Ibovespa Futuro sobe com início da vacinação nos EUA e novidade sobre estímulos; dólar cai

Ibovespa Futuro sobe com início da vacinação nos EUA e novidade sobre estímulos; dólar cai

dezembro 14, 2020 Off Por JJ

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(berya113/Getty Images)

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta segunda-feira (14) com expectativas pelo início da vacinação contra o coronavírus nos Estados Unidos hoje. Os americanos usarão a vacina desenvolvida pelos laboratórios Pfizer e BioNTech.

Ainda nos EUA, as notícias são de que um programa de estímulos bipartidário de US$ 908 bilhões possa ser apresentado no Congresso hoje, mas dividido em duas partes para aumentar as suas chances de aprovação. A ideia seria lançar um projeto de US$ 748 bilhões com dinheiro para desempregados e pequenos negócios e outro com proteções de responsabilidade e auxílio estatal.

No entanto, nem todas as notícias que provenientes do exterior são positivas. Diante da segunda onda do coronavírus, a Alemanha irá fechar escolas e outros negócios considerados não essenciais. “Parentes, amigos e contatos poderão se reunir em no máximo cinco pessoas, de dois lares, com exceção apenas para os feriados de Natal, entre 24 e 26 de dezembro, mas não durante a véspera do Ano Novo e durante o dia do Ano Novo”, anunciou a chanceler Angela Merkel.

Por aqui, as expectativas ficam por conta da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no Congresso esta semana depois da frustração com mais um adiamento na apresentação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial. Sem a LDO, o governo passaria por um shutdown (paralisação total dos serviços públicos), então é amplamente esperada a aprovação este ano.

Às 09h10 (horário de Brasília), o índice futuro para dezembro tinha alta de 0,53%, aos 115.805 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial caía 0,19% a R$ 5,0359 na compra e a R$ 5,0364 na venda. O dólar futuro com vencimento em janeiro de 2021 registrava queda de 0,73%, a R$ 5,028.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai um ponto-base a 2,99%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de três pontos-base a 4,30%, o DI para janeiro de 2025 recua quatro pontos-base a 5,86% e o DI para janeiro de 2027 registra variação negativa de seis pontos-base a 6,68%.

Entre os indicadores, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), cresceu 0,86% em outubro na comparação com o mês anterior, abaixo da mediana das projeções dos economistas, que apontava para avanço de 1,05% no período. Em setembro, o crescimento havia sido de 1,29%.

Os economistas do mercado financeiro não fizeram grandes alterações em suas projeções para o PIB brasileiro de 2020, de acordo com o Relatório Focus do BC. A mediana das expectativas para o dado oscilou de uma queda de 4,4% na semana passada para um recuo pouco maior, de 4,41% esta semana. Para 2021, as estimativas se mantiveram em um crescimento de 3,5%.

Já em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020, as projeções foram elevadas de 4,21% na semana passada para 4,25% hoje. Para 2021 a mediana das expectativas segue em avanço de 3,34% no principal medidor de inflação brasileiro.

As previsões para o dólar ao fim de 2020 também oscilaram, saindo de R$ 5,22 na semana passada para R$ 5,20 agora. A maior mudança, no entanto, ocorreu nas expectativas para o câmbio em 2021, que saíram de R$ 5,10 para R$ 5,03 por dólar no fim do ano.

Por fim, as expectativas para a taxa básica de juros, Selic, mantiveram-se em 2,00% ao ano para 2020 (sem possibilidade de mudarem, já que a reunião do Comitê de Política Monetária da semana passada foi a última do ano) e em 3,00% ao ano para 2021.

Vacinação no Brasil

No sábado, a Advocacia Geral da União enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o plano de vacinação contra a covid, que foi divulgado pela Corte. Dividido em quatro fases plano prevê 108,3 milhões de doses, o que seria o suficiente para vacinar mais de 51 milhões de pessoas de grupos prioritários. A primeira fase focaria em trabalhadores da área de saúde, indígenas, pessoas acima de 75 anos e pessoas com 60 anos ou mais vivendo em asilos.

Não há, no entanto, uma data para início da vacinação, apesar de o governo afirmar que isso deve ocorrer no primeiro semestre. O governo alegou que a definição de uma data depende da aprovação de vacinas pela Anvisa.

Essa questão deve continuar em pauta. No domingo, o ministro do STF Ricardo Lewandowski determinou que o Ministério da Saúde informe, em 48 horas, as datas de início e término do plano nacional de vacinação. Mais tarde, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, divulgou um vídeo gravado na sexta-feira em que afirma que seria irresponsável especificar uma data sem o registro de aprovação pela Anvisa. Ele ressaltou que não há nenhum pedido de uso emergencial de vacina junto à agência.

O governo diz que pretende utilizar a vacina produzida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Há um acordo pelo qual o governo receberia 100,4 milhões de doses do produto até o final de julho de 2021. Outras 160 milhões de doses deverão ser produzidas pela Fiocruz a partir de insumos enviados pela AstraZeneca.

O plano também prevê a aquisição de 42,5 milhões de doses do consórcio Covax, coordenado pela Organização Mundial de Saúde, pelo qual a entidade pretende disponibilizar aos participantes vacinas aprovadas para uso. O governo afirma que outras vacinas poderão ser compradas, a depender de aprovação da Anvisa.

Na semana passada, o governo federal assinou um memorando que abre caminho para a compra de 70 milhões de doses da vacina desenvolvida por Pfizer e BioNTech. Ela começa nesta segunda a ser aplicada nos Estados Unidos, e que vem sendo aplicada desde a semana passada no Reino Unido.

No plano, o governo afirma ainda que tem orçamento reservado para compra de outras vacinas em fase de testes. O documento cita 13 produtos, dentre eles a vacina CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, que no Brasil deve ser produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, a partir de insumos importados.

No vídeo divulgado no domingo, Elcio Franco ressalta que, caso seja aprovada, a vacina produzida pelo Butantan poderá ser incluída no plano federal de vacinação.

Em nota assinada por 36 pessoas, o grupo técnico do “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional de Vacinação Covid-19” se disse surpreendido com o documento e afirmou que o plano não lhe havia sido apresentado.

Uma das pesquisadoras citadas no plano, a enfermeira e epidemiologista Ethel Maciel, professora da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), afirmou em sua conta no Twitter que soube pela imprensa sobre o envio do documento, e afirmou que nenhum dos pesquisadores havia tido acesso ao relatório final, que os cita.

Disputa pela Câmara e trabalho dos jovens

Prestes a deixar a presidência da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que, se for comprovado que o governo vem buscando influenciar a eleição de seu sucessor usando como moeda de troca emendas e ministérios, a prática poderá ser considerada crime de responsabilidade. Ele descartou, no entanto, a possibilidade de impeachment de Bolsonaro, devido ao recrudescimento da pandemia.

Além disso, ele afirmou que o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), o teria procurado para tentar incluir gatilhos no projeto de reestruturação da dívida dos Estados, que será votado esta semana. Ele afirmou que acredita que a inclusão seria inconstitucional, mas poderia ser apresentada como emenda.

Além disso, com o adiamento da apresentação do relatório das PECs (Propostas de Emenda a Constituição) do ajuste fisca para 2021, a equipe econômica busca reintegrar ao texto do relator, senador Márcio Bittar (MDB-AC) pontos que ficaram de fora, em uma tentativa de viabilizar a aprovação da matéria, afirma o Valor com base em reportagem de bastidors. Na prática, as mudanças haviam diminuído o impacto potencial da proposta sobre as contas públicas.

Segundo pesquisa do Idados divulgada nesta segunda pelo Estadão, 77,4% dos trabalhadores jovens, com até 24 anos, têm empregos de baixa qualidade, quando se considera fatores com salário, estabilidade, condições de trabalho e rede de proteção, como o INSS. Isso equivale a cerca de 7,7 milhões de brasileiros. Quando se considera pessoas da faixa etária de entre 25 e 64 anos, a proporção é de 39,6%. Acima de 65 anos, de 27,4%.

Em entrevista ao jornal, o economista Bruno Ottoni, responsável pelo estudo, afirmou que “no mundo todo, o jovem tem uma renda menor e maior dificuldade de se colocar no mercado. Mas, no Brasil, os porcentuais indicam uma qualidade do emprego pior por causa da maior rotatividade e da informalidade”. A média mundial é de 60% dos jovens trabalhando em empregos considerados de baixa qualidade.

Ainda no radar, atenção ao Datafolha:  a avaliação ótima/boa de Bolsonaro ficou estável em 37% – o mesmo nível de agosto e ante 32% em junho.  A classificação ruim/péssima caiu para 32% de 34% anteriormente.

Radar corporativo

Depois das unidades de data center e de torres, será a vez dos ativos de rede móvel da Oi irem a leilão, com preço mínimo de R$ 15,7 bilhões, segundo o edital da 7ª Vara Empresarial.  A proposta conjunta de Telefônica, Tim e Claro, de R$ 16,6 bilhões, foi qualificada para participar do processo na condição de “stalking horse”. As propostas serão abertas em audiência virtual às 14h30.

No Pão de Açúcar, o Conselho aprovou a proposta de reorganização para segregar Assaí, que irá à votação em Assembleia Geral Extraordinária em 31 de dezembro. No Itaú, Alexsandro Broedel será CFO na nova estrutura. Já a Petrobras acertou a venda de campo Rabo Branco por US$ 1,5 milhão. A Telefônica Brasil aprovou dividendos intermediários de R$ 1,2 bilhão.

A Rede D’Or, que estreou na Bolsa na semana passada, teve rating alterado de BB- para BB pela S&P. A Gafisa, por sua vez, teve compra de Hotel Fasano Itaim aprovada pelo Cade.

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