Conselho debate o impacto da precarização do trabalho na saúde mental
janeiro 26, 2021Os impactos da precarização do trabalho na saúde mental em tempos de pandemia será tema de debate promovido pelo Conselho Regional de Psicologia, por meio do Grupo de Trabalho Psicologia Organizacional e do Trabalho (GT-POT), na terça-feira, 26, às 19h, com transmissão no Google Meet e link a ser liberado na bio do Instagram do CRP19 (@crpsergipe).
O evento virtual integra a programação da campanha Saúde Mental de Janeiro a Janeiro e terá como convidadas(os) as psicólogas Ana Carolina Santos Bezerra (CRP 19/IP3706), Dra. Lidiane dos Anjos Santos Andrade (CRP 19/1742) e os psicólogos Edson José de Oliveira (CRP 19/3355) e Saulo Pereira Barros de Almeida (CRP 19/2822), Conselheiro do CRP19, presidente da Comissão de Integração e coordenador do GT-POT, que atuará como mediador do debate.
De acordo com Saulo Almeida, a precarização do trabalho é um fenômeno de longa data e que ganha outras proporções, no Brasil, a partir da aprovação da reforma trabalhista, em 2017, com perceptível redução drástica do emprego estável e em tempo integral, acarretando a completa eliminação setores, em favor do emprego flexível. “Nessa direção, há um conjunto de trabalhadores que passa a se dedicar em tempo parcial, com contratos temporários e poucas garantias de direitos, vivenciando um sofrimento coletivo, que impacta, inclusive, as relações fora do trabalho”, analisa.
O fenômeno da precarização do trabalho gera impactos latentes e manifestos sobre a saúde mental dos trabalhadores. Para além de fenômenos físicos que impactam a saúde, como a exposição a agentes tóxicos, a altos níveis de ruído, há situações de risco à integridade física (explosões, assaltos e sequestros), e ainda riscos psicossociais. “Tudo isso ilustrado pelas formas da organização do trabalho, políticas de gerenciamento que desconsideram os limites psíquicos do trabalhador, impondo-lhe frequentemente a anulação de sua subjetividade, autonomia e prazer, e que podem ser tão prejudiciais quanto, especialmente neste momento de isolamento social. Dados da Organização Mundial da saúde (OMS/2015) apontam que havia, no Brasil, 5,8% de pessoas com transtornos depressivos e 9,1% de pessoas com transtornos de ansiedade, e um dos fatores geradores e mantenedores desses adoecimentos eram as experiências laborais”, finaliza o Conselheiro Saulo Almeida.
Fonte: Assessoria de Comunicação CRP19