Ethereum mostra sinais de maior centralização após atualização Merge

Ethereum mostra sinais de maior centralização após atualização Merge

setembro 16, 2022 Off Por JJ

Nas horas seguintes à tão esperada atualização da rede Ethereum na quinta-feira (15), mais de 40% dos blocos (conjunto de dados) da rede foram adicionados por apenas duas entidades: Coinbase e Lido.

A mudança da prova de trabalho  (proof-of-work, ou PoW) para prova de participação (proof-of-stake, ou PoS) foi estruturada pelos desenvolvedores como uma maneira de derrotar a centralização na segunda maior rede blockchain.

No entanto, os primeiros sinais de consolidação da rede levantaram preocupações de que essas esperanças podem não se concretizar.

“Dos últimos 1.000 blocos, 420 foram construídos apenas por Lido e Coinbase”, publicou no Twitter Martin Köppelmann, cofundador da Gnosis, uma empresa de infraestrutura de Ethereum.

Em sua publicação, Köppelmann mencionou que apenas sete players possuem agora mais de dois terços do staking na rede – a principal medida de influência no novo sistema, que já conta com os mineradores.

A Lido, uma espécie de coletivo de staking liderado por sua própria comunidade, e a Coinbase, a terceira maior exchange de criptomoedas do mundo, possuem, respectivamente, 27,5% e 14,5% da participação da blockchain.

A atualização Merge (Fusão, em português) da Ethereum foi concluída com sucesso na madrugada de ontem (15). O novo sistema, em vez de exigir que os participantes comprem máquinas de mineração sofisticadas, pede para eles “armazenarem” no mínimo 32 ETH na rede para credenciar o computador a trabalhar na confirmação de transações. Em troca, o validador recebe unidades de ETH como recompensa.

Essa alta exigência de capital (US$ 50.000 no momento da publicação), contudo, juntamente com a dificuldade técnica de configurar um sistema de validação, significa que apenas algumas pessoas podem se tornar validadoras por conta própria.

Como resultado, um grande montante de ETH foi transferido para Coinbase, Lido e outras plataformas que oferecem pools de staking, que permitem combinar cripto de vários usuários para chegar ao mínimo de 32 ETH necessários para se tornar um validador – e, com isso, ganhar recompensas em ETH.

Concentração

O grande volume de criptos depositadas em um pequeno número de serviços despertou preocupações: se uma única entidade controlar mais de 66% do staking de ETH da rede, ela poderá tornar mais difícil para outras pessoas confirmarem transações.

O medo de uma centralização do sistema de validação ganhou mais espaço no mercado no último mês, depois que as sanções do governo dos Estados Unidos levantaram questões sobre se os validadores podem ser forçados a censurar transações provenientes de certos endereços de blockchain.

Alguns validadores com sede nos EUA anunciaram que vão passar a ignorar as transações do serviço de mixing de criptomoedas Tornado Cash, o que significa que pode ser mais difícil para essas transações serem confirmadas.

“Isso é uma consolidação seguida de outra consolidação, que é igual a centralização. E isso é muito perigoso. Por quê? Porque as exchanges estão sob controle do governo. Sem dúvida, a blockchain Ethereum agora está sujeita à ‘censura de transações’”, disse Chris Terry, executivo da SmartFi, uma plataforma de empréstimo de criptomoedas, ao CoinDesk.

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