Insumos para mais 5,5 milhões de doses da CoronaVac devem chegar a SP na próxima semana, diz site
janeiro 19, 2021SÃO PAULO – Um dos componentes essenciais para que o Instituto Butantan (São Paulo) possa continuar a produção da CoronaVac, vacina contra Covid-19 desenvolvida pelo instituto e pelo laboratório chinês Sinovac, é a matéria-prima desse imunizante. O insumo é chamado de “ingrediente farmacêutico ativo” (IFA) e deve ser importado da China.
Questionado sobre a capacidade de produção da CoronaVac, Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan, afirmou em coletiva de imprensa na última segunda-feira (18) que a produção do Butantan está condicionada a entrega desses insumos ao Brasil. Segundo o diretor, a capacidade de produção do Butantan é de um milhão de doses por dia caso a decisão do governo chinês para exportar insumos seja positiva.
Segundo informações da jornalista Julia Duailibi, do site de notícias G1, a expectativa do governo paulista é de receber 5,4 mil litros de insumos para a CoronaVac ainda na semana que vem (25 a 31 de janeiro).
De acordo com explicação dada por Covas também na última segunda-feira, mil litros do princípio ativo permitem a produção de um milhão de doses. Logo, esse lote de insumos deve permitir que o Instituto Butantan produza cerca de 5,5 milhões de doses da CoronaVac.
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A CoronaVac é a única vacina que já está sendo utilizada na campanha nacional de imunização. O impasse envolvendo falta dos insumos para a confecção das vacinas contra Covid-19 levanta debates sobre outros problemas logísticos que a vacinação no país pode enfrentar. Em uma reportagem recente, o InfoMoney mostrou as principais dificuldades que o Brasil deve ver com a distribuição dos imunizantes.
Governo paulista cobra agilidade dos chineses
Também na coletiva de imprensa realizada na última segunda-feira, João Doria (PSDB), governador do estado de São Paulo, afirmou que a expectativa do governo estadual é de que a China dê uma resposta sobre a exportação dos insumos até a manhã da próxima quarta-feira (20). O acordo entre o governo de São Paulo e a farmacêutica chinesa Sinovac prevê a compra de 46 milhões de doses da vacina.
“Em relação à China, o Instituto Butantan renovou hoje [18] a solicitação para agilidade na destinação dos outros insumos. Nós compramos 46 milhões de doses da vacina. Quero aproveitar para esclarecer que quem fez a compra foi o governo do estado de SP e o Instituto Butantan. Agora, nós estamos disponibilizando, e obviamente vendendo, a vacina para o Ministério da Saúde. Mas a responsabilidade é do governo de São Paulo. Vamos aguardar até quarta-feira pela manhã [20], dada a diferença de fuso horário coma China, para ter esta confirmação”, disse.
Novo pedido de uso emergencial
Na mesma coletiva, Covas disse que enviou um novo pedido de uso emergencial da CoronaVac à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Dessa vez, solicitando autorização para uso de todas as doses envasadas pelo Instituto Butantan. Atualmente, o Butantan tem 4,8 milhões de doses prontas e aguardando liberação.
Covas explicou que essa autorização é diferente da expedida pela agência reguladora no último domingo (17), quando a Anvisa autorizou o uso emergencial das primeiras 6 milhões de doses. Na última segunda-feira (18), a vacinação teve início em seis hospitais do estado de São Paulo, com cerca de 1,4 milhão de doses. O restante (4,6 milhões) começou a ser distribuído pelo governo federal aos outros estados do país.