Convivência na pandemia: veja dicas para evitar o desgaste do diálogo
junho 15, 2020O isolamento social trouxe um novo padrão de convivência entre muitas famílias. Segundo a psicóloga Fernanda Hermínia, a convivência domiciliar mais intensa trouxe à tona conflitos mais intensos sob diferentes aspectos, a exemplo de atritos e dificuldades de diálogo, quer seja entre casais, pais e filhos, ex-casais com filhos que disputam guarda, quer seja em relação à modalidade de trabalho home office e sua interação com colegas e chefia.
A psicológica explica que a saída principal para se evitar desgastes em determinados âmbitos da vida pessoal e profissional reside na insistência em manter o diálogo apesar dos momentos de estresse. No entanto, segundo Fernanda, muitas vezes não existe o desgaste do diálogo justamente porque ele não é praticado. “Na verdade não são as relações diárias que desgastam o diálogo. É a falta de diálogo que desgastam as relações diárias”, destaca a profissional.
Ainda segundo ela, as pessoas não têm o hábito de dialogar. “Muitos preferem não falar, não se comunicam, não dialogam, esperam que o outro perceba ou no popular “adivinhe”, guardam tudo e quando vem falar é na briga”, destaca. “E ai cria-se a ideia que diálogo é ruim sendo que nem houve diálogo”, esclarece.
Para se estabelecer uma abertura para o diálogo, a psicóloga explica que é preciso evitar frases e afirmações imperativas. “Caso contrário, só um pessoa fala, fica parecendo um monólogo”, diz Fernanda. Ainda segundo ela, a famosa expressão “eu quis dizer isso e não aquilo” demostra claramente a falta de comunicação. “A mensagem tem que ser clara. Se a pessoa quer dizer algo, tem que falar claramente o que deseja, perguntar se outro entendeu. Não pode haver espaço para adivinhação”, salienta.
Fernanda destaca que o investimento em diálogo otimiza o tempo, evitando desgastes no futuro. “Ao se investir em dialogar, as pessoas lá na frente certamente não iriam perder tempo com brigas e intrigas. O diálogo ajuda a manter a harmonia nas relações”, pontua.
por João Paulo Schneider e Verlane Estácio