Índices futuros dos EUA e bolsas europeias sobem mais de 1%, mantendo rali após eleição de Biden nos EUA
novembro 9, 2020
As bolsas europeias e os mercados futuros americanos têm alta nesta segunda-feira, após a eleição do ex-presidente Joe Biden como presidente dos Estados Unidos na tarde do sábado (7), encerrando dias de incerteza sobre o desfecho. Foram decisivas as contagens dos estados de Pensilvânia e Nevada.
O índice S&P 500 Futuro tem alta de 1,41% às 6h34 (horário de Brasília); o Nasdaq Futuro sobe 1,95%; o Dow Jones Futuro sobe 1,22%. Vale destacar que, na última semana, os três principais índices das Bolsas americanas tiveram o melhor desempenho para o período desde abril, com o Dow Jones valorizando 6,9%, o S&P 500, 7,3% e o Nasdaq subindo mais ainda, 9%. O movimento também foi acompanhado pela Bolsa brasileira, com o Ibovespa tendo uma alta de 7,42% no período.
As notícias sobre a corrida presidencial ofuscaram dados alarmantes sobre o coronavírus. No dia 4, os Estados Unidos foram o primeiro país a ultrapassar a marca de 100 mil novos casos de infecção pelo coronavírus registrados (com 107 mil). No dia 6, foram 132 mil casos. No dia 8, foram outros 101 mil casos, o maior número registrado no país em um domingo até o momento.
Não há no país um órgão centralizado responsável por declarar a vitória dos candidatos, que tradicionalmente fica a cargo da imprensa. No sábado, a agência internacional de notícias Associated Press e outros veículos importantes, incluindo o jornal americano The New York Times, declararam que Biden havia obtido os 270 colégios eleitorais necessários para se tornar presidente dos Estados Unidos.
O atual presidente, Donald Trump, não aceitou a derrota publicamente, e promete questionar os resultados na Justiça. Mas analistas acreditam que há pouca chance de que consiga alterar o desfecho.
O mercado continua atento para os resultados dos votos para o Senado na Geórgia. Até o momento, democratas e republicanos estão empatados na contagem de número de senadores, cada um com 48 confirmados. O resultado da Geórgia deve ser determinante sobre se os republicanos manterão o domínio sobre o Senado, ou se os democratas tomarão a frente.
Com a renúncia de um senador republicano em 2019, há duas eleições para senador no estado, sendo que em uma delas o candidato democrata leva vantagem e, na outra, um candidato republicano. Para assegurar a maioria, democratas precisariam vencer ambas. Devido à margem pequena de Biden sobre Trump, os votos no estado serão recontados.
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O arranjo provável entre uma Presidência democrata e um Senado comandado por republicanos parece ser bem recebida pelo mercado. Este arranjo irá limitar drasticamente a capacidade de Biden de realizar reformas econômicas mais profundas, mantendo o status quo. Na Europa, os índices também têm alta nesta segunda.
O índice Eurostoxx tem alta de 1,39%; o Dax, da Alemanha, sobe 1,72%; o FTSE 100, do Reino Unido, sobe 1,37%; o CAC, da França, sobe 1,45%; e o FTSE MIB, da Itália, sobe 1,74%.
Em paralelo, notícias alarmantes sobre a pandemia do coronavírus no continente continuam a ser motivo de preocupação. Devido ao rápido aumento de infecções, economistas do banco Goldman Sachs reduziram suas estimativas para o crescimento global em 2021 em 0,5 ponto percentual, para 6%. Na Europa, a França prevê uma queda de atividade econômica, para 12% abaixo do normal, devido ao novo lockdown implementado no país.
Na Ásia, os resultados da eleição americana também contribuíram para uma tônica positiva nas bolsas.
O índice Nikkei, do Japão, fechou em alta de 2,12%; o Hang Seng Index, de Hong Kong, subiu 1,18%; o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 1,27%; o índice Shanghai, da China, subiu 1,86%.