Ibovespa Futuro sobe apesar de dado de emprego ruim nos EUA, com investidores aguardando estímulos no país
agosto 5, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro tem alta nesta quarta-feira (5) depois da forte queda na véspera, buscando sustentar os ganhos após os dados de emprego piores do que o esperado nos EUA. No radar, os investidores seguem atentos às novidades nas negociações entre Republicanos e Democratas no Congresso dos Estados Unidos para um pacote de estímulos de US$ 1,2 trilhão contra os impactos econômicos do coronavírus.
Já na agenda da maior economia do mundo, o setor privado dos Estados Unidos criou 167 mil novas vagas de trabalho em julho. O número veio bem abaixo da mediana das projeções compilada no consenso Bloomberg, que apontava para geração de 1,2 milhão de empregos no período.
Entretanto, a revisão do dado de junho de 2,37 milhões para 4,31 milhões anima levemente os investidores.
Por aqui, a temporada de resultados segue fazendo preços com números de Embraer, Gerdau, Klabin, Iguatemi, Alpargatas e outras.
Também fica a expectativa em torno do resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que após o fechamento dos mercados anuncia sua decisão sobre juros. É esperado que a Selic caia de 2,25% para 2% ao ano. Ainda em destaque, Paulo Guedes, ministro da Economia, participa de videoconferência de reunião da Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária.
Às 09h14 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto sobe 0,89% a 102.690 pontos.
Enquanto isso, o dólar comercial cai 0,64% a R$ 5,2488 na compra e a R$ 5,2501 na venda. Já o dólar futuro para setembro tem queda de 0,45% a R$ 5,263.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 tem baixa de três pontos-base a 2,71%, o DI para janeiro de 2023 tem desvalorização de dois pontos-base a 3,73% e o DI para janeiro de 2025 cai três pontos-base a 5,26%.
Hoje na Europa, o banco Commerzbank e a seguradora Allianz, ambos da Alemanha, apresentaram resultados que surpreenderam e indicando um segundo semestre melhor. Ainda em destaque, o índice de gerentes de compras compostos da zona do euro subiu para 54,9, o nível mais alto em pouco mais de dois anos e acima da estimativa.
No mercado de commodities, o minério de ferro mantém alta com demanda chinesa, embora rali esteja em risco com fluxo recorde de embarques australianos; cobre e níquel sobem em Londres. Já o petróleo avança e brent supera US$ 45 com queda em estoques americanos.
Ainda no radar, os títulos do Líbano, que estão sujeitos a uma reestruturação planejada da dívida, avançaram e apagaram quedas após a explosão mortal em Beirute na terça-feira; bolsa do país ficará fechada hoje.
Reforma tributária
O governo estuda reduzir a alíquota do Imposto de Renda da Pessoa Física de 27,5%, atualmente a maior na tabela da Receita, para uma faixa entre 23% e 25%, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”.
Essa redução seria compensada com o corte das deduções médicas feitas pelas pessoas físicas nas declarações anuais de ajuste do IR. Atualmente, não há limite para essas deduções.
Dados do Ministério da Economia apontam que essas deduções representam um custo de R$ 15,1 bilhões, o equivalente a um terço dos subsídios dados ao setor da saúde.
Ainda no radar, Guedes participa de videoconferência de reunião da Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária às 10h.
Semana Brasil
O governo federal prepara para os dias 3 a 13 de setembro a “Semana Brasil”, evento para “unir comércio e varejo na retomada da economia do país”. O anúncio se dá no momento em que os casos da Covid-19 seguem crescendo no país, com mais de 2,8 milhões de casos confirmados e 96 mil mortes.
A Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto informou que o evento é coordenado pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), com apoio do governo federal, e que contou com 14 mil empresas participantes em 2019.
O objetivo da “Semana Brasil” é estimular o consumo por meio de promoções, aos moldes do que é feito na “Black Friday”, em novembro.
Radar corporativo
E na temporada de balanços, a Embraer registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,071 bilhão no segundo trimestre do ano, ante um prejuízo de R$ 57,6 milhões em igual período de 2019.
Já a receita líquida atingiu R$ 2,864 bilhões, um recuo de 47% no comparativo anual. Nesse período, o Ebitda ficou negativo em R$ 1,822 bilhão, ante Ebitda positivo de R$ 101,1 milhões entre abril e junho de 2019.
Devido à incerteza relacionada à pandemia de Covid-19, as estimativas financeiras e de entregas para 2020 permanecem suspensas.
Já o Iguatemi registrou lucro líquido de R$ 46,3 milhões no segundo trimestre, uma queda de 23% na comparação com igual período de 2019. O recuo já era esperado devido ao fechamento de shoppings centers, medida adotada em várias regiões do país para conter o avanço da Covid-19.
A receita líquida da companhia no período foi de R$ 160,9 milhões, valor 14,3% no comparativo anual.
Fora dos balanços, a Petrobras acredita que o Brasil pode elevar o volume de combustível exportado após a venda das refinarias da estatal. A avaliação foi feita pela diretora de Refino da estatal, Anelise Lara, nesta terça-feira.
Segundo a executiva, os compradores terão incentivo para elevar o fator de utilização das refinarias a 100%, que atualmente está em cerca de 80%. O excedente poderia ser oferecido ao mercado internacional.
E a Notre Dame Intermédica anunciou nesta terça-feira que fechou acordo para compra de 100% da operadora mineira de saúde Climepe por R$ 168 milhões.
A Climepe atua no sul de Minas e conta com uma carteira de 33 mil beneficiários de saúde, 6 mil de dental e um hospital com 119 leitos (16 de UTI), uma unidade especializada em procedimentos de baixa complexidade e um centro de diagnóstico por imagem.
A receita líquida da empresa em 2019 foi de R$ 74,4 milhões e o Ebitda de R$ 10 milhões (margem de 13,6%).
(Com Bloomberg e Agência Estado)
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