importante, “para ganhar força na compra”, está acima do R$ 2,74.

“Caso seja rompido, projetamos um alvo em R$ 4,04. O cenário pessimista é o preço não ter condição de rompimento e esse papel permanecer trabalhando dentro dessa lateralidade, podendo buscar o suporte em R$ 1,65“, diz.

Gráfico semanal VIIA3 (junho/2020 a junho/23)

Fonte: Neológica. Elaboração: Guilherme Schrepel, até 6/6

Para Lima, em relação à Via, as ações encontram-se em situação semelhante as de MGLU3. Isso porque, após o topo histórico, nos R$ 22,36, em julho de 2020, os papéis tiveram forte queda, buscando fundo dos R$ 1,76, em julho de 2022 (uma desvalorização de 92,17%).

“Tal fundo foi rompido, em abril deste ano, negociado a R$ 1,65, patamar em que tivemos uma atuação da ponta compradora, mantendo as ações acima desse importante suporte”, destaca.

Dessa forma, olhando o médio prazo, reforça, as ações se mantêm em consolidação, entre o fundo dos R$ 1,65 e o topo dos R$ 4,00, “que é uma região de resistência relevante”.

Esse ponto, dos R$ 4,00, além de resistência, é uma região de suporte, que foi testada em janeiro e em abril de 2019, e em março de 2020 (princípio da bipolaridade – quando o suporte rompido para baixo se torna uma resistência).

Além dessa resistência, as ações ainda têm pela frente uma LTB traçada a partir do seu topo histórico, “que pode ser mais uma barreira a ser rompida para que tenhamos uma tendência de alta para o médio prazo.”

Ademais, caso haja o rompimento da resistência, as ações no médio prazo podem buscar as próximas regiões em R$ 5,32, R$ 6,16 e R$ 8,66. No entanto, se perderem o suporte dos R$ 1,65 podem chegar a R$ 1,00.

Gráfico semanal VIIA3 (janeiro/2019 a junho/2023)

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Matheus Lima, até 6/6

Já para o curto prazo, Lima pontua que as ações de VIIA3 romperam uma LTB e regiões de resistência de topos anteriores, e estão em cima de uma LTA formada por fundos ascendentes.

Assim, o ativo visa próximos topos para serem testados: R$ 2,69, R$ 3,32, R$ 3,74 e, o principal, em R$ 4,00 – que é uma resistência importantíssima, assim como no médio prazo.

Ao contrário, completa ele, caso venha a perder a LTA, os preços podem buscar os suportes de R$ 2,17, R$ 2,03, R$ 1,90 e o fundo relevante de R$ 1,65.

Gráfico diário VIIA3 (junho/2022 a junho/2023)

Fonte: ProfitChart. Elaboração: Matheus Lima, até 6/6

Afinal, MGLU3 ou VIIA3?

Por fim, o head de análise da Levante, Enrico Cozzolino, reforça que o cenário técnico tanto de MGLU3 quanto de VIIA3 são muito semelhantes, uma vez que os ativos possuem uma forte correlação, devido ao fato de estarem no mesmo setor de atuação.

“Ao analisar os indicadores técnicos, não há pontos que gerem grandes diferenças entre as duas ações, inclusive com a proximidade da média móvel de 200 períodos, atuando como uma resistência significativa no curto prazo”, diz.

No entanto, um ponto negativo a ser observado, acrescentou Cozzolino, em ambos, é a queda no volume financeiro, apesar do recente aumento em um grande número de outras ações presentes no Ibovespa.

“Isso pode indicar um desinteresse por parte de investidores de grande porte em ações do setor de varejo, considerando os desafios enfrentados por cada empresa desse setor”, analisa.

Suporte e resistência

Em resumo, para a Levante, a tendência das ações de Magazine Luiza e de Via são de baixa no longo prazo, mas de indefinição no curto e no médio.

No caso de MGLU3, os pontos de suporte estão em R$ 3,80 (1) e R$ 3,60 (2), enquanto as resistências encontram-se em R$ 4,00 (1) e R$ 4,40 (2).

Para VIIA3, os suportes estão em R$ 2,15 (1) e R$ 2,00 (2) e as resistências em R$ 2,52 (1) e R$ 2,70 (2).

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