Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos com atenção à paralisação de tratamentos contra coronavírus
outubro 14, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quarta-feira (14) depois da alta de 1% do índice à vista no dia anterior. Continua a pesar no mercado a interrupção de testes da vacina e medicamento contra o coronavírus desenvolvidas, respectivamente, pela Johnson & Johnson e pela Eli Lilly.
Por aqui, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decide sobre a soltura do traficante André do Rap, do Primeiro Comando da Capital (PCC). André foi libertado por liminar concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello e suspensa pelo presidente da Corte, ministro Luiz Fux.
Às 09h13 (horário de Brasília), o índice futuro para outubro tinha leve alta de 0,2%, aos 98.290 pontos.
O dólar futuro com vencimento em novembro registrava leves ganhos de 0,1%, a R$ 5,58.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai dois pontos-base a 3,21%, o DI para janeiro de 2023 recua três pontos-base a 4,56%, o DI para janeiro de 2025 tem queda de dois pontos-base a 6,40% e o DI para janeiro de 2027 registra variação negativa de quatro pontos-base a 7,34%.
O governo prorrogou até o fim do ano o programa que permite ao empregador reduzir a jornada de trabalho e o salário do funcionário, e realizou mudanças nas regras para a carteira de motorista.
Entre os indicadores, o volume de serviços prestados subiu 2,9% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a terceira taxa positiva seguida, acumulando alta de 11,2%, no período.
No exterior, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, é pressionado para voltar a implementar uma quarentena nacional no país devido ao aumento de casos do coronavírus.
Johnson resiste, optando por medidas mais drásticas apenas em algumas partes do país porque o Produto Interno Bruto (PIB) local no segundo trimestre do ano foi um dos mais afetados pela crise econômica gerada pelo surto entre os principais mercados do globo.
Um outro fator que contribui para a cautela dos mercados é a demora para a aprovação de um novo pacote financeiro nos Estados Unidos, voltado a aliviar os efeitos causados pelo coronavírus sobre a economia.
O último pacote, de US$ 3 trilhões, foi aprovado em maio. Na semana passada, o governo Trump chegou a afirmar que não discutiria um novo pacote até as eleições, em 3 de novembro. Mudou de tom, no entanto, e apresentou uma oferta de US$ 1,8 trilhão na sexta-feira (9).
Nancy Pelosi, representante do partido Democrata, que tem maioria no Congresso, disse, no entanto, que os termos do pacote não abordam preocupações importantes.
Ainda na sexta, o porta-voz de Pelosi, Drew Hammil, escreveu no Twitter que “é especialmente preocupante a ausência de um acordo a respeito de um plano estratégico para acabar com o vírus”. Desde então, não houve grandes sinais de avanço quanto à proposta.
Redução de jornada e salário
O presidente Jair Bolsonaro assinou na noite de terça-feira um decreto que prorroga o programa que autoriza empresas a reduzirem ou suspenderem a jornada e o salário de funcionários. A medida foi instituída por meio de medida provisória em abril, foi prorrogada desde então. A nova prorrogação mantém o esquema até, ao menos 31 de dezembro.
O ministro da Economia Paulo Guedes já havia anunciado que o benefício seria estendido.
Além disso, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto de lei que altera o Código de Trânsito Brasileiro, apresentado pelo próprio governo. A nova lei faz com que as multas leves e médias sejam puníveis apenas com advertência, caso o condutor não seja reincidente na infração em questão nos últimos 12 meses, e aumenta a validade da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para dez anos.
Além disso, a lei amplia de 20 para 40 o limite máximo de pontos que o condutor pode acumular antes de ter a CNH suspensa, contanto que os pontos não sejam em decorrência de ao menos uma infração gravíssima nos últimos 12 meses.
O jornal Folha de S. Paulo estampa como reportagem de capa a notícia de que integrantes da cúpula do Ministério da Economia acumulam ganhos com cargos em estatais, a ponto de alguns deles receberem mais de R$ 39,3 mil, o teto do funcionalismo público.
Os ganhos são inflados com o pagamento de jetons, ou seja, remunerações a quem participa de conselhos de estatais. Esse benefício não é considerado salário, e não é formalmente contabilizado para verificar se os funcionários públicos estouram o teto do funcionalismo. A Folha destaca que o projeto de reforma administrativa discutido pelo governo não altera as regras sobre o recebimento de honorários.
Ofertas de ações em alta
O valor das ofertas iniciais de ações (IPOs) no mercado brasileiro já é de R$ 94,1 bilhões até 9 de outubro, superando em 4,5 bilhões, nominalmente, toda a captação de 2019.
Apenas em outubro houve quatro ofertas, além das 34 no restante do ano. Há outras cinco operações de IPOs em andamento, e grandes operações que têm chance de serem lançadas neste ano. Dentre elas, a do hospital Rede D’Or, estimada em entre R$ 7,5 bilhões e R$ 10 bilhões, e do banco BV, de R$ 5 bilhões, conforme destaca o Valor.
Além disso, um levantamento do jornal em 24 capitais indica que prefeitos conseguiram aumentar investimentos, que somaram R$ 5,06 bilhões entre janeiro e agosto. É uma alta de 34% em termos reais, em relação ao mesmo período de 2019. O pico de investimentos costuma ocorrer em ano eleitoral, e não foi exceção em 2020, mesmo com a pandemia.
O noticiário do dia volta a ser marcado pelo caso do líder do PCC André do Rap, líder da facção PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele foi solto na manhã de sábado (10), com um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello. Horas depois, o presidente do STF, Luiz Fux, revogou a decisão, e determinou o retorno de André do Rap à prisão.
Mas o líder criminoso está foragido desde então. O STF começa a julgar nesta quarta se mantém a decisão de Fux sobre derrubar a liminar de Marco Aurélio Mello.
Radar corporativo
Na noite de terça, a Ecorodovias informou que o tráfego consolidado das rodovias sob sua administração caiu 10,8% considerando o período de 16 de março a 11 de outubro, em comparação com o mesmo período de 2019, período em que o país foi afetado pela pandemia do novo coronavírus.
Além disso, o presidente da Visa afirmou na tarde de terça à Reuters que está vendendo serviços de prevenção de fraudes a participantes do PIX, algo que deve ampliar suas receitas. E a CEB (Companhia Elétrica de Brasília), controlada pelo governo do Distrito Federal, informou que acionistas aprovaram na terça-feira a venda de 100% das ações de sua distribuidora CEB-D.
Já a Petrobras anunciou que precificou a nova emissão de títulos no valor de US$ 1 bilhão, por meio da subsidiária integral Petrobras Global Finance. A emissão se dará por meio de global notes a 5,6% com vencimento em 2031. Os juros devem ser pagos entre 3 de janeiro e 3 de julho de cada ano, a partir de 2021.
A operação, a ser realizada pela subsidiária integral Petrobras Global Finance, ocorre por meio da reabertura do título PGF 5,60% Global Notes, acrescentou a empresa, em comunicado na noite de terça-feira.
“Os recursos captados através desta emissão serão consolidados com o US$ 1,5 bilhão emitido em 27 de maio de 2020, formando uma série única de US$ 2,5 bilhões”, disse a Petrobras no comunicado.
Os recursos líquidos da operação serão utilizados para pagamentos em uma oferta de recompra de títulos anunciada na véspera, enquanto eventuais excedentes irão “para propósitos corporativos em geral”, acrescentou. Segundo a Petrobras, os títulos terão rendimento ao investidor de 4,4% ao ano.
A Petrobras disse na véspera que sua oferta de recompra de títulos, que expira em 18 de outubro, envolverá dispêndio de um total de até US$ 2 bilhões.
(Com Bloomberg e Agência Estado)
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