Entenda o que é musicoterapia e sua importância no combate às doenças
agosto 18, 2020Segundo o musicoterapeuta Nino Karvan, a musicoterapia não está somente ligada à música, como muitos associam. O profissional explica que a terapia através da música tem como base um importante conjunto teórico, amparado pela psicologia e filosofia. Além disso, Nino também destaca que a as sessões de musicoterapia ajudam a combater inúmeras doenças, a exemplo da ansiedade e depressão.
“A primeira consulta é uma espécie de entrevista com o paciente. Através dela ele responde um questionário com 50 perguntas a fim de traçar todo o panorama da pessoa. Nós chamamos esse primeiro passo de anamnese”, resume Nino Karvan. Ainda segundo ele, é somente depois que se tem um perfil traçado do paciente que as sessões começam para valer.
De um modo geral, Nino explica que o questionário é importante para compreender não só a intimidade musical da pessoa, mas também qual doença ou transtorno deverá ser tratado. “Nosso tratamento começa pela raiz do problema”, afirma. Com o disgnóstico do perfil do paciente em mãos, Nino afirma que se inicia as sessões, geralmente uma vez semana. “É a partir da segunda consulta que começamos de fato a utilizar os elementos musicais para o processo de reabilitação”, assinala.
Elementos musicais
Nino diz que as músicas não são escolhidas a esmo, ou seja, sem nenhum critério. “Como já temos o perfil sonoro do paciente [através do questionário respondido na primeira consulta] já sabemos o que ele gosta de ouvir, isto é, qual é a sua identificação musical”, afirma. “A partir daí trabalhamos com as canções que mais o tocam, quer seja sertanejo ou música clássica, por exemplo”, acrescenta.
O musicoterapeuta diz que um dos principais intuito das sessões é diminuir o nível de estresse. “Ele acaba com a imunidade da pessoa”, destaca. Dessa maneira, o profissional diz que as sessões buscam utilizar técnicas de respiração, além dos elementos sonoros. “Há também um instrumento chamado mesa lira, que é um equipamento que utiliza frequências sonoras, sons e músicas como ferramentas terapêuticas. O paciente deita em cima de uma grande caixa de ressonância com quarenta e duas cordas na parte de baixo”, resume.
Reconhecimento
Segundo Nino Karvan, embora a musicoterapia seja considerada uma ciência, ainda precisa de regulamentação por parte do poder público. “Há um projeto em andamento que visa regulamentar nossa profissão”, salienta.
Caso ocorra essa regulamentação, Nino diz que ela será extremamente bem-vinda. “É um profissão que requer muito estudo. Não é somente tomar uma música no consultório ou ir para um hospital tocar violão e dizer que é musicoterapia. O assunto é complexo. Precisamos desse reconhecimento”, destaca.
por João Paulo Schneider