Enfermeiros fazem vigília e denunciam dificuldades no trabalho
maio 13, 2020Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem fizeram nesta terça-feira, 12, uma vigília na Praça da Bandeira, em Aracaju, para homenagear os colegas vítimas de Covid-19 e também denunciar os problemas enfrentados pela categoria no exercício do trabalho.
Na vigília, os participantes acenderam vela e apresentaram cartazes com nomes de trabalhadores vítimas da Covid-19. Também foram utilizados faixas com as principais bandeiras de luta da categoria. “Somos mais de 2 milhões e 300 mil no Brasil e, infelizmente, somos uma das poucas profissões que ainda não tem a jornada de trabalho regulamentada. Há uma recomendação da OMS e da OIT para que a jornada na enfermagem, por ser exaustiva, seja de 30h semanais. Também não temos piso salarial, então, temos muita desigualdade nos salários”, conta Shirley Morales, presidente do Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe.
Shirley destaca que os profissionais de enfermagem enfrentam dificuldades para o acesso à testagem da Covid-19 e aos equipamentos de proteção individual. Ela conta que a categoria se sente abandonada pelos gestores e que enfrenta sofrimento físico e emocional nesta pandemia. “Por conta dessa dificuldade associada à falta de EPI, é que a gente tem tido muitos profissionais de enfermagem acometidos pela Covid-19 e afastados. Outros que não estão sendo notificados estão com a Covid. Como estão pré-assintomáticos ou assintomáticos, essas pessoas são obrigadas a se manter no serviço, porque só pode se afastar com sintomas, e acabam transmitindo para membros da equipe e população em geral”, lamenta.
Datas especiais
O Dia 12 de maio é o Dia dos Enfermeiros e o dia 20 é o dia dos técnicos e auxiliares de enfermagem. As celebrações estão acontecendo em todo o país.
O ano de 2020 também é considerado o ano internacional de profissionais de enfermagem e obstetrícia. O marco comemorativo reconhece o trabalho feito por enfermeiras, enfermeiros e parteiras em todo o mundo, bem como defende maior protagonismo, política públicas de financiamento e mais representatividade para a categoria.
Por Verlane Estácio