Em semana de Copom, taxas de títulos do Tesouro Direto têm leve alta nesta segunda-feira
outubro 26, 2020
SÃO PAULO – Em semana de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a taxa Selic, com a ampla expectativa do mercado de manutenção em 2% ao ano, os prêmios oferecidos pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam leve alta nesta segunda-feira (26).
No Tesouro Direto, o título prefixado com vencimento em 2023 pagava uma taxa anual de 5,04% na abertura dos negócios, ante 5,00% ao ano na sexta-feira (23). O juro pago pelo mesmo papel com prazo em 2026, por sua vez, subia de 7,26% para 7,29% ao ano.
Entre os papéis indexados à inflação, o com vencimento em 2026 oferecia um prêmio anual de 2,92%, frente a taxa de 2,90% a.a. anteriormente. Já a taxa do Tesouro IPCA+ 2045 era de 4,11%, ante 4,09% a.a. no último pregão.
No caso do Tesouro Selic, a taxa de deságio permaneceu estável em relação à apresentada anteriormente, em torno de 0,20%.
Inflação cada vez mais alta
Os investidores repercutem hoje o aumento das projeções para a inflação neste ano, pela 11ª semana consecutiva, segundo o relatório Focus, do BC, publicado nesta manhã.
De acordo com o levantamento, o Índice Nacional de Preços ao Consumido Amplo (IPCA) deve ter alta de 2,99% em 2020, ante projeção anterior de 2,65%. Para 2021, as estimativas também foram elevadas, de 3,02% para 3,10%.
Para a taxa Selic, os economistas ouvidos pela autoridade monetária esperam que a taxa básica de juros seja mantida no atual patamar, de 2,00% ao ano, e suba para 2,75% a.a., ao fim do próximo ano, acima da projeção anterior de 2,50%.
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Com relação ao desempenho da economia brasileira, a projeção dos economistas melhorou de queda de 5,00% para uma contração de 4,81%.
Passados os fortes impactos da pandemia de coronavírus, a estimativa é de expansão de 3,42% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, ante expectativa anterior de crescimento de 3,47%.
Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta segunda-feira (26):
Quadro internacional
No exterior, o sentimento é de maior aversão ao risco em meio ao avanço do coronavírus nos Estados Unidos e na Europa.
Na sexta-feira (23), o diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que o Hemisfério Norte está passando por um momento crítico, com muitos países vivendo crescimento exponencial de novos casos da doença.
Segundo dados da Universidade Johns Hopkins, foram registradas mais de 83 mil novas contaminações na sexta-feira e no domingo (25) nos Estados Unidos, batendo o recorde anterior, de 77,3 mil casos, registrado em julho.
No velho continente, a Itália fechará, a partir de hoje, cinemas e academias. Bares e restaurantes fecham a partir das 18h. Na Espanha, o toque de recolher está sendo iniciado às 23h.
Na semana passada, a França já havia ampliado um toque de recolher no país, e Londres voltara a restringir encontros entre pessoas que não vivem na mesma residência, entre outras medidas.
Os investidores também seguem monitorando a incerteza com relação ao novo pacote de estímulos econômicos nos EUA.
No domingo, a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara, e o chefe de gabinete do governo de Donald Trump, Mark Meadows, trocaram acusações por meio de entrevistas que deram separadamente à rede americana CNN. Eles se acusam mutuamente de dificultar a aprovação de um novo pacote de estímulos.
Questionado sobre o que seria feito para controlar a pandemia, Meadows afirmou: “Não vamos controlar a pandemia. Vamos controlar o fato de termos vacinas, terapias e outras áreas de mitigação”. Questionado sobre por que não pretende controlar a doença, que vem avançando com força no meio-oeste dos Estados Unidos, respondeu: “Porque é um vírus contagioso como a gripe”.
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