Conheça as vacinas aprovadas para uso emergencial no Brasil

Conheça as vacinas aprovadas para uso emergencial no Brasil

janeiro 18, 2021 Off Por JJ

Duas vacinas foram aprovadas pela Anvisa para uso emergencial no Brasil (Foto: REUTERS/Dado Ruvic)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou neste domingo, 17, o uso emergencial de duas vacinas no Brasil: a CoronaVac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a AstraZeneca desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a Fiocruz.

De acordo com os estudos apresentados pela Sinovac e Instituto Butantã, a área técnica da Anvisa confirmou a eficácia da CoronaVac. A eficácia durante os testes atingiu a taxa de prevenção de 50,39%. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o mínimo de 50% de eficácia para aprovação de uma vacina, assim como a Anvisa.

Os técnicos da Anvisa também confirmaram a eficácia global do imunizante em 70,32%. A validação foi confirmada com base no estudo publicado em dezembro pela revista científica The Lancet. A eficácia mede a taxa de sucesso que a vacina apresenta em relação a prevenção da Covid-19 comprado as pessoas que durante o teste da vacina recebeu placebo (medicamento inócuo).

CoronaVac

A CoronoVac é produzida com vírus inativados do novo coronavírus, ou seja, vírus expostos a calor e produtos químico em laboratórios. Os vírus ficam incapazes de se reproduzir, mas ao serem introduzidos no corpo humano são suficientes para gerar uma resposta imune e criar no organismo uma memória de como se defender contra a doença. Com a aplicação das duas doses, que devem ser aplicadas com intervalos entre 14 e 28 dias, o corpo humano passa a produzir anticorpos contra o agente causador da Covid-19.

De acordo com o Butantã, a eficácia da vacina na diminuição da doença foi demonstrada em situações de alta exposição à Covid-19. Nos casos graves e moderados, a eficácia foi de 100%, nos leves de 78% e nos casos muito leves, a eficácia foi de 50,38%.

AstraZeneca

A AstraZeneca foi desenvolvida com a tecnologia de vetor viral não-replicante de adenovírus de chimpanzé que é manipulado geneticamente para inserir o gene da proteína “Spike” (proteína “S”) do Sars-CoV-2 (novo coronavirus). Os adenovírus que compõem a vacina não podem se replicar na pessoa vacinada (vírus não-replicante), mas são reconhecidos pelas células, que desencadeiam uma resposta imunológica específica para a proteína S, gerando anticorpos e outras células (células T) contra o novo coronavírus.

De acordo com a Fiocruz, com apenas uma dose, a vacina AstraZeneca já alcança 73% de eficácia, além de proteger contra o surgimento de sintomas graves e evitar, em 100%, os casos de hospitalização. Ainda de acordo com a Fundação, a vacina é capaz de induzir a produção de anticorpos em 98% das pessoas após a primeira dose e, em 99% delas, após a segunda dose, o que demonstra a alta taxa de soroconversão.

Imunização

O Ministério da Saúde começou na manhã de hoje a distribuição das vacinas para os estados, que ficarão responsável pela logística de distribuição para os municípios e a definição de seus grupos prioritários. De acordo com o ministro Eduardo Pazuello, inicialmente 3 milhões de pessoas do grupo prioritário serão vacinadas no país, em duas doses da CoronaVac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Butantã.

Segundo dados do Ministério da Saúde a região Nordeste deve receber 1.436.160 doses da CoronaVac e deve imunizar inicialmente 683.924 pessoas do grupo prioritário. Sergipe recebeu de 50 mil doses da vacina que serão aplicadas inicialmente em profissionais de saúde.

Grupos prioritários

De acordo com o Plano de Vacinação de Sergipe, os grupos prioritários foram divididos em quatro fases  para serem imunizados:

Fase 1 : Trabalhadores da saúde, pessoas com mais de 60 anos que vivem em asilos e indígenas aldeados;

Fase 2: Pessoas com 60 anos ou mais, começando a imunização pelas pessoas com idade acima de 80 anos;

Fase 3: Pessoas com comorbidades;

Fase 4: Professores, profissionais das forças de segurança e salvamentos, pessoas privadas de liberdades e funcionários do sistema prisional .

 

Por Karla Pinheiro com informações da Ministério da Saúde, Agência Brasil, Butantã e Fiocruz