Fundo de crédito da Oaktree Capital passa a ser distribuído pela XP
junho 1, 2020SÃO PAULO – A injeção trilionária de recursos realizada pelo banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) para oferecer liquidez ao mercado e mitigar os efeitos da crise tem feito a atenção de boa parte dos investidores globais se voltar para os ativos americanos.
Enquanto, nas bolsas, os olhares estão centrados nas “big techs” (grandes empresas de tecnologia) negociadas na Nasdaq, no mundo da renda fixa, os investidores se dividem entre os ativos conhecidos como high grade, ou grau de investimento, com rating mais elevado e maior nível de liquidez, e os high yield, com classificação de crédito inferior e maior risco.
Por seu perfil intrínseco, os créditos high yield, geralmente emitidos por empresas de médio porte, mais vulneráveis à crise, embutem mais risco em suas operações. Para navegar em um mercado mais volátil como esse, a experiência de gestores com décadas de estrada pode ser o fiel da balança para o sucesso do investimento.
No que tange ao segmento de crédito, poucos nomes são mais reconhecidos mundialmente como o de Howard Marks. Sócio fundador da Oaktree Capital, gestora sediada em Los Angeles fundada em 1995 e com US$ 113 bilhões sob gestão, Marks é uma figura popular no mercado pelos memorandos que escreve periodicamente, nos quais divide com os investidores seus pensamentos e visões para os mercados.
Entre os leitores assíduos dos artigos de Marks estão grandes referências. como o megainvestidor Warren Buffet.
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O fundo da Oaktree que investe em ativos high yield – Oaktree Global Credit FIC FIM IE – passa a ser oferecido pela XP para investidores qualificados (com pelo menos R$ 1 milhão em investimentos financeiros), com aplicação mínima de R$ 5 mil e proteção contra as oscilações do câmbio. Até então, ele só estava disponível aos clientes da Itajubá Investimentos, representante da Oaktree no Brasil.
O portfólio do fundo da Oaktree tem elevada concentração (61%) na América do Norte, com outros 31% na Europa. Além da aposta majoritária em mercados desenvolvidos, a pulverização do portfólio em cerca de 400 títulos diferentes é uma das principais estratégias do fundo. Na alocação setorial, telecom e petróleo e gás estão entre as maiores exposições da carteira.
Marks, que atua com ativos high yield desde 1978, está no momento com uma visão um pouco mais positiva para as dívidas estruturadas no setor imobiliário e também para as emissões corporativas nos mercados emergentes, conta Bernardo Queima, sócio da distribuidora Itajubá Investimentos e representante da Oaktree no Brasil.
No entanto, mesmo toda a experiência de Marks não foi suficiente para impedir uma forte queda, de 14,5%, do fundo da gestora americana em março, potencializada pela característica dos ativos no portfólio. Em abril, o fundo já se recuperou parcialmente, com uma alta de 4%, mas ainda cai 11,5% no ano, e 7,3% em 12 meses.
Aumento da internacionalização
Em um mundo de juros extraordinariamente baixos, tanto no Brasil como em outros mercados, Queima, da Itajubá, conta que um mantra que tem sido defendido por Marks em seus memorados diz respeito à necessidade de o investidor ter de assumir mais risco para alcançar as metas de rentabilidade.
“Em um cenário no qual os investidores precisam aumentar a expectativa de retorno, a parcela offshore terá um papel muito importante”, diz o sócio da Itajubá.
Não à toa, cada vez mais gestoras estrangeiras têm ofertado fundos com alocação internacional aos clientes estrangeiros, caso da AXA Investment, Wellington, JP Morgan Asset e Morgan Stanley.
Segundo Fabiano Cintra, especialista em fundos internacionais da XP, a opção pelo fundo com o hedge do câmbio visa oferecer ao investidor a expertise de Marks e sua equipe na gestão de ativos de crédito, e não um fundo em que a oscilação das moedas tende a ter um peso preponderante para os resultados nos próximos meses diante da alta volatilidade das moedas.
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