Ibovespa Futuro sobe junto com exterior antes de dados dos EUA e reunião do Fed; dólar cai

Ibovespa Futuro sobe junto com exterior antes de dados dos EUA e reunião do Fed; dólar cai

abril 29, 2020 Off Por JJ

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro mantém o movimento dos últimos dois pregões e sobe nesta quarta-feira (29) seguindo os ganhos no exterior, apesar do clima de cautela conforme investidores aguardam a divulgação dos dados da economia dos Estados Unidos e a decisão do Federal Reserve.

Embora não seja esperada nenhuma alteração na taxa de juros nos EUA, o mercado quer saber qual é a projeção do BC americano para a retomada da economia.

Às 09h05, o índice futuro registrava ganhos de 0,92%, aos 82.250 pontos, enquanto o dólar futuro para maio recuava 0,51%, para R$ 5,466.

Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 recua 7 pontos-base, a 3,66%, enquanto o DI para janeiro de 2023 tem queda de 7 pontos, para 4,83%. O contrato para janeiro de 2025 cai 10 pontos-base a 6,58%.

Em live nesta manhã, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que segue com a mesma energia e determinação e com apoio do presidente Jair Bolsonaro.

Sobre os impactos da pandemia do coronavírus, o ministro afirmou que as quedas nas exportações para EUA, Argentina e, em menor grau, para a Europa estão sendo compensadas pelo aumento das exportações do agronegócio para Ásia, em particular para a China.

Os mercados internacionais operam em compasso de espera: além do final da reunião do Federal Reserve, cujo resultado será divulgado às 15h, a expectativa também está nos resultados trimestrais das empresas. Airbus, Volkswagen e Deutsche Bank, entre outras corporações, divulgam balanços na Europa.

As bolsas da Ásia fecharam em leve alta e os mercados abriram na Europa também com pequenos avanços. Os futuros de Nova York estão em terreno positivo; o futuro do Nasdaq sobe após a Alphabet registrar vendas acima da estimativa com nuvem do Google e expansão do YouTube.

O petróleo WTI sobe forte e volta aos US$ 14 o barril, recuperando parte das perdas dos últimos dois dias; volatilidade pode continuar com receio de que preço voltar a ficar negativo. Os metais têm desempenho misto e minério de ferro aponta baixa oscilação enquanto Vale vê corte de oferta dando suporte aos preços.

Agenda de indicadores

Às 10h30 (horário de Brasília), o Tesouro Nacional divulgará o resultado do governo central, que deve ter mostrado déficit de R$ 26 bilhões em março, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, após déficit de R$ 25,9 bi na medição anterior.

O Banco Central faz leilões de rolagem de swap cambial a partir das 11h30 e divulga fluxo cambial semanal às 14h30.

Mas o grande destaque fica para a agenda americana. Às 9h30, será revelado o PIB anualizado de primeiro trimestre, com expectativa de queda de 4% em meio à pandemia do coronavírus, após uma alta de 2,1% no quarto trimestre.

Às 15h, o Federal Reserve divulgará o resultado da reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc). A projeção é que o BC americano mantenha os juros entre zero e 0,25 pontos porcentuais ao ano, mas algum programa de compra de ativos pode ser anunciado. Às 15h30, Jerome Powell, presidente do Fed, falará.

Com juro já perto de zero, é provável que Fed volte a atenção para outras medidas para garantir uma forte recuperação econômica assim que o bloqueio do coronavírus terminar. A decisão do BCE será amanhã.

Política

Políticos da oposição reagiram à nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal, informa matéria do jornal O Globo. Ramagem é amigo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Já a nomeação do advogado André Mendonça para ministro da Justiça teve melhor acolhida.

Na agenda política, a Câmara aprovou a suspensão de dívidas de estudantes com o Fies por 60 dias; já a PEC do “orçamento de guerra” fica para hoje.

Pandemia

O Brasil bateu ontem recorde de mortos pela epidemia do coronavírus em 24 horas, com 474 óbitos. O Brasil agora é o nono país com mais mortes pelo Covid-19, são 5.017 óbitos, ante 4.637 da China – segundo números oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS). O ministro da Saúde, Nelson Teich, reconheceu o agravamento da situação, mas disse que a piora está restrita a locais com dificuldades. O Estado de São Paulo superou 2.040 mortes.

Em Brasília (DF), ao ser questionado sobre os números, o presidente Jair Bolsonaro respondeu: “E dai? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagres”. No total, o Brasil ultrapassou 71 mil casos confirmados do coronavírus.

Noticiário corporativo

A operadora de planos de saúde Hapvida, uma das maiores do país, lançou ontem um programa de recompra de ações ordinárias. A empresa pretende recomprar pouco mais de 21,7 milhões de ações em 18 meses. Essas ações correspondem a cerca de 10% dos papéis ordinários da Hapvida no mercado.

Já a Petrobras informou ontem à noite que mudará a sua métrica para medir o endividamento da empresa, por causa da forte volatilidade que ocorre nos mercados do petróleo. A estatal não usará mais a relação dívida líquida sobre o Ebitda e calculará apenas a dívida bruta total. Segundo a Petrobras, a sua dívida bruta deve ficar ao redor de US$ 87 bilhões em 2020 – o mesmo patamar do ano passado.

No radar de resultados, a Vale lucrou US$ 239 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de US$ 1,642 bilhão visto um ano antes. No trimestre anterior, a mineradora havia registrado perda de US$ 1,562 bilhão.

Já a Cielo registrou um lucro líquido de R$ 166,8 milhões no primeiro trimestre de 2020, queda de 69,4% na comparação com igual período do ano anterior, quando lucrou R$ 544,77 milhões.

RD e Minerva também reportaram seus números do trimestre, enquanto o rating da Embraer foi cortado pela Fitch. Enquanto isso, a Cia. Hering informou que 104 lojas já retomaram atividades, enquanto a BRF diz que unidade Rio Verde está suspensa temporariamente.

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