Governo de SP divulga vídeo da reunião com Pazuello para provar acordo da vacina
outubro 21, 2020
SÃO PAULO – O governo de São Paulo divulgou o vídeo da reunião em que Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, anuncia o acordo com o estado para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina da farmacêutica chinesa Sinovac que será produzida pelo Instituto Butantan no Brasil.
“A Secretaria de Comunicação do Estado de São Paulo, em nome da transparência, disponibiliza a íntegra da reunião que ocorreu na tarde desta terça-feira (20), com os 24 governadores do país e de representantes do Ministério da Saúde, tais como o próprio ministro Eduardo Pazuello, o secretário-executivo, Elcio Franco, e o secretário de Vigilância em Saúde (SVS), Arnaldo Correia de Medeiros”, diz a nota do governo.
A divulgação do encontro foi feita nesta quarta-feira (21), após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que o governo federal não comprará a vacina. Ele mandou cancelar o protocolo de intenções assinado pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Butantan para a compra das doses.
“Nada será dispendido agora para comprarmos uma vacina chinesa que eu desconheço, mas parece que nenhum país do mundo está interessado nela”, afirmou Bolsonaro.
No vídeo, Pazuello afirma que a vacina aprovada pela Anvisa traz “mais segurança” e que a “vacina brasileira” será a produzida pelo Butantan.
“Nós acreditamos que a vacina do Butantan efetivamente chegue para nós com um mês de antecedência. A gente precisa cobrir já essa primeira lacuna que vai acontecer. Então, nós já fizemos uma carta em resposta ao ofício do Butantan, e essa carta é o compromisso da aquisição das vacinas que serão fabricadas até o início de janeiro, em torno de 46 milhões de doses. E essas vacinas servirão para nós iniciarmos a vacinação ainda em janeiro. Essa é a nossa grande novidade”, disse Pazuello em um dos trechos do vídeo por volta de 14 minutos.
Em seguida, o ministro diz: “Se o Butantan nos fornecer as 46 milhões de doses iniciais agora, a gente já consegue iniciar a vacinação. Conforme o processo ande daqui até lá, compramos mais ou entram outras vacinas. Temos outras vacinas em prospecção no Brasil.”
Para ver o vídeo na íntegra, clique aqui.
Resposta de Doria a Bolsonaro
Após o posicionamento de Bolsonaro nesta quarta-feira, Doria pediu “compreensão” e “sentimento humanitário” ao presidente e disse que questões políticas, ideológicas ou eleitorais não podem interferir no processo de imunização dos brasileiros contra a Covid-19.
“Esta vacina (Sinovac) acabou sendo a mais avançada e classificada como a mais promissora das vacinas neste momento, na última fase de testagem aqui no Brasil”, disse Doria.
A resposta de Bolsonaro levanta a possibilidade de uma disputa política em torno da vacina, considerando que o atual presidente já afirmou que pretende disputar a reeleição em 2022 e Doria é visto como provável candidato no pleito de daqui a cerca de dois anos.