De Amazon a Alibaba: XP lança carteira com 10 BDRs após liberação para pequeno investidor
outubro 22, 2020
SÃO PAULO – A partir desta quinta-feira (22) qualquer investidor brasileiro pode investir em Brazilian Depositary Receipts (BDRs), algo que era bastante aguardado no mercado desde o anúncio das novas regras (veja aqui), em agosto.
E se grandes empresas como Google, Facebook e Netflix já são bastante conhecidas dos investidores, as possibilidades de investir em uma companhia estrangeira agora é bem mais ampla. Atualmente são 671 BDRs na bolsa brasileira, e este número não para de crescer.
Diante disso, o investidor brasileiro agora tem mais opções para diversificar sua carteira e se expor ao mercado internacional, algo que até então era bastante restrito.
Para se ter uma ideia, apenas a Apple é maior que todo o mercado acionário do Brasil, que por sua vez representa apenas 0,8% do mercado global. Como comparação, dois dos principais índices acionários americanos, o Nasdaq e o S&P 500, representam 15% e 33%, respectivamente.
E agora que qualquer investidor pode comprar BDRs destas gigantes globais, a XP Investimentos lançou sua carteira com as top 10 ações internacionais, confira a lista e os motivos para se investir nelas:
Segundo os analistas da XP, as apostas de crescimento da empresa estão no chamado varejo social, com a área de compras (shops) do Facebook e do Instagram, além dos meios de pagamento, com o WhatsApp Pay e o Facebook Pay.
“O Facebook é o maior promotor de empreendedorismo do planeta, principalmente para pequenos negócios com pouco acesso à investimentos em tecnologia e propagandas em massa”, diz a XP destacando que 98% das receitas da companhia vem de anúncios, sendo mais de 50% do faturamento de fora dos EUA.
Além disso, a base de anunciantes da empresa é bem forte: são mais de 9 milhões de clientes ativos, com 180 milhões de negócios utilizando suas ferramentas todos os meses.
Johnson & Johnson
“A ação tende a ser defensiva para ambientes incertos, dado que a empresa é uma sólida pagadora de dividendos (em 2019, aumentou o pagamento pelo 57º ano consecutivo), possui robusta posição de caixa (US$ 18 bilhões), e consistente crescimento de receitas no segmento farmacêutico ( cerca de 8% ao ano nos últimos 20 anos)”, afirmam os analistas.
Atualmente, a companhia divide suas atividades em três segmentos: Farmacêutico, responsável por 52% das receitas; equipamentos médicos (31%); e bens de consumo (17%).
A visão de crescimento dos analistas para a empresa está na área de pesquisa, desenvolvimento e distribuição de novos medicamentos, como a vacina para a Covid-19, além da retomada da demanda por equipamentos cirúrgicos em 2021 e potenciais aquisições de novas patentes e de companhias farmacêuticas menores.
Amazon
Apesar de ser uma das maiores varejistas do mundo, a empresa de Jeff Bezos não tem nas vendas online sua maior fonte de lucro. Hoje, as compras nos sites do grupo representam 50% do faturamento e apenas 12% do lucro dela.
É no seu serviço de computação em nuvem, conhecido como AWS (Amazon Web Services) que está a maior parte do lucro da Amazon, com faturamento de US$ 40 bilhões por ano.
“A empresa está bem posicionada para se beneficiar da migração para o digital, devido à sua capacidade logística e tecnológica” diz a XP destacando ainda fatores para crescimento da companhia no negócio de tecnologia aeroespacial, logística para terceiros e carros autônomos.
Microsoft
Com um negócio que se expandiu bastante nos últimos anos, os analista apontam como fatores para o crescimento da Microsoft os campos de Trabalho remoto (com o pacote Office 365), computação em nuvem (Azure), games em nuvem (Xbox) e redes sociais, por conta da possível aquisição da TikTok.
Hoje, o faturamento da empresa é dividido em 3 segmentos, cada um representando aproximadamente um terço do negócio total: computação pessoal, que inclui o Windows e o Xbox; produtividade e processos, com o pacote Office 365, SharePoint, Skype e LinkedIn; e nuvem, que inclui o Azure, SQL e Windows Server.
Alphabet (Google)
A empresa possui 86% do mercado global de ferramentas de pesquisa e três quartos do mercado de compartilhamento de vídeos, por conta do YouTube. Além disso, três quartos dos aparelhos móveis hoje possuem o sistema operacional Android instalado.
“A Alphabet é um gigantesco depósito de dados que são convertidos em anúncios direcionados em suas plataformas, de onde vem 85% do faturamento da empresa. Os outros 14% são compostos por serviços (Google Play) e nuvem (Google Cloud) e o 1% restante é conhecido como Moonshots, ou seja, negócios em estágio inicial mas com potencial revolucionário”, explica a XP.
Disney
Com quase 100 anos de história, a empresa segue conseguindo inovar, segundo a XP, sendo o grande destaque recente o lançamento do serviço de streaming Disney+ e que custa US$ 7 mensais (contra US$ 13 do Netflix), sendo este a maior aposta de crescimento para a companhia.
A Disney ainda é dona da ESPN e da Hulu, sendo que atualmente quase 30% do mercado alvo dela nos EUA já é assinante do Disney+ com apenas um ano de lançamento, enquanto 37% assina o Hulu.
A empresa atua nos segmentos de TV por assinatura (35% das receitas), parques de diversão e hotéis (37%), estúdio e entretenimento (15%) e venda de produtos com a marca Disney (13%).
“O poder da marca, combinado com a produção de animações num mundo onde pessoas consomem cada vez mais conteúdo digital, são a fórmula para a companhia gerar valor e lucro no longo prazo”, dizem os assessores.
Activision Blizzard
A XP coloca sua tese de investimento na empresa voltada para o crescimento do mercado de jogos grátis (com compras dentro do game) e também no mercado de jogos mobile.
A Activision Blizzard é uma desenvolvedora, produtora e distribuidora de jogos, sendo que seus produtos cobrem uma variedade de estilos, como ação, aventura, esportes, corrida, simulação, RPG, FPS e estratégia.
O faturamento da companhia é dividido em 3 segmentos com proporções similares: Activision, criadora de uma da franquias mais bem sucedidas da história dos games, Call of Duty, e de campeonatos de eSports, com mais de 130 milhões de jogadores mensais; Blizzard, dona do RPG mais famoso do mundo, World of Warcraft, e de plataformas de jogos online, Battle.net, que tem mais de 30 milhões de jogadores mensais; e King, o segmento para dispositivos móveis com mais de 250 milhões de jogadores mensais nas plataformas Android, iOS e Facebook.
Berkshire Hathaway
Uma das empresas mais procuradas pelos investidores, famosa por ser comandada por Warren Buffett. A Berkshire é uma holding que possui controle e participação em empresas de variados segmentos, de joalherias à refrigerantes.
Aproximadamente 80% das receitas da companhia são provenientes de seguros (GEICO, principalmente) e os 20% restantes com transporte ferroviário e geração de energia, aponta a XP.
De acordo com os analistas, os principais fatores que atraem investidores para a companhia são: o compromisso de Buffett com uma gestão transparente e com alto nível de governança corporativa; o histórico de sucesso dos investimentos da holding em empresas sólidas como Coca-Cola, American Express, Gilette e, mais recentemente, na Apple e em ouro; o alinhamento pleno de interesses entre a administração e os acionistas da empresa.
Nike
Com 96% de suas receitas vindo da venda de calçados e roupas, a Nike hoje conseguiu reduzir sua dependência da China na produção dos seus itens, com 23% de exposição. Isso porque ela migrou boa parte de sua produção para o Vietnam (49%), o que a protege parcialmente das tensões entre americanos e chineses.
Segundo a XP, ela está bem posicionada frente aos competidores por ser uma marca forte combinada com uma estratégia disruptiva de vendas digitais que sustentam seu crescimento.
“O foco em iniciativas digitais, produtos de maior qualidade e lojas monomarca têm sido fundamentais para o fortalecimento da marca e poder de precificação”, avaliam os analistas citando ainda outros fatores que podem ajudar a gerar crescimento adicional para a empresa, como o aumento do poder de compra de consumidores mais jovens, sobretudo na China, que representa 10% da receita.
Alibaba
A gigante chinesa de varejo transaciona US$ 1 trilhão em produtos nas suas plataformas ao ano, sendo 95% do volume local na China. Ela tem 750 milhões de clientes e, de acordo com os analistas, está bem posicionada para capturar um mercado cada vez mais acostumado a consumir produtos online.
A XP destaca ainda que o faturamento da empresa cresce em ritmo acelerado de cerca de 30% ao ano. O varejo ainda representa 90% do seu faturamento, mas assim como a Amazon, a Alibaba busca expandir seu segmento de computação em nuvem (Alibaba Cloud), que já representa 9% das receitas e cresce aproximadamente 60% ao ano.
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