Ibovespa Futuro sobe com investidores atentos a dados do varejo após queda da Bolsa na véspera
julho 8, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta quarta-feira (8) com os investidores atentos a dados econômicos como o de vendas do varejo no Brasil, que subiram 13,9% em maio, na comparação com abril, enquanto os economistas esperavam um avanço menor, de 5,9%.
Lá fora, os índices futuros dos Estados Unidos registram leves altas apesar do avanço do coronavírus na maior economia do mundo. Com 3 milhões de infectados no país, estados como a Florida já enfrentam escassez de leitos de UTI e outros estados apresentam aumento dos casos.
Às 09h12 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto tinha alta de 0,72% a 98.600 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial tem queda de 0,51% a R$ 5,3561 na compra e a R$ 5,3579 na venda. Já o dólar futuro para agosto cai 0,32% a R$ 5,363.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 registra ganhos de quatro pontos-base a 2,99%, o DI para janeiro de 2023 aumenta quatro pontos-base a 4,10% e o DI para janeiro de 2025 avança três pontos-base a 5,66%.
Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, disse ontem que o ressurgimento do vírus pode estar ameaçando o ritmo da recuperação dos EUA; ele volta a participar de webinar hoje às 13h15.
Robert Shiller, economista e ganhador do Nobel, mostrou preocupação com possíveis efeitos duradouros da pandemia na economia. “Podemos ter novos fechamentos. Isso pode causar uma resposta psicológica pior nessa segunda vez”, disse em entrevista à CNBC, se referindo a uma segunda onda de contágio.
Já a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, alertou na terça-feira que muitos países estão tomando novos empréstimos e talvez precisem reestruturar suas dívidas.
Além da pandemia da Covid-19, volta a causar preocupação as tensões entre Estados Unidos e China. A repressão do governo chinês à oposição em Hong Kong e as restrições da demissão de vistos para autoridades de ambos os lados devido estão entre as tensões da vez.
Fôlego menor
A contaminação do presidente Jair Bolsonaro pelo novo coronavírus deve antecipar o esvaziamento da pauta legislativa, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
A projeção é que serão votadas apenas as medidas provisórias prestes a vencer. A partir do dia 15, líderes dos partidos devem se concentrar na formação de candidaturas em suas bases.
Paulo Guedes, ministro da Economia, fez teste com resultado negativo e fará novo exame para coronavírus em 4 dias. Guedes não tem sintomas da doença e cumprirá agenda por meio de videoconferência, disse o ministério. Nos últimos dias, Guedes teve reuniões com o presidente Jair Bolsonaro.
Ao menos 13 ministros estiveram com Bolsonaro nos últimos dias, diz o Estado; segundo a Folha, presidente se aglomerou e interagiu com centenas de pessoas nos últimos 14 dias e empresários que estiveram com Bolsonaro entram em quarentena.
Arrecadação fraca
Dados preliminares mostram que a arrecadação de impostos e tributos registrou nova queda em junho, a quinta seguida, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Esse cenário de retração nas receitas agrava ainda mais a situação das contas públicas do país.
Números prévios colhidos no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), do governo federal, apontam até agora para uma queda aproximada de 25%. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre a Importação (II) e tributos aplicados sobre operações das empresas, como o Cofins, estão entre os que apresentam retração.
Panorama corporativo
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira o texto-base da medida provisória (MP) sobre reembolso e a remarcação de passagens de voos cancelados durante a pandemia de Covid-19. O texto ainda prevê que trabalhadores do setor saquem recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Os destaques da MP devem ser votados nesta quarta-feira.
Já o governo negocia duas alterações no projeto de lei, já enviado ao Congresso Nacional, que trata da privatização da Eletrobras. A primeira prevê o uso da “golden share” (ação especial que dá alguns direitos de veto ao governo) e a criação de um fundo destinado especificamente para investimentos na região Norte, segundo reportagem do jornal “Valor Econômico”.
A incorporadora MRV registrou recorde de vendas no segundo trimestre do ano, se beneficiando da regularização de repasses para o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). A companhia informou que as vendas entre abril e junho somaram R$ 1,81 bilhão, alta de 37,4% na comparação com igual período de 2019. O número de unidades negociadas foi de 11.479, alta de 33,7%.
E a Camil registrou lucro líquido de R$ 109,5 milhões no primeiro trimestre de 2020, mais que o dobro dos R$ 49,8 milhões de igual período de 2019.
O passo a passo para trabalhar no mercado financeiro foi revelado: assista nesta série gratuita do InfoMoney.