Inflação nos EUA, Haddad, decisão do BCE, varejo no Brasil e mais destaques desta 5ª
setembro 12, 2024O mercado se prepara nesta quarta para conhecer mais dados econômicos dos Estados Unidos e do Brasil em busca de pistas sobre as decisões de política monetária da Super Quarta, na próxima semana.
Lá fora, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) será divulgado após um Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) que subiu 0,2% em agosto, dentro das previsões de economistas, consolidando a expectativa de um corte de 25 pontos-base nos juros americanos, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group.
No Brasil, agentes aguardam os últimos dados do varejo, previstos para às 9h de hoje. O consenso LSEG prevê alta de 0,5% na base mensal e de 4,2% na base anual. Enquanto isso, o mercado ainda repercute o avanço inesperado do setor de serviços brasileiro, o que sugere pressões inflacionárias que, no limite, podem corroborar uma política monetária mais rígida por parte do Banco Central.
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E, ainda na temática de juros, será a vez do Banco Central Europeu (BCE) apresentar sua decisão nesta quinta-feira. Analistas projetam que o movimento de ajuste seja mantido, considerado dados de inflação mais recentes no bloco europeu. O mercado espera amplamente que o BCE corte a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, o que deve ter um impacto limitado nos preços. Também haverá a divulgação de projeções de crescimento por lá, que podem ser revisadas para baixo, e de inflação.
Agenda
Nesta quinta-feira, o ministro Fernando Haddad inicia seu dia com entrevista ao Bom dia, Ministro, no canal Gov transmitido pela EBC, às 8h. Depois disso, se reunirá com Samar Maziad, Vice-Presidente da Agência Moody’s. Na parte da tarde, Haddad tem encontro com Rudinei dos Santos Marques, Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle. Os membros da diretoria do Banco Central se concentram em compromissos fechados à imprensa e entraram em período de silêncio desde ontem.
Pelo regulamento do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, o período desde a quarta-feira anterior à reunião e imediatamente posterior (até a publicação da Ata) deve ser de silêncio dos membros do Comitê. Enquanto isso, o presidente Lula cumpre agenda no Rio de Janeiro, onde participa da cerimônia de celebração do retorno do Manto Tupinambá ao Brasil e da inauguração do Armazém da Utopia.
Brasil
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9h – IBGE: Pesquisa Mensal de Comércio
EUA
9h30 – Índice de Preços ao Produtor (PPI)
9h30 – Auxílio-desemprego
9h30 – Exportação de grãos
15h – Pesquisa Mensal de Comércio
Zona do Euro
9h15 – Decisão do BCE
Mercados Internacionais
Após a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) nos EUA, em linha com as expectativas, na véspera, os investidores voltam suas atenções para o índice de preços ao produtor (PPI) nesta quinta-feira (12). O consenso LSEG espera que o PPI registre um avanço de 0,1% em relação a julho e de 1,8% na base anual. Esses dados, somados aos números de pedidos de seguro-desemprego, que também estão previstos para hoje, podem gerar volatilidade no pré-mercado de Nova York, que opera em alta no momento.
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Os mercados da Europa também operam com alta, enquanto investidores aguardam a decisão sobre juros do Banco Central Europeu (BCE). A decisão deve ser publicada às 9h15 (horário de Brasília).
Ação do Novo contra suspensão do X
O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, defendeu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o arquivamento sumário, sem haver qualquer análise de mérito, da ação movida pelo Partido Novo que questiona a decisão do ministro Alexandre de Moraes – confirmada posteriormente pela Primeira Turma da corte — de suspender as atividades do X no Brasil.
Em manifestação encaminhada nesta quarta-feira, o procurador-geral argumentou que a ação tem de ser arquivada por razões processuais: a arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) não é o instrumento adequado para se questionar a decisão.
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Além disso, destacou Gonet ao citar entendimentos anteriores do Supremo, as decisões já tomadas são soberanas.
Economia
A inflação dos alimentos provocada pelo prolongamento da seca preocupa “um pouquinho”, disse nesta quarta-feira (11) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Apesar dos efeitos sobre os preços, ele disse que o problema não pode ser enfrentado por meio do aumento de juros pelo Banco Central (BC).
“A inflação preocupa um pouquinho, sobretudo em virtude do clima. Estamos acompanhando a evolução da questão climática, o efeito do clima sobre o preço do alimento e eventualmente sobre o preço de energia faz a gente se preocupar um pouco com isso. Mas a inflação advinda desse fenômeno não se resolve com juros. Juros são outra coisa”, disse Haddad no Ministério da Fazenda.
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Revisão de projeção do PIB de 2024
Haddad disse também nesta quarta-feira que o governo revisará a projeção oficial para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 para pelo menos 3%, tratando esse patamar como um “piso” que está “praticamente contratado”.
Em entrevista à imprensa, Haddad afirmou que a nova estimativa da pasta virá acima do que a própria equipe econômica esperava, citando também dado forte do setor de serviços divulgado nesta quarta.
O Banco Central afirmou em nota que a captação pelo governo de recursos esquecidos em instituições financeiras não pode ser classificada como receita primária, marcando um revés nos esforços do governo para utilizar esses saldos a fim de cumprir a meta fiscal deste ano.
Após a divulgação da nota técnica, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad sinalizou nesta quarta-feira que concorda com a posição da autoridade monetária, afirmando que a contabilização das receitas precisa respeitar o entendimento do BC.
Em projeto de lei aprovado no Senado, que ainda depende de aprovação da Câmara dos Deputados, a destinação desses recursos ao Tesouro Nacional foi proposta pelo líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), como uma das medidas para compensar perdas de receitas com a desoneração da folha de pagamento de 17 setores e pequenos municípios.
Política
Desoneração
Apesar de ter aprovado o texto-base e ter rejeitado os destaques na véspera, a Câmara dos Deputados transferiu para sessão desta quinta-feira (12) a partir das 9 horas a conclusão da votação do projeto de lei que propõe uma transição de três anos para o fim da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia e para a cobrança de alíquota cheia do INSS em municípios com até 156 mil habitantes.
Os deputados votavam uma emenda de redação do relator, deputado José Guimarães, mas não houve quórum para encerrar a votação nominal. Era necessária a presença de 257 votantes, mas somente 237 registraram o voto.
Orçamento secreto
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino determinou nesta quarta-feira (11) que a Controladoria-Geral da União (CGU) amplie o levantamento sobre os municípios que mais foram beneficiados com emendas do orçamento secreto entre 2020 e 2023.
Na decisão, o ministro disse que a pesquisa da CGU deverá englobar pelo menos seis municípios das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. O levantamento sobre a Região Norte já foi entregue ao Supremo. Dino deu prazo de 60 dias para o órgão concluir o trabalho.
Apoio a Hugo Motta
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou na quarta-feira seu apoio ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) como seu sucessor no comando da Casa pelos próximos dois anos, informou o líder da bancada do PT, Odair Cunha (MG).
“O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), informou hoje, em almoço com líderes partidários, que apoia o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB) para sua sucessão, como um nome qualificado para a construção da unidade na Casa”, anunciou o petista em suas redes sociais.
Rachadinha
A 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), ofereceu denúncia, no dia 5 deste mês, contra sete pessoas, entre elas funcionários e ex-funcionários da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A acusação envolve um esquema de corrupção, conhecido como “rachadinha”, no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PL), entre os anos de 2005 e 2021.
Jorge Fernandes, acusado de liderar o esquema, pagou dois boletos em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, segundo reportagem da Folha de São Paulo.
(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)