Investidores acompanham noticiário político e impacto em Petrobras e Banco do Brasil e mais destaques
janeiro 14, 2021
SÃO PAULO – Em destaque na sessão desta quinta-feira, os investidores em Bolsa brasileira seguem monitorando o noticiário sobre Banco do Brasil e Petrobras após a forte queda, de cerca de 5%, das ações das duas empresas na véspera.
No caso do BB, destaque para a notícia de diversos veículos de imprensa, ainda não confirmada, de que Jair Bolsonaro teria decidido demitir André Brandão do banco estatal. Já no caso da Petrobras, o noticiário sobre uma potencial greve dos caminhoneiros e uma reclamação no órgão regulador antitruste CADE alegando que a estatal estaria praticando preços predatórios de combustíveis nas refinarias, abaixo dos níveis de paridade de importação segue no radar dos mercados.
MRV, Simpar e outras empresas também são destaque no noticiário. Confira os destaques:
Banco do Brasil (BBAS3)
Os investidores também ficam de olho no noticiário sobre o Banco do Brasil, após diversos veículos de mídia apontarem que André Brandão deixará o o comando da instituição depois que anunciou um plano de demissão voluntária e fechamento de centenas de agências pelo país, algo que irritou o presidente Jair Bolsonaro. As ações fecharam em queda de 5% na véspera. Caso confirmada, a saída do executivo do BB vai ampliar temores do mercado sobre interferência política no maior Banco da América Latina. Representantes do Banco do Brasil não comentaram o assunto.
Para o Credit Suisse, se confirmada, a notícia é negativa, pois lançaria dúvidas sobre a continuação das iniciativas recentes de corte de custos, ao mesmo tempo que aumentaria o medo da interferência do governo. Segundo o Bradesco BBI, mais do que as razões por trás da decisão de substituir o CEO é o fato de que BB deve passar por mais uma mudança importante em sua equipe de gestores em apenas dois anos. Isso deverá ser visto como negativo para os preços das ações.
Marcel Campos, analista da XP Investimentos, também destacou em nota que a notícia seria ruim. Isso porque i) Brandão sinalizou positivamente para o mercado que seu mandato seria voltado para o ganho de eficiência por meio de uma reestruturação organizacional; ii) o executivo é um veterano respeitado com mais de 30 anos de experiência em bancos privados, como Citi e HSBC, incluindo uma posição de CEO na operação local do HSBC de 2012 até sua venda para o Bradesco em 2016; e iii) pode ser visto como interferência política do governo (acionista controlador) em detrimento dos acionistas minoritários.
De acordo com um operador que não quis se identificar, o motivo para a saída iminente de Brandão diminui muito as expectativas sobre o novo CEO, mesmo que ele seja alguém do mercado financeiro. “A questão também é que já colocaram uma pessoa do mercado [Brandão]. Nem se fosse outra pessoa de mesmo perfil adiantaria, pois o próprio investidor teria dificuldade de acreditar na possibilidade de um bom executivo atuar dentro do banco. E ainda existe a possibilidade de indicação política, o que implicaria em uma situação muito desconfortável”, avalia o operador.
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Os analistas da XP Investimentos destacaram a forte queda das ações da Petrobras ontem, com os ativos PN caindo 4,83%.
O desempenho das ações refletiu uma combinação de notícias. A primeira, mencionando que a Associação Brasileira dos Importadores Independentes de Combustíveis (ABICOM) entrou com uma reclamação no órgão regulador antitruste CADE alegando que a Petrobras estaria praticando preços predatórios de combustíveis nas refinarias, abaixo dos níveis de paridade de importação.
Outra, a respeito de uma potencial greve de caminhoneiros no dia 1º de fevereiro de 2021, após fala do presidente da “Associação Nacional do Transporte Autônomo do Brasil” (ANBT), com reclamações a respeito dos preços do diesel, além de outras reinvindicações como como o preço mínimo do frete (ainda em análise no Supremo) e outros compromissos firmados pelo governo no passado.
“Embora continuaremos monitorando cuidadosamente desenvolvimentos acerca da política de preços da Petrobras no futuro, acreditamos que o mercado pode ter reagido de forma exagerada às notícias acima mencionadas”, apontam os analistas. Eles possuem recomendação de compra para ações da Petrobras, com preços-alvo de 12 meses de R$35 para PETR4 e PETR3.
BR Properties (BRPR3)
A BR Properties comunicou a compra de 100% da Torre Paineiras e 30% da Torre Jatobá no Condomínio Parque da Cidade, localizado em uma área nobre da cidade de São Paulo, por R$ 832 milhões em parceria com o fundo imobiliário HSI V Real Estate.
Já foram pagos R$ 756 milhões pelo empreendimento, sendo que o restante será quitado após determinadas condições do vendedor.
Ao todo, as duas torres possuem Área Bruta Locável (ABL) de 55,8 mil metros quadrados.
O Condomínio Parque da Cidade será composto por uma torre de salas comerciais, cinco torres corporativas, dois edifícios residenciais, um shopping e um hotel cinco estrelas. Com a aquisição destas propriedades, a BR Properties passa a ser detentora de 101.865 m² de ABL do referido empreendimento, compreendida nas torres corporativas: Aroeira, Paineira e Jatobá, destacou a empresa no comunicado.
SulAmérica (SULA11)
A Sul América vai emitir R$ 700 milhões em debêntures, informou a companhia em comunicado ao mercado. Os recursos de emissão de debêntures serão usados para reforço e adequação de níveis de liquidez e outros fins.
A Fitch Ratings atribuiu nota BB-, com perspectiva estável às notas propostas a serem emitidas pela Simpar Europe, subsidiária integral da Simpar. A Fitch diz que a nota reflete o modelo forte de negócios da Simpar. A avaliação foi divulgada na quarta.
BTG Pactual (BPAC11)
O banco BTG Pactual informou a realização de uma oferta pública primária de ações composta por 22.222.222 ações. A cotação de fechamento das ações do banco na B3 em 13 de janeiro foi de R$ 91,26 por unidade, um valor que a empresa afirma ser “meramente indicativo do preço por unit”.
A MRV informou que seu conselho de administração deliberou o pagamento de R$ 100 milhões para distribuição como dividendos extraordinários à conta de lucros do exercício de 2019. Isso equivale a R$ 0,207093497 por ação de emissão da Companhia, a serem pagos em 28 de janeiro de 2021 aos acionistas.
A Dommo Energia informou que o percentual de ações detidas pelas Entidades Pimco foi reduzido de 15,0824% do capital social para 13,4664%.
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