Ibovespa acompanha exterior e fecha em baixa de 0,58% aos 112.180 pontos; dólar sobe 0,39%

Ibovespa acompanha exterior e fecha em baixa de 0,58% aos 112.180 pontos; dólar sobe 0,39%

outubro 12, 2021 Off Por JJ

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(Shutterstock)

SÃO PAULO – Em uma sessão espremida entre feriados nos Estados Unidos e no Brasil, com baixos volumes de negociação, o Ibovespa tentou engatar um movimento de alta nesta segunda-feira (11), mas não conseguiu sustentá-lo até o fim do pregão.

Movimento semelhante foi visto no mercado dos Estados Unidos, onde os títulos do Tesouro americano não foram negociados, por conta do feriado de Columbus Day. Apesar da sessão esvaziada, investidores acompanharam mais uma disparada nos preços do setor de energia, renovando as preocupações com a inflação global.

Por aqui, o clima foi de véspera de feriado – o mercado não funcionará amanhã (12) em função do feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida.

A atenção se voltou para nova revisão das projeções para a inflação. Pela 27ª semana consecutiva, os economistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central para a elaboração do relatório Focus elevaram a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O mercado agora espera que o IPCA alcance 8,59% em 2021, ante os 8,51% previstos na semana passada. Para 2022, a previsão subiu de 4,11% para 4,17%. Por consequência, houve revisão também nas projeções para a taxa básica de juros: embora continue enxergando a Selic a 8,25% ao ano em 2021, a taxa prevista para 2022 subiu de 8,50% para 8,75% ao ano.

Já em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) as projeções ainda são de expansão de 5,04% em 2021. Para 2022, porém, foram reduzidas de 1,57% para 1,54%. As estimativas para o dólar avançaram de R$ 5,20 para R$ 5,25 em 2021 e se mantiveram em R$ 5,25 para 2022.

O Ibovespa terminou a sessão com alta de 0,58%, aos 112.180 pontos. O volume negociado foi de R$ 27,6 bilhões.

Na última sexta-feira (8), a Bolsa brasileira chegou a subir mais de 3%, depois de três sessões seguidas próxima do zero.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2023 avançava 6 pontos-base, a 9,09%; já o DI para janeiro de 2025 subia 6 pontos-base, a 10,10%; e o DI para janeiro de 2027 registrava variação positiva de 8 pontos-base, a 10,54%.

O dólar comercial registrou alta de 0,39%, cotado a R$ 5,537 na compra e R$ 5,538 na venda. O dólar futuro com vencimento em novembro de 2021 avançava 0,52%, cotado a R$ 5,559 no after market.

Apesar de o Banco Central ter realizado leilões de swap nas últimas semanas, o estrategista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, destaca que as cotações da moeda americana continuam elevadas. “O mercado está cético, porque fica cada vez mais evidente que o uso dessas ferramentas tem cunho político. Em vez de segurar inflação subindo juros, o mercado entende que o BC está fazendo [swaps] cambiais para aliviar o câmbio e, consequentemente, a inflação”, disse.

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, as Bolsas também encerraram com perdas. O Dow Jones caiu 0,72% a 34.496 pontos; o S&P 500 teve baixa de 0,69% a 4.361 pontos; e o Nasdaq recuou 0,64% para 14.486 pontos.

As ações de empresas do setor de tecnologia estiveram entre as principais baixas, enquanto as companhias do setor de energia subiram, impulsionadas pela alta do petróleo.

Esta semana deve ser marcada pela divulgação de resultados de grandes bancos nos Estados Unidos relativos ao terceiro trimestre. Entre eles, estão os resultados de JP Morgan Chase, Goldman Sachs, Bank of America, Morgan Stanley, Wells Fargo e Citigroup.

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As perspectivas de retirada de estímulos da economia americana diminuíram após dados de emprego mais fracos do que o esperado divulgados na sexta-feira. O Departamento de Emprego dos Estados Unidos informou que foram adicionados 194 mil empregos em setembro no país, frente à expectativa de 500 mil de analistas ouvidos pela Dow Jones. Neste ritmo, o mercado de trabalho deve se recuperar a níveis pré-pandemia apenas em julho de 2022.

De acordo com o economista-chefe do banco Goldman Sachs, Jan Hatzius, embora se espere que a redução gradual das compras de ativos seja anunciada na próxima reunião do Fed (Federal Reserve, banco central americano), esse processo levará meses e os juros não subirão até 2023, diante do crescimento mais lento da economia.

“O que acontece quando você entra em 2022, e eu acho que vai ser uma narrativa de desaceleração mais cíclica também com quedas na inflação”, afirmou Hatzius à Bloomberg Television. “Nesse ambiente, não acho que eles vão passar diretamente para a alta dos juros” e qualquer decisão seria dependente de dados econômicos. O Goldman Sachs cortou sua previsão para o crescimento americano para 5,6% em 2021 e 4% em 2022.

Na visão da Levante Ideias de Investimentos, no entanto, os dados de emprego devem ser interpretados com cautela. “Apesar de o resultado ser fraco, ele foi pressionado para baixo pela demissão de 123 mil servidores públicos americanos em setembro, principalmente mulheres e principalmente no setor de educação. Ou seja, a abertura de poucas vagas reflete antes as dificuldades para que as escolas retomem as atividades no esquema anterior à pandemia do que uma desaceleração global da economia”, dizem os analistas em relatório.

Para eles, permanece a convicção de que o Fed anunciará ainda neste ano uma redução das compras de títulos públicos e hipotecários, que vêm injetando US$ 120 bilhões por mês na economia, tendo como consequência um avanço menor do PIB americano.

Na Europa, os investidores seguem atentos aos desdobramentos da crise energética no continente, provocada por escassez no fornecimento e alta dos preços de gás natural.

Hoje, os preços das commodities voltaram a subir, incluindo o minério de ferro e o petróleo. O barril do petróleo tipo Brent para dezembro de 2021 fechou aos US$ 83,65, com alta de 1,53%.

O WTI para novembro de 2021 alcançou US$ 80,52 por barril, encerrando o dia com avanço de 1,47%. Conforme o portal MarketWatch, foi o primeiro fechamento acima de US$ 80 o barril para um contrato de WTI para o mês seguinte e o preço mais elevado desde de outubro de 2014.

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As Bolsas europeias encerraram o pregão entre pequenos recuos e altas, a depender do mercado. O Stoxx 600, que reúne empresas de 17 países europeus em setores-chave, avançou 0,05%, enquanto o índice DAX, de Frankfurt, teve queda de 0,05%. A Bolsa de Londres (FTSE100), por sua vez, terminou a sessão com alta de 0,72%.

As bolsas asiáticas tiveram resultados variados entre si. O índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou em alta de 1,96%, com destaque positivo para os papéis do Meituan, que avançaram 8,36%.

Na sexta-feira, o regulador dos mercados na China afirmou que multou a empresa em 3,4 bilhões de yuans chineses, o equivalente a US$ 527,71 milhões, abaixo da multa de 18,23 bilhões de yuans, ou US$ 2,8 bilhões, que o Alibaba recebeu em abril. O Alibaba avançou 7,91% e o Tencent, 2,95%, neste dia.

Nesta segunda-feira, a incorporadora China Evergrande Group, que passa por uma crise, enfrentou ou pagamento de mais juros de dívidas. No mês passado, a empresa já deixou de pagar os juros de duas dívidas que venciam.

Na China continental, o Shanghai composto se manteve estável, em 3.591,71 pontos; no Japão, o Nikkei teve alta de 1,6%.

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