Governo anuncia acordo com Pfizer por 14 milhões de doses de vacina contra Covid-19 até junho
março 8, 2021SÃO PAULO – A farmacêutica Pfizer vai entregar 14 milhões de doses de sua vacina contra Covid-19, produzida em parceria com o laboratório alemão BioNTech, ao Brasil até junho de 2021. As informações foram dadas pelo assessor especial do Ministério da Saúde, Airton Soligo, em conversa com a imprensa no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (8), após videoconferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com representantes da companhia.
Segundo ele, o movimento representa a antecipação da entrega de 5 milhões de doses. Os imunizantes estavam previstos para o segundo semestre, mas agora ficaram para os meses de maio e junho, somando-se às 9 milhões de doses já previstas.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou da coletiva e disse que o Brasil obteve “praticamente uma declaração de que o acordo está fechado” com a empresa. O contrato, porém, ainda não foi fechado.
O ministro também disse que a produção da farmacêutica deve aumentar de 1,5 milhão de doses diárias para 5 milhões, o que permitiu a antecipação do calendário de entrega para o Brasil.
Após a entrega das 14 milhões de doses, o laboratório deve disponibilizar pelo menos mais 10 milhões de doses por mês de julho a outubro, disse Soligo. O InfoMoney entrou em contato com a Pfizer e aguarda uma confirmação sobre a entrega dos 14 milhões de imunizantes.
Vacinação no Brasil
A vacina contra Covid-19 da Pfizer, desenvolvida em conjunto com o laboratório alemão BioNTech, está sendo aplicada nos Estados Unidos e no Reino Unido desde dezembro, além de ser o imunizante mais usado em Israel.
Considerado um dos imunizantes de maior eficácia no mundo até o momento, a vacina enfrentava a resistência do governo em razão de cláusulas que previam a transferência de responsabilidade. Mesmo assim, o imunizante da Pfizer/BioNTech foi o único a obter um registro definitivo dado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O país usa por enquanto as vacinas CoronaVac (produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac) e Oxford/Astrazeneca (produzida pela universidade e farmacêutica britânicas, em parceria local com a Fundação Oswaldo Cruz, ou Fiocruz). As duas receberam a aprovação da Anvisa para uso emergencial, não para registro definitivo.
Questionado sobre atrasos nas negociações com a Pfizer, Soligo afirmou que o acordo anterior com a Pfizer não pôde ser fechado por conta de “cláusulas”. Mas, caso ele tivesse sido fechado, o Brasil teria 500 mil doses em janeiro, 500 mil doses em fevereiro e 1 milhão em março, totalizando 2 milhões de doses. Esse número teria agora sido “incorporado” com a antecipação das entregas para maio e junho. O governo ainda não recebeu oficialmente doses da Pfizer.
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