Intelbras (INTB3), Marcopolo (POMO4) e Vulcabras (VULC3) disparam, Arezzo (ARZZ3) cai 5%: os destaques dos resultados
maio 3, 2023A temporada de balanços do primeiro trimestre de 2023 (1T23) ganha força e motiva expressivos movimentos de mercado. Além de Carrefour Brasil (CRFB3), que vê as ações caírem forte após o resultado, as ações da Arezzo (ARZZ3) caem cerca de 5% apesar de um resultado considerado positivo, mas com dinâmica mais fraca nas operações internacionais.
RD (RADL3) cai 1,7% mesmo com os resultados sólidos, com analistas destacando os múltiplos das ações como esticados (indicando que a ação está “cara”).
Já entre as maiores altas, Marcopolo (POMO4) avança 5,7% com a visão de uma rentabilidade surpreendente, Vulcabras (VULC3) sobe quase 6%, Klabin (KLBN11) tem alta de quase 4%, mas o grande destaque fica com Intelbras (INTB3), em alta de quase 9%. Já Copasa (CSMG3) e Gerdau (GGBR4) têm avanço de cerca de 1,5%.
Confira as análises dos balanços:
Arezzo (ARZZ3)
A Arezzo obteve lucro líquido recorrente de R$ 73,1 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), montante 27% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.
Já o lucro líquido foi de R$ 63 milhões, uma queda de 35% ao ano, devido a despesas financeiras mais elevadas no trimestre, mas com impostos menores.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente totalizou R$ 164,3 milhões no 1T23, um crescimento de 22,8% em relação ao 1T22.
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Para a XP, a companhia divulgou resultados mistos, mas relativamente em linha no 1T23, com um desempenho sólido de receita, mas dinâmica mais fraca nas operações internacionais. “Mantemos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 100,0/ação”, apontam os analistas.
De acordo com os analistas, embora a rentabilidade tenha permanecido sob pressão, com a margem bruta e a margem Ebitda ajustada (excluindo créditos não-recorrentes e amortização do goodwill) em queda devido aos resultados fracos da operação internacional (margem bruta -3,5 pontos percentuais, ou p.p., e margem Ebitda em -5,3%), ela melhorou em relação à queda do quarto trimestre.
Já para o Bradesco BBI, os resultados tiveram mais pontos positivos do que negativos, com crescimento robusto da receita líquida (22% em base anual, mas amplamente em linha com o consenso) e melhor rentabilidade (margem Ebitda ajustada de 16,0%, contra 15,2% que esperavam). Por outro lado, as operações nos Estados Unidos (menos de 10% das vendas consolidadas) parecem estar em má situação (crescimento e margem Ebitda negativa no trimestre) e seu ciclo financeiro deteriorou-se em 47 dias, o que, juntamente com aquisições e pagamentos (ambos totalizando R$ 272 milhões em desembolsos no 1T23), levou a uma piora do endividamento (0,4 vez a relação dívida líquida/Ebitda ou 0,5 vez pior no trimestre).
Daqui para frente, à medida que a concorrência da Arezzo&Co ficar mais difícil, o BBI espera uma desaceleração nas vendas, mas a empresa ainda deve se manter à frente de seus pares e em um nível saudável.
“Recentemente, reduzimos nossas estimativas de lucro para 2023, com nossa estimativa de lucro líquido de R$ 450 milhões já refletindo as recentes mudanças nos fundamentos da Arezzo&Co. Desta forma, embora o atual múltiplo P/L ao redor de 16 vezes para 2023 possa sugerir uma avaliação relativa cara, ARZZ3 ainda está combinando um momento operacional favorável, riscos de execução mais baixos em comparação com seus pares e uma abundância contínua de opções, o que, em nossa opinião, deve sustentar um prêmio relativo de múltiplos por mais tempo. Assim, mantemos a recomendação de Compra e o preço-alvo de R$ 90”, avalia o banco.
O Itaú BBA também viu os números como bons, superando suas estimativas para lucratividade. A empresa apresentou desempenho de vendas consistente nas principais marcas, e a AR&Co esteve novamente no centro das atenções quanto ao desempenho de crescimento. Apesar de uma pressão na margem bruta (esperada), os esforços da companhia para racionalizar despesas renderam frutos no trimestre, gerando uma margem Ebitda (rentabilidade operacional) estável e um lucro maior do que o esperado, avalia.
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“No geral, os números reforçam a resiliência da empresa para navegar em um ambiente de alto custo de capital. Assim, mantemos nossa recomendação de compra para ARZZ3, com preço-alvo de R$ 95 ao fim de 2023”, aponta.
Carrefour Brasil (CRFB3)
O Carrefour Brasil (CRFB3) reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 375 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), revertendo lucro líquido ajustado de R$ 421 milhões do mesmo intervalo de 2022.
O Ebitda ajustado totalizou R$ 1,038 bilhão no 1T23, um recuo de 16,8% em relação ao 1T22.
O Itaú BBA aponta que o Carrefour Brasil reportou uma série de resultados fracos no primeiro trimestre, mais uma vez com números piores do que esperava.
“Assim, sentimos que não conseguimos avaliar adequadamente os desafios em curso e optamos por rebaixar nossa recomendação para CRFB3 de ‘compra’ para neutra. Vale ressaltar que permanecemos construtivos na aquisição do BIG no longo prazo, mas decidimos ficar de lado, por enquanto, até podermos avaliar melhor as tendências do negócio e o momento operacional”, afirmam os analistas.
O novo preço-alvo é de R$ 13,50 por ação, com base em um múltiplo de 12 vezes o preço em relação ao lucro (P/L) em 2024, até os analistas reformularem seus números.
A XP destaca que os números foram fracos. O SSS (vendas mesmas lojas) consolidado apresentou um crescimento de +6% na base anual (ex-postos) com números semelhantes tanto para o atacarejo quanto para a operação de varejo, enquanto o desempenho de vendas foi impactado negativamente pela desaceleração da inflação de alimentos, aumento do cenário competitivo no canal do atacarejo e uma base de comparação difícil no Atacadão.
Olhando para a rentabilidade, a margem bruta ficou estável , beneficiada por melhores condições de compras na operação de varejo com a integração do BIG, que compensou os resultados pressionados do Banco Carrefour, enquanto a margem Ebitda ajustada apresentou uma queda de 2,2 pontos percentuais frente o 1T22, pressionadas pelo processo de integração do Grupo BIG e pelos resultados mais fracos do Banco frente às taxas de inadimplência mais altas e aumento de despesas com aquisição dos clientes nas lojas convertidas.
Copasa (CSMG3)
A Copasa (CSMG3) reportou lucro líquido de R$ 337,7 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), um crescimento de 101,6% na comparação com igual etapa de 2022.
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O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) totalizou R$ 677,5 milhões no 1T23, um crescimento de 52,2% em relação ao 1T22.
A XP destaca que a estatal mineira reportou os resultados do 1T23 acima das nossas expectativas e do consenso do mercado. A margem Ebitda superou as expectativas devido ao aumento do volume faturado na base anual (+5,7% para água e +5,2% para esgoto) e uma disciplina de controle de custos.
Sem surpresa, o reajuste tarifário de 15,7% em janeiro refletiu em um aumento de 23,6% na receita líquida frente o 1T22. Além disso, o opex (despesas operacionais) aumentou em linha com a inflação do período (4,2% versus 4,6%, respectivamente), demonstrando a disciplina de controle de custos da empresa.
“Temos uma avaliação positiva do resultado do 1T23 da Copasa. Ainda assim, continuamos vendo um risco-retorno pouco atrativo e mantemos nossa recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 17 por ação”, aponta.
O Credit Suisse também destaca que a Copasa apresentou resultados acima do esperado, principalmente devido a melhores volumes, mix tarifário e custos administráveis razoáveis, apesar dos custos de eletricidade e de tratamentos químicos acima do esperado.
Comparando anualmente, os resultados foram beneficiados pelo aumento de volumes, reajuste tarifário e melhor perfil de consumo, embora parcialmente compensados por maiores custos gerais. A receita líquida (excluindo construção) avançou 24,1% no ano em função dos seguintes pontos: (i) avanço de volumes em 5,5% na base anual, justificado por uma expansão de base de clientes e maior consumo por cliente; (ii) ajuste de tarifa de 15,7% a partir de janeiro; (iii) migração do nível de consumo e categorias de clientes.
Apesar dos bons números, os analistas do banco não viram o balanço como um catalisador, dado que o mercado esta focado e mais de olho na potencial privatização.
Iguatemi (IGTI11)
A Iguatemi ([ativo=IGT11]) obteve nesta terça-feira (2) lucro líquido de R$ 48,8 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), revertendo prejuízo líquido de R$ 16,4 milhões da mesma etapa de 2022.
O Ebitda totalizou R$ 174,5 milhões no 1T23, um crescimento de 20,6% em relação ao 1T22.
A Genial Investimentos aponta que o operacional de Iguatemi segue muito saudável, com vendas do trimestre alcançando R$ 3,9 bilhões (+16,8% ao ano), inadimplência controlada (4,4%, -0,9 p.p. frente o 1T22) e ocupação relativamente estável (92,7%, igual ao 1T22), ainda que abaixo da média dos seus pares. O crescimento nas vendas ajudou para que o SSR (aluguel em mesmas lojas) crescesse 19,7% no mesmo período com redução no custo de ocupação, que atingiu 13,2%, em linha com o histórico praticado pela Iguatemi.
“No geral, gostamos do resultado, que veio limpo e praticamente em linha com as expectativas, com uma geração de caixa (pós-investimentos, ex-JK) ainda fraca, mas prospectivamente positiva graças ao operacional excelente, superando o SSR de Multiplan”, apontam os analistas.
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Para a XP, a Iguatemi apresentou resultados fortes e em linha com suas estimativas no 1T23. Operacionalmente, as vendas aumentaram 17% ano a ano, e o custo de ocupação atingiu 13,2% (-60 pontos-base).
“Além disso, vimos um crescimento robusto do aluguel mesmas lojas SSR. Como resultado, as receitas de aluguel aceleraram, levando a receita líquida ajustada para 287 milhões,
“Destacamos o FFO (fluxo de caixa proveniente das operações) crescendo 44% na base anual, atingindo R$ 111 milhões. Por fim, o IGTI também revelou seu novo projeto de desenvolvimento imobiliário (Casa Figueira), totalizando R$ 10 bilhões de Valor Geral de Vendas (de cerca de R$ 350 milhões a 400 milhões de receita), a ser comercializado até 2038. Dito isso, reiteramos nossa recomendação de compra para o Iguatemi”, apontam os analistas.
Entre os destaques para o Itaú BBA, os aluguéis medidos entre mesmos lojistas cresceram 12% acima da inflação devido, principalmente, à remoção de descontos e reajuste de preços em contratos. Sendo assim, a receita da empresa expandiu para R$ 287 milhões, 8% acima de suas estimativas e 23% na comparação anual.
“Mantemos nossa recomendação de compra para IGTI11, com preço alvo de R$ 24 ao fim de 2023, sendo a nossa preferência entre shoppings”, avalia o BBA.
Intelbras (INTB3)
A Intelbras (INTB3) reportou lucro líquido de R$ 132,1 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), um crescimento de 34% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Ebitda totalizou R$ 143,9 milhões no 1T23, uma elevação de 37,1% em relação ao 1T22.
Para a XP, a Intelbras reportou resultados mistos no 1T23. Por um lado, a empresa reportou uma receita líquida abaixo de suas expectativas (em 2%) e do consenso de mercado (em 9%), respectivamente, principalmente devido a uma receita mais fraca do que o esperado no segmento de energia.
Por outro lado, em relação à rentabilidade, a margem Ebitda da Intelbras atingiu 13,9% (+0,7 p.p. acima da expectativa da XP e +1,8 p.p. em relação ao ano anterior), apoiada por uma forte expansão da margem bruta em todas as unidades de negócios. “Reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 40 por ação para o final de 2023”, avalia.
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“As ações de INTB3 caíram 24% desde o início do ano e atribuímos esse desempenho negativo principalmente ao cenário desafiador do segmento Solar, com (i) mudanças nas regras de geração distribuída que entraram em vigor em janeiro; e (ii) queda na participação de financiamento para sistemas fotovoltaicos”, avaliam, já tendo previsto uma reação positiva aos resultados, já que a empresa conseguiu expandir as margens de lucratividade em todos os segmentos de negócios em meio ao cenário difícil.
Na visão do Santander, o balanço foi positivo no geral, destacando mais as tendências positivas de margens do que os pontos negativos sobre a receita.
“Embora a empresa tenha confirmado nossas expectativas de fracas tendências de receita, a lucratividade em todos os três segmentos de negócios surpreendeu positivamente, levando os números consolidados de Ebitda e lucro líquido a superar nossos números em 8% e 15%, respectivamente”, aponta.
O Itaú BBA, por sua vez, apontou que o solar fraco levou a uma receita 16% abaixo das suas estimativas, já conservadoras, ainda que as demais linhas tenham ficado acima do esperado, com destaque para margens. “Achamos que para o nome voltar a andar, precisa voltar a trazer bons resultados na frente solar”, avalia.
ISA Cteep (TRPL4)
A transmissora de energia ISA Cteep (TRPL4) registrou um lucro líquido (ajustado pela participação do acionista não controlador) de R$ 306 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), um crescimento de 171,9% frente aos R$ 112,5 milhões registrados no 1T22.
A receita líquida teve avanço de 24,6% na comparação anual, indo para R$ 891,6 milhões no 1T23.
Para a Genial, a empresa iniciou o ano apresentando bons resultados, acima de suas expectativas e em linha com o consenso.
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Houve um aumento expressivo na linha da receita líquida da CTEEP, acompanhada por um aumento proporcionalmente menor nas linhas de custos operacionais e, um resultado financeiro em linha com o período passado (1T22). A companhia novamente reportou números expressivos de investimentos em reforços e melhorias (R&M) nesse trimestre, boa notícia, uma vez que esses investimentos se traduzem em futuros aumentos da RAP (Receita Anual Permitida).
“Além disso, o endividamento da empresa finalizou o trimestre em 2,74 vezes a relação entre dívida liquida/Ebitda, menor nível dentre os pares do setor até o momento. Dito isso, apesar de ainda não termos os anúncios de novos dividendos, os níveis saudáveis de dívida, a entrada operacional dos novos projetos, maiores recursos do RBSE e a queda nos investimentos planejados desenham um cenário de distribuição de proventos mais generosos em 2023”, aponta a casa.
A XP avalia que os resultados do 1T23 da Cteep ficaram em linha com sua estimativa, refletindo: (i) o crescimento da receita líquida como impacto do reajuste do ciclo tarifário 2022/2023 e a energização de novos projetos de retrofitting e greenfield, parcialmente compensados por (ii) um aumento de 9,7% no custos gerenciáveis (PMSO) devido ao aumento do quadro de funcionários para acompanhar o crescimento da empresa.
“Temos uma avaliação neutra dos resultados do 1T23 da CTEEP e mantemos nossa recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 26 por ação”, aponta.
O Itaú BBA também possui recomendação neutra para os ativos, também com a visão de que a companhia divulgou números neutros no primeiro trimestre de 2023, com o resultado operacional (Ebitda) caixa recorrente em linha com suas estimativas, registrando um crescimento significativo no ano impulsionado pelo reperfilamento da RBSE e pela entrada em operação de algumas linhas de transmissão.
Marcopolo (POMO4)
A Marcopolo (POMO4) reportou lucro líquido de R$ 236,3 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), montante 141,1% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.
O Ebitda totalizou R$ 292,8 milhões no 1T23, um crescimento de 470,8% em relação ao 1T22.
A empresa de fabricação de ônibus, trens e carrocerias divulgou seus resultados com margens operacionais (eficiência) bem acima das expectativas, avalia o BBA.
A surpresa foi reflexo de condições de mercado mais saudáveis no geral, com concentração da demanda em produtos de maior valor agregado, reajustes de preço, iniciativas de corte de custos e recuperação gradual das operações internacionais.
Os analistas do BBA reiteraram sua recomendação de compra para POMO4, com preço-alvo de R$ 3,80 ao fim de 2023.
A XP também viu fortes resultados da empresa no 1T23, com Ebitda 26% acima do que esperava.
A companhia registrou uma receita sólida de R$ 1,7 bilhão, apoiada por: (i) perspectiva favorável de demanda no Brasil no 1T23, com unidades Euro 5 sendo vendidas durante o trimestre e o programa Caminho da Escola impulsionando as vendas domésticas, e (ii) maiores receitas unitárias, refletindo o aumento do mix G8 e os reajustes de preços em todos os segmentos.
Além disso, a Marcopolo apresentou melhora nos resultados de suas operações externas (que até agora foram as mais impactadas negativamente), com essa combinação positiva de fatores levando a uma margem Ebitda de impressionante 16,6%.
A companhia registrou uma receita sólida de R$ 1,7 bilhão, apesar da sazonalidade mais fraca do trimestre, impulsionada positivamente pelo desempenho doméstico.
Em relação às vendas internas, destacam: (i) a recuperação contínua de ônibus rodoviários (volumes +16% no ano e receitas +38%, favorecidos por um maior mix de entregas do G8); (ii) fortes vendas para o setor público e o programa Caminho da Escola (este último representando 42% da produção nacional do 1T) e (iii) impactos atrasados da transição Euro 6, já que todos os segmentos, exceto a Volare, ainda estavam entregando ônibus Euro 5 – a empresa espera um 2T23 mais fraco nesse sentido, ao mesmo tempo em que espera menos unidades para o programa Caminho da Escola, com volumes que devem se recuperar a partir do 3T23.
A XP tem recomendação de compra para a ação, assim como o BBI. O banco destaca que, diante dos resultados apresentados e sinalizações positivas para o restante do ano, mantém a visão positiva, baseada em: (i) passagens aéreas mais altas no mercado doméstico, deslocando a demanda do transporte aéreo para o rodoviário; (ii) recuperação dos passageiros do transporte público e aplicação de requisitos de menor idade da frota de ônibus, impulsionando novos pedidos; e (iii) um novo leilão do programa social Caminho da Escola previsto para meados de 2023.
RD – Raia Drogasil (RADL3)
A RD – Raia Drogasil (RADL3) registrou lucro líquido de R$ 206,6 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), o que representa um crescimento de 34,5% frente a mesma etapa de 2022.
Já o lucro líquido ajustado somou R$ 204 milhões no 1T23, alta de 40,4% na comparação ano a ano.
O Ebitda ajustado totalizou R$ 566,9 milhões no 1T23, um crescimento de 41,4% em relação ao 1T22.
A Levante aponta que os números foram positivos, superando o desempenho do 1T22. Nesse sentido, os destaques foram: (i) ampliação da Receita Bruta; (ii) avanço do Ebitda ajustado; e (iii) aumento do lucro líquido.
“Apesar da pressão pelos níveis de inflação persistentes (IPCA), sua Margem Ebitda Ajustada e Margem Líquida Ajustada
apresentaram níveis competitivos – e o Fluxo de Caixa Livre foi impactado no período, ante o cenário macroeconômico mais restritivo. Em suma, os números foram beneficiados através dos reajustes dos medicamentos em 10,9% pela Câmara de
Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) que foram válidos até abril de 2023, e que deram lugar ao novo reajuste de 5,6% para os próximos trimestres”, destacam os analistas.
O Itaú BBA reforça que os resultados do primeiro trimestre da Raia Drogasil (RD) foram sólidos e um pouco acima das suas estimativas.
A empresa mostrou uma venda nas mesmas lojas (que considera lojas abertas há um ano ou mais) consistente e um bom desempenho de vendas digitais, o que contribuiu para uma alavancagem operacional e um ganho de 1,1 ponto porcentual na margem Ebitda (rentabilidade operacional), 0,2 ponto acima da sua estimativa.
“Apesar do bom trimestre, chamamos a atenção para o segundo trimestre, que estará exposto a uma base de comparação mais difícil. Por enquanto, com o papel negociando a 36 vezes o múltiplo preço em relação ao lucro por ação (P/L), mantemos nossa recomendação neutra (desempenho em linha com a média do mercado) para RADL3, com preço-alvo de R$ 26 ao fim de 2023”, avalia o BBA.
O Credit Suisse também apontou ver os resultados como bons e que gosta da defensividade de RADL3, com crescimento consistente, estabilidade no lucro versus pares de saúde e resiliência do varejo farmacêutico.
“No entanto, vemos o valuation bastante alto limitando o upside potencial e existe a percepção no mercado de que o múltiplo é ‘esticado demais’”, avaliam os analistas. Por outro lado, destacam a pouca convicção em operar vendido no papel dado o nível de qualidade muito alto da empresa.
Vulcabras Azaleia (VULC3)
A Vulcabras (VULC3) registrou lucro líquido societário de R$ 83,6 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), montante 54,8% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.
O Ebitda ajustado totalizou R$ 116,9 milhões no 1T23, um crescimento de 39,8% em relação ao 1T22.
A XP avalia que a Vulcabras reportou fortes resultados no primeiro trimestre de 2023, com um Ebitda acima das expectativas devido a uma expansão mais forte da margem bruta. “Mantemos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19 por ação”, avalia.
A receita líquida cresceu 19,5% na base anual, impulsionada principalmente por preços/mix (+15%) em todas as categorias, enquanto os volumes (+4%) foram impactados pelo mercado externo, com os países da América Latina continuam enfrentando um ambiente macroeconômico desafiador.
“É interessante notar que o canal de e-commerce permanece sólido, com alta de 120% frente o 1T22, alcançando uma penetração recorde de 9% (vendas totais). Em termos de rentabilidade, a margem bruta foi o destaque, com alta de +4,3 p.p , impulsionada por sinergias operacionais, mix de produtos, maior penetração de vendas diretas ao consumidor e menores custos de frete internacional”, aponta.
Quanto ao Ebitda ajustado, a margem subiu +3 pontos, já que maiores despesas de marketing, royalties e comissões do e-commerce compensaram parcialmente a expansão da margem bruta. O lucro líquido foi de R$ 84 milhões devido a resultados operacionais mais fortes e melhores resultados financeiros, enquanto a geração de caixa foi de R$ 130 milhões, um aumento de 24% em relação ao ano anterior.
O BBI avalia que a Vulcabras surpreendeu o banco em quase todas as métricas. Os preços médios mais altos sustentados por um sortimento de produtos mais premium levaram a receita, margem bruta e, portanto, Ebitda, a ficarem acima das suas expectativas.
Os resultados mais fortes de Mizuno, Under Armour e canal online levaram a uma maior diluição de despesas em um cenário desafiador de royalties, taxas de marketplace e maiores despesas de marketing. A bandeira amarela nos resultados veio da queda de 1% no volume de calçados esportivos liderada pelo mercado internacional, notadamente por causa das restrições às exportações para a Argentina.
Os analistas mantêm recomendação equivalente à compra para o papel porque acreditam que a Vulcabras tem uma das avaliações mais atraentes em seu universo de cobertura.
Gerdau (GGBR4)
A Gerdau reportou lucro líquido de R$ 3,215 bilhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), montante 9,4% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022 e acima dos R$ 2,1 bilhões esperados pelo consenso Refinitiv.
O lucro líquido ajustado foi de R$ 2,388 bilhões nos primeiros três meses de 2023, uma redução de 18,8% na comparação ano a ano.
A Gerdau explica que “este desempenho reflete uma demanda estável por aço nos primeiros meses do ano, bem como a resiliência dos nossos modelos de negócios, além do mindset ágil e inovador da companhia, centrado nos desafios e necessidades de seus clientes e demais stakeholders”.
O Itaú BBA destaca que a companhia registrou Ebitda ajustado de R$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre, alta de 19% em base trimestral, embora com uma queda de 26% na comparação anual, e 5% acima das suas estimativas e do consenso, de R$ 4,1 bilhões.
A diferença em relação às estimativas do BBA ocorreu principalmente devido a resultados melhores do que o esperado na América do Norte, ajudados por volumes fortes.
Os números foram sequencialmente mais robustos no Brasil e nos EUA, impulsionados por volumes mais altos e custos mais baixos. Além disso, o endividamento da companhia, medido pela relação dívida líquida/Ebitda, ficou estável em 0,3 vezes na comparação trimestral. “Assim, mantemos a nossa recomendação de “compra” para GGBR4, com preço-alvo de R$ 34 ao fim de 2023”, aponta.
A XP também aponta os resultados como sólidos e que o principal impacto em suas estimativas foi a divisão da América do Norte, principalmente devido aos volumes acima do esperado (proporcionando maior diluição de custo fixo) e menores custos gerais (CPV/tonelada em queda de 8% no trimestre).
“Além disso, observamos um trimestre decente para a Unidade Brasil, com margens melhorando de 11,0% no 4T22 para 15,4%”, avalia.
Klabin (KLBN11)
A Klabin registrou lucro líquido de R$ 1,262 bilhão no primeiro trimestre de 2023 (1T23), montante 44% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022. O resultado veio acima dos R$ 698 milhões esperados pelo consenso Refinitiv.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 1,942 bilhão no 1T23, um crescimento de 13% em relação ao 1T22 e acima dos R$ 1,81 bilhão esperados pelo consenso Refinitiv.
A margem Ebitda ajustada atingiu 40% entre janeiro e março deste ano, alta de 1 ponto percentual frente a margem registrada em 1T22.
A XP ressalta que os números foram sólidos, com Ebitda 6% acima da projeção da XP.
Os principais destaques foram: (i) melhora de margens de 8 p.p. no trimestre na unidade de papel e embalagens, devido a menores custos; (ii) menor demanda por kraftliner impactando o volume de vendas de papel (-14% no trimestre); e (iii) dividendos de R$ 0,35 por ativo KLBN11 (7,4% dividend yield anualizado).
“Embora o momento operacional continue prejudicado (custos de madeira mais altos devido ao 1º ciclo do Puma II), ainda gostamos da história de longo prazo da Klabin”, apontam os analistas, mantendo recomendação de compra.
O Itaú BBA também destaca a alta sequencial do Ebitda (+2% frente o 4T22), avanço justificado pelo melhor desempenho na divisão de papéis e embalagens, mais que compensando a queda no segmento de celulose.
“Outro destaque foi a alavancagem financeira da companhia, que ficou estável na comparação trimestral e ainda em nível saudável no trimestre. Assim, mantemos nossa recomendação de compra para KLBN11, com preço-alvo de R$ 23 ao fim de 2023, uma vez que ainda enxergamos bons fundamentos da empresa, apesar do momento mais desafiador na indústria de celulose”, avalia.
Já o Bradesco BBI mantém recomendação neutra, apesar de destacar os resultados como positivos, com maior ceticismo sobre os preços de papel e celulose.