Ibovespa sobe com exterior e em meio a expectativa por Copom; dólar tem alta a R$ 5,24
junho 17, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta quarta-feira (17) acompanhando o desempenho positivo dos futuros dos índices acionários dos Estados Unidos. No radar, os investidores seguem otimistas com a recuperação econômica de países que flexibilizaram suas quarentenas, principalmente os EUA, que ontem divulgaram um crescimento de 17,7% nas vendas no varejo em maio.
Entre os indicadores locais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o volume de serviços no Brasil caiu 11,7% em abril frente a março. Este é o resultado negativo mais intenso desde o início da série histórica (janeiro de 2011). Trata-se também da terceira taxa negativa seguida, com acúmulo de perda de 18,7% neste período.
Contudo, o evento que mais provoca a ansiedade do mercado hoje no Brasil é a decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve cortar a Selic em 0,75 ponto percentual, para 2,25% ao ano. Economistas dizem que é importante ler com atenção o comunicado depois da reunião, pois ele pode deixar a porta entreaberta ou fechada para novas reduções da taxa básica de juros.
Às 10h10 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha alta de 0,72% a 94.201 pontos.
Já o dólar comercial sobe 0,29% a R$ 5,246 na compra e a R$ 5,248 na venda. O dólar futuro para julho opera em leve alta de 0,04% a R$ 5,25.
No mercado de juros futuros, DI para janeiro de 2022 fica estável a 3,09%, o DI para janeiro de 2023 opera estável a 4,17% e o DI para janeiro de 2025 recua um ponto-base a 5,76%.
Já na seara política, o presidente Jair Bolsonaro voltou a subir o tom após a Polícia Federal realizar uma operação que atingiu alguns de seus aliados políticos. Na noite de terça-feira, em suas redes sociais, o presidente afirmou que não iria “assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”.
Hoje, os EUA frustraram o Brasil e decidiram anunciar candidato próprio para disputar a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), hoje ocupada pelo colombiano Luis Alberto Moreno. Os EUA anunciaram a intenção de nomear Mauricio Claver-Carone para o posto.
Até ontem, o Ministério da Economia acreditava que teria o apoio do governo Trump no pleito e conseguiria emplacar um nome do País para a presidência da instituição.
Outra notícia relevante do cenário macroeconômico nesta quarta são os alertas da economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath. Ontem, ela afirmou que a revisão das projeções de crescimento, prevista para este mês, deve mostrar taxas de crescimento negativas ainda piores do que as anteriormente estimadas.
E o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, volta a falar nesta quarta-feira às 13h. Na terça, ele afirmou que a economia americana não estará completamente recuperada enquanto a população não for convencida de que a pandemia do coronavírus estiver sob controle. Já são mais de 8 milhões de contaminados em todo o mundo.
Tensão política
Na noite de terça-feira, em suas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não iria “assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas”, referindo-se à operação da PF que atingiu seus aliados. Ele disse que, até o momento, nunca tomou uma medida que demonstrasse apreço ao autoritarismo.
A operação da PF foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é o relator do inquérito das fake news.
Jornada de trabalho
O Senado Federal aprovou a medida provisória 936, que permite redução de salários e jornadas e suspensão de contratos durante a pandemia do coronavírus.
A MP, que segue para sanção presidencial, criou o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Nesse programa, o governo paga uma parte do seguro-desemprego por até 60 dias ao trabalhador com contrato suspenso ou por até 90 dias se o salário e a jornada forem reduzidos. O salário não pode ser reduzido abaixo do atual salário mínimo, de 1.045 reais.
A redução de jornada permitida pelo programa poderá ser de 25%, 50% ou 75%, e regras variam de acordo com a faixa salarial do trabalhador.
Panorama corporativo
E dando prosseguimento ao interesse do BNDESPar em vender sua fatia na AES Tietê, a AES Corp. está interessada em comprar essa participação, segundo reportagem do jornal “Valor Econômico”.
De acordo com a publicação, a AES contratou os bancos Credit Suisse e Goldman Sachs como seus assessores nessa tratativa. A participação, detida por meio da BNDESPar, é de 28,41%, correspondente a R$ 1,6 bilhão. Na terça-feira, a BNDESPar já havia informado que contratou a BR Partners como assessor financeiro para essa operação.
O novo marco de saneamento básico, que está para ser votado no Senado, pode impulsionar novos investimentos e ajudar na retomada econômica do país no pós-pandemia, segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo).
A ideia é que esse marco dê mais segurança jurídica aos investidores e estabeleça metas de qualidade. O relatório do projeto de lei deve ser votado na próxima semana, depois de dois anos de discussões.
O setor de saneamento precisa de R$ 500 bilhões para universalizar os serviços de água e esgoto, segundo a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).
Invista na carreira mais promissora dos próximos 10 anos: aprenda a trabalhar no mercado financeiro em um curso gratuito do InfoMoney!