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Datafolha: 76% defendem que as pessoas fiquem em casa para conter coronavírus
abril 6, 2020
SÃO PAULO – A despeito do debate sobre medidas restritivas adotadas em resposta ao novo coronavírus, pesquisa Datafolha mostra que 76% dos brasileiros defendem que as pessoas fiquem em casa para impedir a propagação da doença, mesmo que isso signifique prejuízo para a economia e cause desemprego.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira (6) pelo jornal Folha de S.Paulo, revela uma oposição majoritária à narrativa defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que fez uma série de críticas às políticas restritivas implementadas por governadores e prefeitos – e protagonizou divergências com o ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) sobre o assunto.
Apenas 18% dos entrevistados compartilham da visão de que é mais importante acabar com o isolamento social para estimular a economia. Para essa pesquisa, foram ouvidas 1.511 pessoas, entre 1 e 3 de abril, por telefone. A margem máxima de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
De acordo com a pesquisa, dois terços dos entrevistados querem manter a proibição de abertura do comércio não essencial, ao passo que 87% dizem que as aulas devem continuar suspensas.
Bolsonaro defende o chamado “isolamento vertical”, que restringe as medidas aos grupos de risco da doença, como idosos e pessoas com doenças crônicas. A posição vai contra orientação de autoridades médicas, inclusive do próprio Ministério da Saúde.
Quanto à duração das medidas restritivas, a pesquisa mostra que, em média, os brasileiros acreditam que o isolamento seguirá por mais 29 dias. Mas o ideal, na avaliação dos entrevistados, é que a situação se mantenha por um período de 32 dias.