Ibovespa tem alta puxado por bancos após dado de emprego nos EUA; dólar cai a R$ 5,25

Ibovespa tem alta puxado por bancos após dado de emprego nos EUA; dólar cai a R$ 5,25

setembro 4, 2020 Off Por JJ

SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta sexta-feira (4) com otimismo depois de dados positivos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos. As bolsas americanas sobem depois de caírem forte na véspera por conta do sell-off que se abateu sobre ações de empresas de alta tecnologia.

Entre os indicadores, o Relatório de Emprego dos Estados Unidos revelou a criação de 1,37 milhão de empregos em agosto. O número veio um pouco acima da mediana das expectativas dos economistas compilada no consenso Bloomberg, que apontava para a geração de 1,35 milhão de postos de trabalho no período.

No Brasil, chama atenção o desgaste no relacionamento entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ontem, Maia declarou que passará a se comunicar sobre votações importantes com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Isso porque, segundo Maia, Guedes proibiu o diálogo dele com os secretários da área econômica.

Continua a repercutir hoje a reforma administrativa, enviada ao Congresso na véspera. A proposta traz pontos positivos, mas não tem efeitos sobre os atuais servidores, e depende de novas regulamentações para mudar outras regras.

Às 10h34 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha alta de 0,68%, aos 101.320 pontos. Novamente, os bancos puxam os ganhos, com valorizações em torno de 1% de Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil. A soma dos ativos das três instituições financeiras resulta em perto de 15% da composição da carteira teórica do benchmark.

Enquanto isso, o dólar comercial cai 0,61% a R$ 5,2578 na compra e a R$ 5,2585 na venda. O dólar futuro para outubro recua 0,62%, a R$ 5,263.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 tem queda de seis pontos-base a 2,73%, o DI para janeiro de 2023 perde seis pontos-base a 3,89%, o DI para janeiro de 2025 opera com perdas de seis pontos a 5,68% e o DI para janeiro de 2027 varia negativamente nove pontos-base a 6,62%.

Maia e Guedes

O mercado reagirá hoje à deterioração do relacionamento entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia e o ministro da Economia, Paulo Guedes. A influência do ministro e a relação com o presidente Jair Bolsonaro já são motivos de preocupação para os investidores, e o temor deve se agravar com as declarações de Maia.

Depois de receber a proposta administrativa do governo, o presidente da Câmara disse que passará a tratar com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, sobre votações importantes, como a reforma administrativa. Isso porque, segundo Maia, Guedes proibiu o diálogo dele com os secretários da área econômica. As declarações foram dadas em entrevista à Globonews.

Maia disse que o fim das conversas com Guedes não vai comprometer a relação entre governo e Legislativo nem o andamento das reformas porque a articulação política continua na Câmara. Segundo ele, Guedes “não é político” e tem “pouca experiência” na articulação política.

Ontem, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia declarou que o abandono do teto de gastos poderia mergulhar o País numa recessão ainda mais profunda em 2020, reduzir o crescimento em 2021, além de elevar juros e inflação, segundo O Estado de S.Paulo.

Pelas contas da SPE, o abandono da regra acentuaria a queda do PIB esperada para 2020. A previsão atual é de queda de 4,7%, mas poderia chegar a 6,9%. Além disso, o crescimento esperado para 2021, de 3,2%, seria reduzido, passando a alta de 1,7%.

Reforma administrativa

Continua a repercutir hoje a reforma administrativa, enviada ao Congresso na véspera. Entre os pontos positivos, a proposta proíbe progressões automáticas de carreira e abre caminho para o fim da estabilidade em grande parte dos cargos, traz maior rigor para as avaliações de desempenho e reduz o número de carreira, destacou a Folha de S.Paulo.

No entanto, a medida não tem efeitos sobre os atuais servidores, e depende de novas regulamentações para mudar outras regras. Por isso, o jornal afirma que a reforma não deve gerar economia aos cofres públicos no curto prazo.

A reforma recai sobre futuros servidores dos três Poderes na União, estados e municípios, mas preserva categorias específicas. Serão poupados das mudanças juízes, procuradores, promotores, deputados e senadores. Ontem, Maia disse que a proposta pode ser aprovada na Câmara ainda este ano. Se aprovada pela Câmara, a proposta seguirá para o Senado.

Também chama atenção a fala do presidente Jair Bolsonaro na noite de ontem sobre o leilão 5G. De acordo com O Estado de S.Paulo, Bolsonaro disse que é ele quem vai decidir sobre o fornecimento da tecnologia para o 5G no Brasil.

O presidente declarou que está conversando com diversas autoridades sobre o tema, entre elas integrantes do governo americano. “Vou deixar bem claro, que vai decidir 5G sou eu. Não é terceiro, ninguém dando palpite por aí, não. Eu vou decidir o 5G”, disse em transmissão semanal nas redes sociais. O leilão do 5G no Brasil deve ocorrer em 2021, e tem gerado uma disputa tecnológica entre Estados Unidos e China.

Durante a transmissão, ele disse ainda que o Congresso “talvez” estenda o alcance da reforma administrativa para os outros Poderes.

Radar corporativo

O mercado acompanha hoje a repercussão de mais uma aquisição feita pelo Magazine Luiza. A empresa anunciou a compra da plataforma de delivery de comida AiQFome, presente em mais de 350 municípios distribuídos em 21 estados.

Outro destaque é a notícia de que a BNDES Participações planeja fazer um follow-on para vender suas ações na Suzano. No final de agosto, a BNDESPAR detinha 11,03% do total de ações da empresa.

Já a Guararapes informou que o Diretor de Relações com Investidores Newton Rocha de Oliveira Júnior será substituído por Tulio José Pitol de Queiroz, que é diretor executivo da Riachuelo.

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