Fiocruz inicia estudo da progressão da covid-19 em seres humanos
novembro 3, 2020
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou um estudo que irá descrever a progressão da covid-19 em seres humanos, desde o começo da infecção até o desfecho. O chamado Rebracovid será conduzido em oito municípios e contará com a participação de 5 mil voluntários. Além da Fiocruz, o estudo envolve outras 13 instituições de pesquisa e saúde.
A Fiocruz anunciou hoje (3) que iniciou as atividades de recrutamento para o estudo. De acordo com a fundação, os participantes passarão por avaliação clínica e laboratorial minuciosa, incluindo a testagem para infecções por vírus respiratórios e outras condições consideradas relevantes à pesquisa. Aqueles com diagnóstico confirmado da covid-19 serão acompanhados por até um ano.
Serão também, segundo a Fiocruz, realizadas análises laboratoriais sofisticadas para melhor entender a resposta imune e inflamatória do corpo humano à covid-19, bem como buscar testes que possam predizer o risco de um indivíduo evoluir para a forma grave ou não.
O Rebracovid tem como objetivo caracterizar clinicamente a infecção por Sars-CoV-2 e descrever a história natural desse agravo. O estudo vai ainda acompanhar o período de pós-infecção para avaliar possíveis sequelas da doença.
A intenção é que, conhecendo os diferentes cenários nos quais a infecção ocorre e as características que podem impactar o desenvolvimento da doença, seja possível reduzir o impacto da covid-19 na saúde pública e na economia.
Banco para pesquisas
Os materiais biológicos coletados dos voluntários e das pessoas com as quais tiverem contato, por meio dos exames e testes, serão guardados para que possam ser usados em pesquisas. Todas as informações clínicas estarão associadas às amostras, auxiliando na interpretação dos dados. As amostras serão armazenadas no biorrepositório central do estudo, na Plataforma de Medicina Translacional da Fiocruz, em Ribeirão Preto (SP).
A coleta servirá também para avaliar o desempenho do teste rápido TR DPP® Covid-19 IGM/IGG, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). Os resultados serão comparados a testes de resultados moleculares (RT-PCR), bem como a outros testes sorológicos não rápidos. Dessa forma, de acordo com a Fiocruz, será possível constituir um biorrepositório de amostras, caracterizadas clinicamente, que possam ser compartilhadas para a avaliação de testes diagnósticos.
Este será o primeiro estudo complementar da Rede de Pesquisa Clínica e Aplicada em Chikungunya (Replick), coordenada pela Fiocruz. Participam também a Bio-Manguinhos/Fiocruz, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), a Plataforma de Medicina Translacional da Fiocruz (Ribeirão Preto/SP), o Instituto Gonçalo Moniz (Bahia), a Fiocruz Rondônia e a Fiocruz Mato Grosso do Sul.