Ibovespa Futuro sobe e dólar cai com retomada do diálogo entre EUA e China; juros têm baixa com deflação no Brasil

Ibovespa Futuro sobe e dólar cai com retomada do diálogo entre EUA e China; juros têm baixa com deflação no Brasil

maio 8, 2020 Off Por JJ

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(alexsl/Getty Images)

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta sexta-feira (8) em meio à retomada do diálogo entre Estados Unidos e China depois do presidente americano, Donald Trump, ter dito no início da semana que terminaria o acordo comercial firmado com os chineses caso o país não comprasse bens e serviços dos EUA como prometido. Também há um sentimento geral entre os investidores de que o pior da crise do coronavírus já passou nos países desenvolvidos, algo que não se estende para o Brasil.

Por aqui, além das preocupações com a pandemia, o mercado também reflete a primeira deflação já registrada para um mês de abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu a 0,31% no mês passado. A deflação foi maior que a expectativa mediana dos economistas do mercado financeiro compilada pela pesquisa Bloomberg, que apontava para uma queda de 0,24% no nível geral de preços da economia no período.

Às 09h12 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para junho subia 0,64% a 79.380 pontos. Já o dólar futuro para o mesmo mês tinha queda de 0,24% a R$ 5,829. O dólar comercial, por sua vez, cai 0,31%, a R$ 5,8207 na compra e R$ 5,8219 na venda.

Já os juros estendem baixa no trecho curto após IPCA com deflação mais aguda e IGP-DI abaixo do esperado corroborarem dinâmica de preços sem pressão no contexto da pandemia do coronavírus e sem sinal de potencial limitação para o grau de ajuste adicional da política monetária.

Os mercados ainda ficam de olho na divulgação do Relatório de Emprego dos Estados Unidos, para o qual se espera uma destruição de 22 milhões de vagas de trabalho em abril, contra 701 mil em março. A taxa de desemprego no país deve disparar de 4,4% para 16%.

Política

Em uma atitude vista como de pressão pela retomada da atividade econômica no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, conduziram um grupo de empresários do Palácio do Planalto ao Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília (DF). O presidente do STF, Dias Toffoli, recebeu o séquito, que caminhou do Palácio do Planalto ao Supremo, e escutou as queixas.

Toffoli lembrou, contudo, que o final das quarentenas e medidas de isolamento social não depende do poder judiciário, mas dos governadores e prefeitos. Ele recomendou que o grupo tenha melhor diálogo com os entes federativos. Um industrial comparou a situação econômica com a epidemia da Covid-19, ao dizer que haverá “mortes de CNPJs” no país.

Após receber críticas pela visita repentina ao STF e por sua postura diante da pandemia, Bolsonaro diz que quer fazer churrasco para 30 pessoas, em desafio ao isolamento recomendado por governadores e pela OMS, destaca o Estadão. Na economia, promessa de veto ao reajuste dos servidores teve efeito pequeno no mercado e agora o presidente traz receio para a Petrobras, ao dizer, segundo o Globo, que questionará a empresa sobre alta da gasolina.

O Brasil teve ontem mais 610 mortes pelo coronavírus, o que elevou para 9.146 o total de óbitos pela Covid-19.

Bolsonaro disse que vetará o trecho do projeto de lei de socorro aos Estados e municípios que deixa brecha para aumento salarial a funcionários públicos. O veto foi anunciado publicamente pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ao pedir publicamente “a contribuição do funcionalismo”.

O presidente disse ontem que Paulo Guedes é dono de 99% da pauta econômica e ideia de “fabricar dinheiro não existe”, porque seria “o fim do Brasil” devido à inflação. “Estou fazendo o possível para comércio voltar à normalidade”, disse o presidente.

Noticiário corporativo 

A Lojas Americanas fechou o primeiro trimestre com um prejuízo líquido de R$ 49,2 milhões, com uma pequena melhora ante os R$ 53,5 milhões negativos de um ano antes. Já a B2W fechou o primeiro trimestre deste ano com prejuízo líquido consolidado de R$ 108 milhões, uma melhora ante os R$ 139,2 milhões registrados um ano antes. A Wiz Soluções publicou seus resultados do 1º trimestre e reportou um lucro líquido de R$ 51 milhões no período, uma queda de 9,9% sobre igual período do ano passado.

A administradora de planos de saúde Qualicorp fechou o primeiro trimestre com um lucro líquido de R$ 70,7 milhões, uma queda de 27,1% na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto a Sanepar teve lucro líquido de R$ 256 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 17,7% na comparação anual.

A Ânima Educação comunicou ontem à noite que fechou a aquisição da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG) por R$ 108,9 milhões. A Faseh tem seis cursos superiores, entre os quais o de medicina, e 1.034 alunos.