Ibovespa Futuro cai com correção após 7 altas consecutivas; dólar futuro sobe a R$ 4,87
junho 9, 2020SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta terça-feira (9) com correção após sete altas consecutivas do índice à vista. Os índices futuros das bolsas americanas também caem, após o Nasdaq renovar máxima histórica de fechamento e Dow Jones e S&P 500 voltarem a níveis de fevereiro retomando todas as perdas com o coronavírus.
No Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, na segunda-feira à noite, que o governo Jair Bolsonaro retomasse a divulgação na íntegra dos dados acumulados de mortes e casos confirmados de Covid-19 no site do Ministério da Saúde. Ainda em destaque, está o julgamento de ações contra chapa de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na pauta desta terça-feira.
Às 09h03 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para junho tinha baixa de 1,36% a 96.380 pontos.
Já o dólar futuro para julho opera em alta de 1,04% a R$ 4,878.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe um ponto-base a 3,14%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de quatro pontos-base a 4,25% e o DI para janeiro de 2025 avança seis pontos-base a 5,81%.
Depois do rali desenfreado das últimas semanas, investidores calculam se essa recuperação dos mercados não ocorreu em um nível superior ao que será a recuperação da economia, que ainda sofre os efeitos do isolamento social imposto pela pandemia.
“Estamos lidando com muitas incógnitas, apesar da reabertura das atividades econômicas ainda estarem no caminho certo”, disse, à Bloomberg, Frank Tsui, gerente sênior de fundos da Value Partners.
Na segunda-feira, o Banco Mundial informou que a economia global poderia sofrer uma retração de 5,2% em 2020, o que seria a maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Essa retração também deixaria mais pessoas em situação de pobreza, em especial nos países emergentes.
Enfrentamento da pandemia
E a divulgação dos dados sobre o contágio do novo coronavírus no Brasil ganha mais um capítulo. Na segunda-feira à noite, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou que o governo Jair Bolsonaro retomasse a divulgação na íntegra dos dados acumulados de mortes e casos confirmados de Covid-19 no site do Ministério da Saúde.
Desde a semana passada, a pasta alterou horário e a a forma de divulgação dos números da Covid-19 no Brasil. O jornal O Estado de S. Paulo informou que a mudança se deu após o presidente Jair Bolsonaro pedir que o número de mortes publicados ficasse abaixo de mil.
A mudança na forma de divulgação levou um grupo de veículos a fechar uma parceria para buscar as informações junto às secretarias de saúde.
Pelas contas desse consórcio, o Brasil registrou 849 mortes por Covid nas últimas 24 horas, elevando o número total para 37.312. Pela publicação do Ministério da Saúde, foram 679 óbitos. O número atualizado de mortes acumuladas não está sendo mais informado pela pasta, mas ao somar esse último dado aos dias anteriores, o total seria de 37.134.
Cenário político
Os movimentos contrários ao governo de Jair Bolsonaro, como o Somos Democracia, marcaram um novo ato contra o atual governo para o próximo dia 14, apesar do avanço da Covid-19 no Brasil.
Além das críticas ao governo, os movimentos vão defender a democracia, pautas antirracista e o apoio ao SUS, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo.
Em reação a esses movimentos, Bolsonaro definiu que irá intensificar a polarização com o PT para evitar o fortalecimento de siglas do centro.
Ainda em destaque, o julgamento de ações contra chapa de Bolsonaro no TSE está na pauta desta terça-feira. Conforme destaca o Valor, o TSE deve rejeitar primeiras ações que pedem cassação da chapa de Bolsonaro e Mourão.
A pauta de hoje na Corte eleitoral inclui dois processos que pedem o afastamento do presidente e seu vice por tirarem vantagem de uma invasão hacker a um grupo no Facebook durante a campanha eleitoral.
Nos bastidores do Tribunal, o entendimento é o de que esses processos são juridicamente frágeis e não têm chance de prosperar, mas os ministros não são tão categóricos quanto às outras quatro ações, que investigam o impulsionamento ilegal de mensagens por meio do WhatsApp, diz o jornal.
Panorama corporativo
As empresas brasileiras seguem buscando forma de equilibrar o seu caixa para lidar com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus.
A siderúrgica CSN concluiu o reperfilamento de R$ 300 milhões em dívidas junto à Caixa Econômica Federal. Os valores iriam vencer entre este mês e setembro e agora foram transferidos para o período de 2021 a 2024.
As condições desse reperfilamento não foram divulgadas. A companhia informou que “segue negociando o alongamento de seu passivo financeiro, visando à preservação da liquidez necessária para executar sua estratégia de desalavancagem e geração de valor aos seus acionistas”.
Já a A Raízen Energia aprovou duas emissões de debêntures, que vão totalizar R$ 1,25 bilhão. Os recursos serão utilizados em investimentos na operação.
O vencimento dessas operações se dará em dez anos, segundo a companhia.
A B3 informou ainda que irá operar nos feriados paulistas de 9 de julho e 20 de novembro. No dia 11, Corpus Christi, não haverá pregão.
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