Em discurso, Lula diz que “presidente não é eleito para falar bobagem” e faz críticas a privatizações

Em discurso, Lula diz que “presidente não é eleito para falar bobagem” e faz críticas a privatizações

março 10, 2021 Off Por JJ

O ex-presidente Lula em pronunciamento no sindicato dos Metalúrgicos (crédito: Reprodução YouTube)

SÃO PAULO – O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez nessa quarta-feira (10) seu primeiro pronunciamento depois da decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Marcado pela oposição polarizada ao governo do presidente Jair Bolsonaro, sua fala focou em diversos momentos na condução da pandemia. “Não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República, tomem vacina”, disse Lula.

O petista também defendeu que o chefe do Executivo deveria ter criado um comitê de crise com ministro da Saúde, secretários dos estados e cientistas da Fiocruz.

“Nós sequer aceitamos vacinas da Pfizer. Temos um presidente que inventou uma tal de cloroquina, que dizia que Covid era gripezinha e que quem tinha medo era covarde, que ele era ex-atleta e não iria pegar. Esse não é o papel no mundo civilizado de um presidente da República”, ressaltou.

O ex-presidente ainda prestou solidariedade às vítimas do coronavírus e a todos os profissionais da saúde, sobretudo os do Sistema Único de Saúde (SUS). “Quando veio o coronavírus, se não fosse o SUS teríamos perdido muito mais gente do que perdemos.”

Lula criticou Bolsonaro ao dizer que um “presidente da República não é eleito para falar bobagem ou Fake News”.

Ele ainda se opôs às tentativas do governo de liberar as armas, argumentando que quem precisa de armamento são as forças armadas e não a população. “É a nossa polícia, que sai para combater a violência com um 38 velho e enferrujado, não os milicianos que querem armas para fazer o terrorismo nesse país, para matar meninos e meninas negros na periferia.”

Sobre economia, Lula fez um discurso nacional-desenvolvimentista, crítico às privatizações. “Nunca ouviram falar privatização da minha boca. Venderam a nossa BR Distribuidora (BRDT3). Vocês já viram o Guedes falar em desenvolvimento? Só falam em vender”, comentou.

Para Lula, o que vai fazer a dívida pública diminuir em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) é o crescimento econômico via investimento público.

Em relação ao STF, Lula expressou agradecimento ao ministro Fachin por “cumprir algo que se esperava desde 2016” e ainda elogiou os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski pelos votos proferidos no processo de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. “Ontem, eu fiquei feliz porque vi a verdade proferida na íntegra por dois ministros da Suprema Corte. Antes, o Gilmar e o Lewandowski não apareciam.”

Por fim, Lula criticou a imprensa, afirmando que o jornalista deve escrever a verdade e não o que o editor quer que ele escreva. “Ninguém lidou com a imprensa como eu, desde 1975. O papel da imprensa quando o jornalista sai para a rua é falar a verdade, mesmo que seja contra o PT, o PCdoB e o Psol. Não uma imprensa que divulga ideologicamente o que ela quer.”

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