Fundador da Ricardo Eletro é preso em SP por sonegação de impostos
julho 8, 2020SÃO PAULO – Ricardo Nunes, fundador da rede varejista Ricardo Eletro, foi preso na manhã desta quarta-feira (8), durante uma operação de combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
Embora ele tenha sido preso no Estado de São Paulo, a operação é composta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), pela Receita Estadual e pela Polícia Civil.
Segundo informações do G1, Ricardo Nunes estava em uma delegacia de São Paulo por volta das 10h e iria para Belo Horizonte de avião, já escoltado pela força-tarefa.
Laura Nunes, filha de Ricardo, também foi presa, mas em Belo Horizonte.
A Polícia Civil informou, em coletiva de imprensa, que diversos bens foram bloqueados, incluindo terrenos e imóveis no Estado de Minas Gerais avaliados em cerca de R$ 60 milhões.
Segundo a investigação, cerca de R$ 400 milhões em impostos foram sonegados. A operação foi batizada de “Direto com o Dono”.
Fabio Reis de Nazareth, promotor de justiça do MPMG, afirmou que são investigados atos de ocultação patrimonial de imóveis e terrenos, que foram colocados em nome de outras pessoas, entre 2012 e 2018. E o crime de lavagem de dinheiro, decorrente da sonegação de impostos, é investigado desde 2012.
Em nota enviado ao InfoMoney, a Ricardo Eletro informou que Nunes e/ou familiares não fazem parte do seu quadro de acionistas e nem mesmo da administração da companhia desde 2019.
“A Ricardo Eletro pertence a um fundo de investimento em participação, que vem trabalhando para superar as crises financeiras que assolam a companhia desde 2017, sendo inclusive objeto de recuperação extrajudicial devidamente homologada perante a Justiça, em 2019. Vale ainda esclarecer que a operação realizada hoje (08/07) pelo MPMG, pela Receita Estadual e pela Polícia Civil, faz parte de processos anteriores a gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e familiares, não tendo ligação com a companhia”, diz a nota.
Em relação à dívida com o Estado de MG, a empresa afirma reconhecer parcialmente as dívidas. “Antes da pandemia, o pagamento dos tributos passados estava em discussão avançada com o Estado”, diz.
Mais informações em breve.