Copa dos investimentos: analistas selecionam ações para criar uma carteira campeã; confira duas escalações

Copa dos investimentos: analistas selecionam ações para criar uma carteira campeã; confira duas escalações

novembro 20, 2022 Off Por JJ

Estamos há poucos dias do jogo do Brasil na Copa do Mundo, mas o gol que o investidor tanto espera não é apenas no campo – nos investimentos também é possível sair vitorioso. Imagine se a sua carteira fosse um time de futebol: quem seria seu goleiro, zagueiro e o camisa 10? Sua carteira está pronta para vencer o campeonato mundial ou voltar para casa no lamento?

O mercado também enfrenta um grande jogo, principalmente com a volatilidade pós-período eleitoral. Por este motivo instituições como a Levante Investimentos e o Santander prepararam uma escalação dos jogadores – as ações – para o investidor ter uma estratégia vencedora. Veja a seguir:

Na Levante, de goleiro a centroavante

Goleiro

Em relatório exclusivo da Levante Investimentos, o analista Flávio Conde escolheu a Weg (WEGE3) na posição de goleiro, o jogador que tem a posição mais importante da seleção que é evitar o gol do adversário. Os goleiros, segundo Conde, geralmente passam segurança a outros jogadores e até os orientam na hora da cobrança do escanteio ou falta.

Para Conde, a Weg foi escolhida para a posição de goleiro porque nunca falha com os seus resultados, que são crescentes e com margens saudáveis. “A companhia tem lucratividade elevada e caixa líquido, algo que é raridade nas empresas brasileiras”, defende.

Segundo a Levante, o caixa líquido da companhia é de R$ 307 milhões, com um retorno sobre patrimônio (ROE) de 28%. No terceiro trimestre de 2022, o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Weg foi de R$ 1,6 bilhão, alta de 37% na base anual.

A Weg ainda pode ser considerada uma ferramenta de proteção (hedge) diante da desvalorização cambial, porque 60% da sua receita vem do exterior, por meio de controladas e exportação, explica Conde. A ação negocia a um preço sobre lucro (P/L) de 43,8 vezes.

Laterais: camisas 2 e 6

Já na posição de laterais, que cumprem o papel de defesa, mas quando necessário também atacam, estão o Banco Itaú (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3). Segundo Conde, o Itaú é o lateral direito porque defende bem a sua posição, ou seja, a ação cai pouco sempre que a Bolsa recua (ou a seleção é atacada).

O Itaú também apresenta resultados sólidos e crescentes trimestralmente, mas quando percebe o aumento da inadimplência, volta correndo para a defesa para não tomar gol, ou seja, eleva as provisões para devedores duvidosos (PDD). Estas provisões somaram R$ 8,2 bilhões no terceiro trimestre, alta de 49%.

Já na posição do lateral esquerdo, Conde escolheu o Banco do Brasil (BBAS3), que também apresenta resultados trimestrais sólidos e crescentes, assim como reforça as suas provisões para devedores quando necessário. Contudo, o analista destaca que o único problema do banco estatal é que o próximo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prefere ver o banco em uma posição de defesa e não de ataque, o que pode afetar os resultados a partir de 2023.

Zagueiros: camisas 3 e 4

Para os zagueiros, a Levante selecionou Hypera (HYPE3) e JBS (JBSS3). Hypera foi escolhida por ser uma empresa sólida, com resultados crescentes, geração de caixa elevado e inserida em um setor resiliente, ou seja, reúne as características de um jogador forte. A ação também cai pouco.

Por ser uma das maiores empresas farmacêuticas no Brasil, a Hypera consegue encarar seus adversários em termos de receita líquida e capitalização de mercado.

A JBS também é considerada pelo analista um jogado forte e defensivo em tempos de dólar em alta, quando a receita da companhia também avança. Entre os pontos positivos estão o baixo endividamento e a diversificação geográfica. A empresa também é uma das maiores do setor de carne, o que a deixa em uma posição confortável diante de adversários.

Volantes: camisas 5 e 8

No lugar dos volantes, que têm a missão de proteger a defesa e marcar os armadores do time adversário, cobrir os avanços dos laterais e iniciar as jogadas de ataque estão Sabesp (SBSP3) e Copasa (CSMG3).

Ambas as ações costumam recuar pouco e são resilientes diante dos solavancos do mercado. Por serem empresas de resultados sólidos, costumam surfar na recuperação da bolsa. Segundo Conde, como ambas as empresas têm chances de serem privatizadas, existe a possiblidade de ‘fazer gol’.

Pontas: camisas 7 e 11

Nas pontas, que precisam driblar os sistemas defensivos, estão Eletrobras (ELET6) na ponta direita e Gerdau (GGBR4) na ponta esquerda.

Conde destaca que Eletrobras tem resultados pouco voláteis e apresente menos risco do que a Gerdau. Em cenários de recessão ou pouco crescimento econômico, Eletrobras tende a ter um desempenho melhor por conta do seu processo de otimização de custos e despesas pós-desestatização.

A Gerdau também consegue lidar bem em períodos adversos ou de recessão, por conta da sua atuação no exterior, América do Norte e Sul, que beneficia a receita da empresa. A companhia também joga bem com o atacante, que é a Vale (VALE3).

Camisa 10:

O título de Camisa 10 da seleção ficou para a mineradora VALE3, que joga na posição de meia-atacante com a missão de finalizar bem as jogadas. Conde destaca que a Vale foi escolhida nesta posição porque enquanto organiza jogadas de ataque, quando o preço do minério sobe, cria estratégias para o gol (com a valorização das ações).

A Vale também pode ajudar outros jogadores fazerem gols, como as empresas de mineração e siderurgia.

Centroavante:

Na posição do centroavante está a PetroRio (PRIO3), que segundo Conde é a ação brasileira que mais sobe quando o petróleo está em alta. A companhia é referência no ataque e a petrolífera privada preferida dos investidores.

No Santander, uma mistura de ações defensivas e cíclicas

A área de análise do Santander também escalou seus jogadores para os próximos 12 meses, misturando ações defensivas de beta (risco do ativo) baixo com empresas cíclicas de alta volatilidade.

Hypera (HYPE3) foi escolhida como goleiro, por conta da sua baixa correlação com o PIB (Produto Interno Bruto) e forte momento operacional.

Já na defesa, Assai (ASAI3), Eletrobras (ELET6), Equatorial (EQTL3) e Itaú (ITUB3) se encontram nesta posição por conta da gestão experiente nas empresas e bom histórico.

Nos meios de campo, estão Multiplan (MULT3), Totvs (TOTS3) e Vale (VALE3) que têm forte potencial de valorização em relação aos preços-alvo estabelecidos pelo Santander. As ações também apresentam uma boa liquidez e valuation (avaliação) assimétrico.

Os atacantes são B3 (B3SA3), BTG Pactual ([ativo=BAPC11]) e Direcional (DIRR3), que estão mais correlacionadas com o PIB (Produto Interno Bruto) e apresentam volatilidade.

E ainda, no banco da reserva, estão Minerva (BEEF3), Petrobras (PETR4), Renner (LREN3), Rumo (RAIL3) e Vivara (VIVA3), aquecendo para entrar no campo.