Ibovespa Futuro sobe com falas de Trump e atenção a estímulos e ata do Copom; dólar cai
agosto 11, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta terça-feira (11) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que considera cortar os impostos sobre ganho de capital para estimular a economia e a geração de empregos. Os investidores ainda esperam pela definição nas negociações entre republicanos e democratas para um pacote de estímulos de mais de US$ 1 trilhão nos EUA.
Hoje, o coronavírus atingiu a marca de 20 milhões de infectados no mundo todo, com 739 mil mortos.
Por aqui, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou que os membros do comitê enxergam que a queda na demanda decorrente da crise da pandemia de covid-19 provavelmente terá pressões desinflacionárias com duração maior do que o verificado em recessões anteriores.
Às 09h21 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto tem alta de 1,29% a 104.425 pontos.
Já o dólar comercial cai 0,35% a R$ 5,4445 na compra e a R$ 5,446 na venda. Enquanto isso, o dólar futuro para setembro tem baixa de 1,08% a R$ 5,428.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai três pontos-base a 2,67%, o DI para janeiro de 2023 tem variação negativa de dois pontos-base a 3,80% e o DI para janeiro de 2025 avança um ponto-base a 5,51%.
Prorrogação da calamidade pública e nova CPMF
Segundo informações do Valor Econômico, o governo estuda a prorrogação do estado de
calamidade para 2021, o que permitiria descumprir as regras fiscais também no próximo ano. Segundo fontes ouvidas pelo jornal, o Planalto estaria apenas aguardando o melhor momento para enviar ao Legislativo uma mensagem pedindo a prorrogação do estado de calamidade pública, o que não ocorreria no curto prazo.
Ainda de acordo com a reportagem, a área econômica considera que uma eventual prorrogação só será adotada se a pandemia ainda for um grave problema de saúde no próximo ano, que demande dotações orçamentárias extras para enfrentar as consequências sociais e econômicas.
No início do mês, reportagem do Estadão apontava que uma proposta nessa linha era articulada no Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou a ideia, segundo o site da casa.
Ainda em destaque, as medidas prometidas pela equipe econômica para justificar a criação de um tributo aos moldes da antiga CPMF superam o montante que da arrecadação estimada para esse novo imposto, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”.
As iniciativas citadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe variam entre R$ 218 bilhões e R$ 248 bilhões ao ano. Já o novo tributo teria uma receita anual de R$ 120 bilhões, considerando uma alíquota de 0,2% por operação.
Entre as iniciativas citadas para justificar a criação de um novo imposto, estão a desoneração da folha de pagamento, que custaria entre R$ 80 bilhões e R$ 90 bilhões na faixa de até um salário; redução de 25% da contribuição previdenciária, que faria o governo abrir mão de R$ 96 bilhões; a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda, que teria um custo fiscal de R$ 22 bilhões; e a destinação de recursos para bancar a expansão do Bolsa Família, que teria uma despesa extra entre R$ 20 bilhões a R$ 40 bilhões.
Vacina Russa
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira que o país é o primeiro a registrar uma vacina contra o novo coronavírus e que ela é “eficaz”. Apesar do anúncio, sabe-se pouco sobre a eficácia dessa vacina, que vem sendo questionada por especialistas internacionais.
A OMS tem uma página internet na qual mostra em que estágio de desenvolvimento estão as pesquisas de vacinas ao redor do mundo. A última atualização dessa informação foi feita em 31 de julho. Nela, consta que a vacina do Instituto Gamelaya está na fase 1 do processo — seria necessário observar três fases completas para começar a vacinar em massa.
A Rússia não publicou nenhum estudo ou dado científico sobre os testes que realizou. Não se conhecem os detalhes sobre as fases do processo, que geralmente devem ser cumpridos antes de uma nova vacina ser aprovada e lançada no mercado. Veja mais clicando aqui.
Radar corporativo
A Cosan registrou um prejuízo líquido de R$ 174,4 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 418,3 milhões no mesmo período de 2019. O resultado negativo é consequência dos efeitos da pandemia da Covid-19 e da valorização do câmbio.
O Ebitda foi de R$ 517,8 milhões, uma queda de 56,5% no comparativo anual. Na mesma base de comparação, a receita caiu 33,1%, para R$ 11,8 bilhões.
A alavancagem mensurada pela relação entre dívida líquida e Ebitda subiu para 2,4 vezes.
Já a Itaúsa, holding do Itaú Unibanco que também tem participações em empresas industriais, registrou lucro líquido de R$ 598 milhões no segundo trimestre do ano, queda de 75,4% ante mesmo período de 2019. O recuo, segundo à empresa, é consequência de uma baixa contábil relativa à participação no Corpbanca e doações para combate à Covid-19.
Excluindo esses efeitos, o lucro recorrente seria de R$ 1,43 bilhão, uma queda de 40,7%.
O impairment (ajuste contábil) sobre o investimento na unidade Corpbanca, no Chile, foi de R$ 543 milhões de reais no trimestre. A holding doou 50 milhões próprios e contabilizou outros R$ 312 milhões feitos pelo Itaú Unibanco para o programa “Todos pela Saúde”.
E a fabricante de açúcar e etanol São Martinho apresentou lucro líquido de R$ 115,7 milhões no primeiro trimestre da safra 2020/21, avanço de 26,5% ante igual período do ano anterior.
O Ebitda ficou em R$ 491 milhões, alta de 41,1%.
A Petrobras divulgou mais uma atualização sobre a venda de seus ativos. Dessa vez, a estatal comunicou que deu início ao processo para venda de 50% a 100% da participação que detém na concessão BM-S-51, localizada no polígono pré-sal da Bacia de Santos, segundo fato relevante divulgado na noite de segunda-feira.
A Petrobras opera esse ativo em que tem 80% de participação. O restante está com a Repsol Sinopec Brasil.
O primeiro passo para o desinvestimento é a divulgação de oportunidade (teaser).
A fábrica da BRF em Toledo (PR) contabilizou 1.138 casos confirmados de Covid-19, o que representou 29% dos casos da doença em frigoríficos do Paraná, segundo dados mais recentes de autoridades de saúde do estado. A unidade da BRF em Carambeí teve apenas 5.
Em resposta, a BRF, maior exportadora de carne de frango do mundo, afirmou que “não há nenhum colaborador testado positivamente para Covid-19 trabalhando atualmente em suas unidades de Toledo e Carambeí”.
E a fabricante de armas Taurus foi mais uma que anunciou acordo com os bancos para reescalonamento de dívida. Nesse caso, o compromisso, de R$ 123 milhões, havia vencido em junho.
“O montante será adequado ao fluxo de caixa futuro da companhia e diluído nos próximos 31 meses”, afirmou a Taurus em fato relevante.