Ibovespa sobe com exterior após resultado de testes da vacina de Oxford e AstraZeneca; dólar cai a R$ 5,36
novembro 23, 2020
SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta segunda-feira (23) em meio à notícia de que a vacina desenvolvida pela universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca mostrou uma eficácia média de 70% em prevenir a contaminação dos participantes, chegando até 90% em um dos métodos de aplicação.
Esta é a única profilaxia que possui acordo firmado com o governo federal brasileiro. Pelo acordo firmado, a produção local de cerca de 100 milhões de doses será realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, ao custo de R$ 1,9 bilhão.
Às 10h12 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,8%, aos 106.891 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial cai 0,41% a R$ 5,3634 na compra e a R$ 5,3639 na venda. O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava queda de 0,28%, a R$ 5,365.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe três pontos-base a 3,39%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de quatro pontos-base a 5,15%, o DI para janeiro de 2025 avança seis pontos-base a 7,02% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de seis pontos-base a 7,82%.
Entre os indicadores, os economistas do mercado financeiro projetam uma queda menor para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, revelou o Relatório Focus do Banco Central. De uma queda de 4,66% na semana passada, agora a mediana das projeções foi para uma retração de 4,55%. Já para 2021, a previsão para o crescimento do PIB foi elevada de 3,31% a 3,40%.
Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a mediana das projeções subiu de 3,25% para 3,45% em 2020 e de 3,22% para 3,40% em 2021.
Para o câmbio, os economistas reduziram suas expectativas para o dólar ao fim de 2020, caindo de R$ 5,41 para R$ 5,38. Em 2021, as projeções se mantiveram em R$ 5,20.
Já para a taxa básica de juros, Selic, as estimativas continuaram em 2,00% ao ano para 2020, mas foram elevadas de 2,75% para 3,00% ao ano para 2021.
Os investidores ainda monitoram a fala de Paulo Guedes, ministro da Economia, em três eventos nesta segunda-feira.
Guedes defende teto em 2021
Em entrevista publicada no domingo no jornal Valor, Guedes afirmou que o Brasil está praticando a recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI) de manter suporte para a economia durante a crise de Covid, mas afirmou que o governo pretende deixar de gastar acima do teto a partir de 2021.
“Prorrogamos duas vezes auxílio emergencial. Renovamos a primeira vez em R$ 600. Depois renovamos novamente até o fim do ano mas desta vez em R$ 300. Nós já estamos praticando o que eles estão falando. Temos praticado a retirada gradual”, afirmou.
O decreto de calamidade pública do governo em decorrência da pandemia expira no final de dezembro. Caso não seja renovado, o governo perde a prerrogativa de se endividar sem limites, levando ao fim do Orçamento especial criado para se contrapor aos efeitos da pandemia.
Assim, programas como auxílio emergencial, Benefício Emergencial e Pronampe, programa destinado a socorrer micro e pequenas empresas, ficam sem recursos.
O Orçamento regular de 2021 é limitado pelo teto de gastos, e está quase todo comprometido com despesas permanentes, como salário de servidores e Previdência. O governo busca junto ao Congresso formas de viabilizar um programa mais amplo do que o Bolsa Família sem estourar o teto de gastos, mas, até o momento, sem sucesso.
Em sua entrevista ao Valor, Guedes afirmou que o plano do governo é voltar em janeiro ao padrão fiscal limitado ao teto de gastos. O motor do crescimento seriam, então, os investimentos privados que, em sua visão, seriam estimulados por novos marcos regulatórios, como saneamento, gás natural, cabotagem, setor elétrico, petróleo e 5G.
Destes, o único aprovado e em vigor é o do saneamento. “Estamos aprovando os novos marcos regulatórios exatamente para transformar a recuperação cíclica baseada em consumo em retomada de crescimento auto sustentável com base em investimentos”, afirmou o ministro.
Vacinação no Brasil
No fim da última semana, o governo do estado de São Paulo recebeu as 120 mil primeiras doses da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac, que tem no Brasil uma parceria com o Instituto Butantan.
O governo do estado firmou um acordo para a compra de 46 milhões de doses do produto e transferência de tecnologia para o Instituto Butantan que, no entanto, só terá autonomia para produzir as vacinas dentro de anos. A CoronaVac está passando por testes de fase 3.
Na sexta-feira, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou uma alteração nos protocolos dos testes clínicos da vacina contra a covid desenvolvida por AstraZeneca e Universidade de Oxford. De acordo com informações obtidas pelo jornal Valor, trata-se de uma mudança nas análises estatísticas dos resultados dos testes. A alteração ocorreu um dia após dados dos testes de fase dois da vacina terem sido publicados.
Além disso, um documento foi assinado em agosto entre governo do Paraná e o Instituto de Pesquisa Gamaleya, ligado ao governo russo, para produção local da vacina Sputnik V, que já teve resultados preliminares de testes de fase 3 divulgados no início de novembro, sem passarem, no entanto, por publicação em revistas científicas independentes.
Ocorrem no Brasil também estudos clínicos do produto desenvolvido por BioNTech e Pfizer, e do produto desenvolvido pela Janssen em parceria com Johnson & Johnson. Ainda não há, no entanto, um acordo firmado pelo país para a compra desses produtos.
O governo federal afirma que estuda a compra das vacinas de Janssen, Instituto de Pesquisa Gamaleya, Moderna e Covaxin, da Índia.
Radar Corporativo
O Carrefour Brasil informou que as vendas do dia 20 de novembro das lojas Carrefour Hipermercados serão doadas para entidades ligadas à luta pela consciência negra, posicionamento adotado após o assassinato por espancamento de um homem negro em uma das lojas da rede, em Porto Alegre.
Em nota à imprensa, a varejista afirmou que o Dia da Consciência Negra, celebrado na véspera em várias cidades do Brasil, deveria ser marcado pela conscientização da inclusão de negros e negras na sociedade, mas “foi o mais triste da história do Carrefour”.
O presidente do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), Italo Fioravanti Sabo Mendes, suspendeu na sexta-feira liminar concedida na véspera que determinava o afastamento temporário de diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional de Saúde (ONS), após o apagão energético que assola o Amapá.
O navio MV Carmen, um rebocador de uma empresa que presta serviço à Petrobras, naufragou na madrugada de sexta-feira no campo de Albacora, na Bacia de Campos, e os 18 tripulantes foram resgatados sem ferimentos por duas embarcações de apoio que estavam próximas, informou a Marinha em nota.
A Suzano anunciou na sexta com a fabricante de celulose especial Bracell para venda de terras, florestas e madeira, em uma transação que totaliza cerca de R$ 1 bilhão voltada a reduzir o endividamento da companhia.
As terras estão localizadas no Estado de São Paulo, onde a Bracell tem fábrica e está investindo em um projeto de expansão que tem conclusão prevista para 2021.
O lado desconhecido das opções: treinamento gratuito do InfoMoney ensina a transformar ativo em fonte recorrente de ganhos – assista!