Faturas da Claro e Tim poderão ser pagas com Pix; veja como vai funcionar
novembro 24, 2020
SÃO PAULO – O Pix, novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, estreou na semana passada. Nesta terça-feira (24), o BC fez um balanço da operação do Pix e considerou que o novo meio de pagamento vem apresentando resultados positivos até aqui. Foram 2,2 milhões de transações feitas na primeira semana do Pix, que movimentaram R$ 9,3 bilhões.
O Banco Central tem uma agenda de implementação de novos recursos, e a ideia é que o sistema esteja presente como meio de pagamento para diversos serviços e produtos para que as pessoas tenham mais uma opção disponível.
Nesse contexto, as operadoras Claro e Tim anunciaram que seus clientes poderão pagar as faturas com o Pix através da leitura de QR Codes. O BC já havia informado que seria possível pagar contas de luz e de água e produtos em e-commerces, por exemplo, por meio dos códigos quadriculados que ficaram famosos nas lives da quarentena.
Claro: pagamentos com o Pix liberado
A Claro anunciou que seus clientes já contam com a opção de pagamento usando o Pix para planos pós-pago e controle na telefonia móvel. Também podem usar o Pix para serviços residenciais, como banda larga e TV por assinatura. “Registramos o primeiro pagamento do tipo em 19 de novembro e somos a primeira operadora de telecomunicações a ter suas faturas pagas pelo Pix”, afirmou a empresa em nota enviada ao InfoMoney.
Na semana passada, a operadora anunciou a chegada do Claro Pay, que vai permitir oferta de outros serviços financeiros a seus clientes – como carteiras digitais integradas para pagar serviços pré-pagos, realizar transferências e usar cartão de crédito.
O Claro Pay é 100% digital, grátis e integrado ao Pix. O app estará disponível primeiro para pessoas físicas e já pode ser acessado por clientes Claro selecionados, em uma espécie de teste do serviço. O app deve ser liberado para todos os clientes Claro e público em geral a partir de janeiro de 2021.
A empresa explicou que as faturas em papel ou digital (PDF) passam a contar com o QR Code do Pix, além do código de barras. Assim, os clientes podem efetuar o pagamento lendo o QR Code a partir do app Claro Pay ou de qualquer aplicativo de banco ou fintech que já tenha aderido ao Pix. Basta entrar na área Pix e escolher “pagamentos”, ou clicar em “QR Code”, para escanear o código.
A opção já é realidade na Grande São Paulo e estará gradualmente disponível nas faturas dos clientes de outras regiões a partir deste mês, segundo a Claro.
Tim: a partir do dia 10 de dezembro
Já a Tim vai disponibilizar a nova opção a partir do próximo dia 10. Segundo a operadora, os clientes terão acesso ao meio de pagamento pelo aplicativo de autoatendimento Meu Tim. A opção de quitar a fatura via Pix aparecerá no app ainda neste mês, mas só aceitará o pagamento das contas com vencimento a partir do próximo dia 10.
Ao abrir a fatura no aplicativo da Tim, o cliente poderá copiar o código para a área de transferência de seu aparelho ou escanear o QR Code. Depois, basta abrir o app da instituição financeira onde a chave Pix foi cadastrada e efetivar o pagamento na área Pix do app do banco, conforme explicou a operadora em nota.
A Tim ainda não divulgou para quais planos e para quais regiões do país a novidade vale.
A empresa destacou que, pela característica de instantaneidade do Pix, as contas pagas em atraso terão confirmação imediata da quitação do débito e liberação do serviço em minutos se a linha estiver bloqueada, por exemplo.
A nova modalidade de pagamento é mais uma opção para incentivar a adesão dos clientes à conta online.
“No terceiro trimestre de 2020, o volume de faturas entregues por canais virtuais — sem impressão de boletos — teve alta de 14,9%. O total de usuários pagando as contas por meios digitais cresceu na mesma proporção: aumento de 15,3%. Os números refletem a inovação, com a inclusão constantes de novos canais de pagamento, como PicPay, RecargaPay, Celcoin, Mercado Pago e Banco Original”, afirmou a empresa em nota.
Segundo Renato Ciuchini, diretor de estratégia e transformação da TIM Brasil, o setor de telefonia hoje gasta cerca de R$ 1 bilhão por ano com recolhimento dos boletos e comissões para parceiros, sem contar o consumo de papel e outros recursos e a emissão de gases de efeito estufa.
“A opção pelo Pix é mais sustentável e reduz custos de forma significativa, além de reforçar ainda mais o papel do smartphone como carteira de dinheiro eletrônica”, explica o executivo na mesma nota.
Vivo e Oi
A Vivo e Oi não oferecem a possibilidade de pagamento das faturas com o Pix, por enquanto.
Em nota ao InfoMoney, a Vivo explicou que está “em processo de adequação ao Pix, adaptando a arquitetura de seus sistemas, com o objetivo de oferecer a nossos clientes, em um curto espaço de tempo, não somente um novo meio de pagamento de suas contas, como também a possibilidade de estimular sua adoção através de benefícios exclusivos.”
A Oi, por sua vez, afirmou em nota que vem trabalhando no desenvolvimento de iniciativas que incluam o Pix e que visem também ampliar a bancarização da população brasileira.
Entre elas, está uma solução que “permite ao usuário realizar operações por diferentes meios de pagamento” em um formato “que vai além da carteira digital”, sejam as transações por Pix, cartão de crédito ou cartão de débito. No entanto, não especificou como ou quando deve anunciar a novidade.
QR Code dinâmico x estático
Os QR Codes disponíveis nas faturas das operadoras serão os dinâmicos, porque são exclusivos para cada transação e possuem mais informações. Toda vez que a operadora emitir um QR Code dinâmico, ele servirá para realizar apenas um pagamento – o do cliente em questão. Além disso, existe a possibilidade de incluir dados como multas, juros, data de vencimento e uma URL que redireciona o usuário para a nota fiscal. Ao escanear esse modelo, o cliente final vai encontrar um valor predeterminado a ser pago.
Já o QR Code estático é emitido apenas uma vez e pode ser usado para diversas transações. Ele pode ter um valor fixo ou pode ser emitido com o campo de valor em aberto, para que o pagador insira o valor após escanear o código – assim como acontece no pagamento de aplicativos de delivery, como o iFood e o Rappi. Esse modelo deverá ser mais utilizado por microempreendedores individuais (MEIs), pequenas empresas e pessoas físicas. Ele deverá ser mais encontrado muitas vezes impresso, e exposto nos pontos de venda, como em lojas.
Importante dizer que, do ponto de vista do pagador, não vai fazer diferença qual é o tipo de QR Code usado. Basta escaneá-lo e efetuar o pagamento. O cliente não escolhe qual vai usar. Quem define é o recebedor do valor (lojista, empresa e até pessoas físicas).
O lado desconhecido das opções: treinamento gratuito do InfoMoney ensina a transformar ativo em fonte recorrente de ganhos – assista!