Ibovespa Futuro cai com cautela em torno do ambiente fiscal e se descola do exterior; dólar sobe

Ibovespa Futuro cai com cautela em torno do ambiente fiscal e se descola do exterior; dólar sobe

agosto 31, 2020 Off Por JJ

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em leve queda nesta segunda-feira (31) com as preocupações em torno do ambiente fiscal se contrapondo ao otimismo nos mercados internacionais. A política monetária expansionista do Federal Reserve impulsiona os ganhos neste fim de mês, levando o índice S&P 500 ao seu melhor agosto em 30 anos.

Por aqui, o grande destaque é a entrega do Orçamento de 2021, cujo prazo final se encerra hoje. Em meio a divergências sobre o Renda Brasil – que deve substituir o Bolsa Família – existe uma expectativa de que o programa ficará de fora da proposta. Já a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro é aguardada para amanhã.

Outro driver macroeconômico relevante é a retomada da economia chinesa. O índice gerentes de compras (PMI) da indústria de agosto foi de 51,0 pontos, ante 51,1 pontos em julho. Segundo analistas ouvidos pela Reuters, a expectativa era de um PMI de 51,2 pontos em agosto. Mesmo assim, o resultado acima de 50 pontos indica que a indústria está crescendo.

Ao mesmo tempo, as tensões entre a China e os Estados Unidos se agravaram depois que a China anunciou novas restrições às exportações de Inteligência Artificial, que poderiam complicar ainda mais a venda das operações da TikTok nos Estados Unidos.

Às 09h13 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para outubro tinha queda de 0,43%, aos 102.060 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial sobe 0,15% a R$ 5,4213 na compra e a R$ 5,4238 na venda. O dólar futuro para setembro tinha alta de 0,5%, a R$ 5,418.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 tem alta de três pontos-base a 2,84%, o DI para janeiro de 2023 avança quatro pontos, a 4,04%, o DI para janeiro de 2025 registra ganhos de quatro pontos-base a 5,86% e o DI para janeiro de 2027 sobe cinco pontos-base a 6,84%

Entre os indicadores nacionais, os economistas do mercado financeiro revisaram suas projeções para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020 e esperam uma retração menor do que a estimada na semana passada, revelou o Relatório Focus do Banco Central.

De -5,46%, a expectativa para a variação da atividade econômica nacional este ano foi para -5,28%. Já para 2021 a projeção se manteve em um crescimento de 3,5% do PIB.

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) as projeções subiram de 1,71% para 1,77% para este ano. As expectativas para 2021, por sua vez, mantiveram-se em avanço de 3% da inflação.

Para o dólar, os economistas esperam que a moeda americana termine 2020 cotada a R$ 5,25, contra R$ 5,20 previstos na semana anterior. A expectativa segue em R$ 5,00 para 2021.

Já para a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, a projeção dos economistas continuou em 2,00% ao ano para 2020, porém foi reduzida de 3,00% para 2,88% ao ano para 2021.

Orçamento

No Brasil, chega hoje ao fim o prazo de entrega do Orçamento de 2021. A formulação do orçamento enfrenta vários desafios, como a regra do teto de gastos e o fato de que comissões deliberativas no Congresso estão paralisadas devido à pandemia.

Em meio a divergências sobre o Renda Brasil – que deve substituir o Bolsa Família – existe uma expectativa de que o programa ficará de fora da proposta.

O mercado acompanhará de perto os movimentos do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a Folha de S.Paulo, no final de semana, ele pediu à equipe econômica novamente que avaliasse a inclusão do Renda Brasil no Projeto de Lei Orçamentária Anual.

No domingo, os ministros envolvidos diziam que todas as opções seguiam em aberto, de acordo com o jornal. Ao mesmo tempo, fontes próximas a Guedes declararam que a proposta enviada ao Congresso incluirá apenas os programas sociais já existentes. Ou seja, o Renda Brasil ficaria de fora.

Auxílio Emergencial

Já a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro é aguardada para amanhã.

O deputado Arthur Lira (PP-AL) declarou no sábado que o presidente vai anunciar amanhã a prorrogação do auxílio emergencial, segundo O Globo. Não houve uma divulgação oficial do valor.

Durante o final de semana, em um evento em Caldas Novas (GO), Bolsonaro declarou que o benefício ficará entre R$ 200 – valor defendido pela equipe econômica – e os atuais R$ 600. Segundo ele, o benefício é “pouco para quem recebe e muito para quem paga”. Ainda segundo a publicação, o auxílio emergencial deve ter o valor de R$ 300.

No noticiário nacional, outro destaque fica para os desdobramentos da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de afastar do cargo o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por 180 dias. A decisão ocorre em meio a uma operação que investiga corrupção em contratos públicos do governo estadual. O cargo foi assumido pelo vice Cláudio Castro.

Radar corporativo

No noticiário corporativo, destaque para os resultados do segundo trimestre das Lojas Renner e da IMC. Ambos serão divulgados hoje após o fechamento do mercado.

Na sexta-feira, foi divulgado o resultado do IRB, que registrou um prejuízo de R$ 685,1 milhões no segundo trimestre, depois de fechar os primeiros três meses do ano com lucro de apenas R$ 13,9 milhões. Veja mais clicando aqui. 

Começam hoje as negociações das novas ações do Banco Pan, após oferta secundária (follow on) realizada pelo banco. A operação levantou R$ 734 milhões, recursos que irão para o acionista vendedor, a Caixa.

O mercado acompanha o caso da Gol, que tem até hoje para pagar um empréstimo de US$ 300 milhões garantidos pela ex-sócia Delta Air Lines, segundo a Reuters. Se a Gol não pagar, a Delta teria que honrar a dívida em nome da empresa. Segundo a agência de notícias, as agências de rating dizem ser “provável” que a Gol não pague a dívida.

Serão precificadas hoje as ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) da Pague Menos e da incorporadora Lavvi.

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