Ibovespa Futuro cai com prognósticos pessimistas sobre o petróleo; dólar sobe a R$ 5,23
abril 15, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quarta-feira (15) após a Agência Internacional de Energia (AIE) prever uma queda recorde na demanda do petróleo por conta do coronavírus. O barril do Brent cai 4,19% a US$ 28,36 e o barril do WTI recua 2,29% a US$ 19,65. Na China, o Banco do Povo cortou a sua taxa interbancária de juros de 3,15% para 2,95% ao ano, o que foi visto como um sinal de que a economia chinesa precisará de mais estímulos para voltar a crescer de maneira sustentada.
Às 09h09 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro registrava perdas de 2,4%, aos 78.175 pontos. Na véspera, o índice à vista “bateu na trave” e fechou em 79.918 pontos após passar a maior parte do pregão acima dos 80 mil pontos.
Já o dólar futuro para maio tem alta de 1,32% a R$ 5,235, enquanto o dólar comercial avança 0,796%, a R$ 5,2312 na compra e R$ 5,2319 na venda.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe cinco pontos-base a 3,68%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de sete pontos-base a 4,78% e o DI para janeiro de 2025 avança também 10 pontos-base a 6,41%.
Por aqui, a expectativa fica pela votação do chamado “orçamento de guerra” pelo Senado. As deliberações ocorrem em meio a relatos de que as tensões aumentaram entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o Legislativo, em meio a divergência sobre o tamanho da ajuda que deve ser dada aos estados.
Coronavírus no mundo
As bolsas europeias operam em baixa, com notícias negativas sobre a expansão da Covid-19 no Reino Unido, onde mais de 10 mil pessoas foram mortas pela doença.
Além disso, a aversão ao risco aumenta à medida que temores sobre a perspectiva econômica global voltaram a pesar no sentimento do investidor após o Fundo Monetário Internacional (FMI) fazer previsões sombrias para este ano, em função do impacto da pandemia de coronavírus. A projeção do FMI é de que haverá uma queda de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) global devido à pandemia.
Nos Estados Unidos, os futuros de Nova York estão negativos.
Política
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse ontem a um programa do Estadão que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, “cruzou a linha da bola” quando deu entrevista a um programa de televisão no domingo passado. Mandetta disse então que a população não sabe se deve acreditar nele ou no presidente Jair Bolsonaro. “Cruzar a linha da bola é uma falta grave no polo. Nenhum cavaleiro pode cruzar na frente da linha da bola”, disse o vice-presidente, usando mais uma metáfora esportiva. “Merecia um cartão”, disse Mourão.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Mandetta admitiu a auxiliares ter cometido um erro estratégico e deve tentar nos próximos dias sair do foco da crise. Já a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, apontou que o ministro avisou sua equipe na noite desta terça-feira (14) que Jair Bolsonaro já procura um nome para o seu lugar e que deve ser demitido ainda nesta semana. De acordo com relatos ouvidos pela publicação, Mandetta avisou que combinou de esperar a escolha do substituto e de ficar até a exoneração de fato ocorrer.
Ainda no radar político, a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do ‘orçamento de guerra’ em primeiro turno no Senado está prevista para esta quarta-feira. “O Senado tem direito de mudar PEC, disse presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a emenda já aprovada pelos deputados, que permite ao Banco Central comprar títulos públicos e privados e flexibiliza gastos pelo governo contra o coronavírus. Se o texto for aprovado no Senado com mudanças, terá de voltar à Câmara.
Na madrugada de hoje, o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 905/19, que cria o contrato de trabalho Verde e Amarelo. A medida precisa ser analisada ainda pelo Senado e perde a vigência no próximo dia 20.
Entre outros pontos, o texto prevê incentivo para o primeiro emprego, com a redução de encargos trabalhistas; considera acidente de trabalho no percurso casa-emprego somente se ocorrer no transporte do empregador; e coloca acordos coletivos acima de jurisprudência e súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Pandemia
O aumento dos casos de coronavírus no Estado de São Paulo faz com que leitos da UTI nas alas reservadas para pacientes da Covid-19 ocupem por volta de 80% da capacidade em alguns hospitais da capital paulista, informa a Folha de S. Paulo. Havia 1.042 pessoas em terapia intensiva ontem.
São Paulo registrou novo recorde de mortes pelo coronavírus, 87 em 24 horas – no total, eram 695 óbitos no Estado na noite de ontem. O Hospital Santa Maggiore Higienópolis está com 83% dos leitos da UTI ocupados, seguido pelo Hospital das Clínicas (77%), Hospital Municipal Tatuapé (77%), Conjunto Hospitalar Mandaqui (76%) e Santa Casa (71%).
Segundo o infectologista David Uip, o aumento demonstra que ainda não se chegou ao pico da pandemia em São Paulo. “O sistema está sendo colocado à prova no seu limite”, afirmou.
Noticiário corporativo
A Gol informou que chegou a um acordo para ser compensada financeiramente pela fabricante americana Boeing, por causa dos problemas no avião 737 MAX – desde o começo de 2019, a empresa ficou com sete aeronaves deste modelo fora de serviço, quando voos com o 737 MAX foram proibidos na maioria dos países após acidentes. Segundo a Gol, o acordo é confidencial, mas a empresa cancelou 34 dos 129 pedidos de 737 MAX que fez à Boeing.
Em outra notícia, o poder judiciário de Minas Gerais determinou ontem o bloqueio de R$ 50 milhões da mineradora Vale, como garantia de “eventuais prejuízos decorrentes da remoção das pessoas residentes em uma área de possível alagamento, no caso de rompimento da Barragem Doutor”. A vale também deverá pagar 1 salário mínimo a cada adulto, meio salário mínimo a cada adolescentes e um quarto de salário mínimo para cada criança removida do local, até o reassentamento definitivo.
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