Gestores de FIIs elegem os segmentos mais (e menos) promissores para 2023; confira as apostas
janeiro 27, 2023
Os fundos imobiliários de recebíveis e do segmento agro – inclusive os Fiagros – são os favoritos das gestoras de recursos para 2023, de acordo com relatório da Órama Investimentos com 23 casas responsáveis pelos principais FIIs do mercado. Agências bancárias e lajes corporativas ainda despertam desconfiança dos especialistas.
Apesar de um ano que promete muitos desafios para os fundos imobiliários – riscos fiscais e juros elevados, entre outros – o mercado de FIIs está otimista e espera um 2023 de ganhos.
Segundo o levantamento da Órama, 87% dos gestores de fundos imobiliários acreditam que o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – terminará 2023 no campo positivo. Apenas 4% projetam um cenário de queda.
Em 2022, o Ifix encerrou com alta de 2,2%, após dois anos seguidos de queda – 2,28 em 2021 e 10,24, em 2020.
“Acreditamos em um primeiro semestre ainda marcado por alta volatilidade, diante das incertezas no âmbito fiscal e receios inflacionários”, pontua o estudo. “Entretanto, considerando os preços descontados que fundos imobiliários negociam e a expectativa de eventual corte de juros no final deste ano, as perspectivas seguem positivas para a indústria”, completa o texto.
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Diante do contexto, dois segmentos de fundos imobiliários despontam com as melhores perspectivas para 2023, na opinião dos gestores: recebíveis e agronegócio.
Também conhecido como FIIs de “papel”, os fundos de recebíveis investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação e à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário).
No terceiro trimestre de 2022, essa classe de ativo perdeu atratividade na Bolsa por causa da deflação apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no período. O indicador negativo reduziu as receitas dos fundos e, consequentemente, os dividendos repassados aos cotistas.
“Entretanto, a volta do indicador para patamares positivos e expectativa de inflação ainda acima da meta em 2023, reforça a retomada de seus dividendos”, explica o relatório, que aponta o segmento como o mais promissor para o ano.
Quanto ao agro, a principal aposta é o potencial bastante elevado de crescimento do segmento, de acordo com os gestores de fundos imobiliários – que citam inclusive os Fiagros, que investem na cadeia do agronegócio.
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Além disso, eles citam ainda que os portfólios destes produtos se beneficiam diretamente da alta de juros – que devem se manter ainda em níveis elevados no médio prazo.
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Por outro lado, os FIIs de escritório ainda geram certa desconfiança para os gestores, apesar da melhora inicial do setor pós-pandemia da Covid-19.
Segundo o relatório da Órama, os fundos imobiliários do segmento não responderam da mesma forma que o mercado corporativo em geral quando analisados indicadores como absorção líquida – saldo entre áreas locadas e devolvidas – e preços de aluguel.
“[Diante disso], estes fundos negociam com descontos acima da média, e acreditamos que enfrentarão um primeiro semestre ainda de volatilidade elevada, porém com potencial de valorização no longo prazo”, detalha o documento.
O segmento está entre os com piores perspectivas para 2023, assim como o de agências bancárias e residenciais – ainda em desenvolvimento no mercado. Confira a lista:
Segundo o levantamento da Órama com os gestores, FIIs de agências bancárias, em sua maioria, são mais antigos e possuem contratos de aluguel que venceram recentemente ou vencem no curto prazo – o que cria um risco adicional.
Além disso, a digitalização do setor financeiro e a demanda mais fraca para esse segmento reduzem a atratividade do segmento.
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Ifix hoje
Na sessão desta sexta-feira (27), o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – opera estável. Às 12h12, o indicador tinha leve alta de 0,02%, aos 2.809 pontos.
Maiores altas desta sexta-feira (27):
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Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
SNFF11 | Suno FoF | FoF | 1,02 |
VILG11 | Vinci Logística | Logística | 0,77 |
LVBI11 | VBI Logístico | Logística | 0,74 |
BRCO11 | Bresco Logística | Logística | 0,73 |
BARI11 | Barigui | Títulos e Val. Mob. | 0,65 |
Maiores baixas desta sexta-feira (27):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
MORE11 | More Real Estate | FoF | -2,08 |
TORD11 | Tordesilhas EI | Desenvolvimento | -1,95 |
CARE11 | Brazilian Graveyard and Death Care | Cemitérios | -1,55 |
LGCP11 | LOGCP Inter | Logística | -1,26 |
BRCR11 | Bc Fund | Híbrido | -1,14 |
Fonte: B3
BRCO11 e XPLG11 recebem da Americanas aluguel de janeiro, mas monitoram RJ da empresa
O FII Bresco logística comunicou ao mercado que recebeu integralmente da Americanas o aluguel de dezembro – com pagamento previsto para janeiro, aponta fato relevante divulgado pela carteira.
“De modo que não há, na presente data, valores a título de aluguel em atraso pela Americanas”, reforça o documento.
O BRCO11 aluga para a varejista – que pediu recuperação judicial – 15 mil metros quadrados do condomínio logístico Bresco Contagem (MG), que representa 22,6% da área bruta locável (ABL) total do imóvel e 3,6% da receita do fundo.
No comunicado ao mercado, o Bresco logística também confirmou que a empresa havia rescindido o contrato de locação do imóvel Bresco Resende (RJ). O espaço havia sido desocupado no dia 6 de janeiro de 2023.
Pela quebra do vínculo, a gestão do BRCO11 afirma ainda espera receber aproximada R$ 550 mil, entre indenização e recursos para reparos no imóvel.
Incluído na lista de credores da Americanas, o fundo avalia a necessidade de tomar providências para corrigir eventuais divergências dos créditos relacionados.
O XP Log (XPLG11) também confirmou que recebeu o aluguel da varejista referente à locação de dezembro, mas sinaliza preocupação com os próximos meses.
“É possível que o aluguel do mês de competência de janeiro de 2023 tenha sido registrado como crédito a ser pago pela Locatária, a seu exclusivo critério”, destaca comunicado do fundo ao mercado.
O XP Log tem contrato com a B2W – que faz parte do grupo Americanas – até julho de 2026. A empresa ocupa um centro de distribuição do fundo localizado em Seropédica (RJ). O espaço tem uma área construída de 82 mil metros quadrados, que representa 9% do portfólio do fundo.
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Dividendos hoje
Confira os FIIs que distribuem dividendos nesta quinta-feira (26):
Ticker | Fundo | Rendimento |
FVPQ11 | Via Parque Shopping | R$ 0,14 |
PBLV11 | Prologis Brazil Logistics | R$ 39,19 |
Fonte: StatusInvest
Giro Imobiliário: grupo Muffato compra 16 lojas e 11 postos de combustíveis do Grupo Makro
O Grupo Muffato anunciou nesta quinta (26) que celebrou um acordo com o Grupo Makro Brasil para a compra de imóveis e ativos. Serão adquiridos 16 lojas e 11 postos de combustíveis. Durante as negociações, o Grupo Muffato foi assessorado pela XP Investimentos, Marins Bertoldi Advogados e Mattos Filho Advogados. Já Makro Brasil, pertence à holding holandesa SHV, que controla outras 7 empresas com presença em 60 países e mais de 60 mil funcionários, foi assessorado financeiramente pelo Santander e juridicamente por Mello e Torres Advogados.
O valor da transação não foi informado e, segundo nota do Grupo Mufatto, o processo de transferência de ativos “deve ser concluído no menor período possível, sujeito ao cumprimento de determinadas condições, dentre elas a aprovação do CADE”.
Com a aquisição, o paranaense Grupo Muffato dá mais um passo na sua estratégia de expansão para o sudeste. Os imóveis adquiridos estão localizados nas cidades de São Paulo (nos bairros Butantã, Interlagos e Lapa), Guarulhos, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Santo André, São Bernardo do Campo, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba (norte e sul), Campinas, Mogi das Cruzes e Taubaté.
“Com esta aquisição, avançamos em direção ao maior mercado consumidor do país e reiteramos nossa confiança no Brasil. A oportunidade de atuar em novos mercados traz uma grande motivação a todo nosso time”, afirma Ederson Muffato, diretor do Grupo.
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