Com variações climáticas nos EUA, commodities agrícolas passam por período de alta volatilidade

Com variações climáticas nos EUA, commodities agrícolas passam por período de alta volatilidade

maio 28, 2021 Off Por JJ

SÃO PAULO – A semana foi marcada por grande volatilidade nos preços internacionais dos grãos. De um lado, a melhora nas condições climáticas dos Estados Unidos puxou para baixo tanto as cotações do milho quanto da soja na Bolsa de Chicago. Dando sustentação, a demanda aquecida da China e das indústrias de etanol dos Estados Unidos evitou perdas mais acentuadas. O saldo foi uma valorização semanal de apenas 0,28% nos preços da soja para julho e uma modesta queda de 0,08% nas cotações do milho, também para julho.

A partir de agora, o mercado internacional de grãos passa a ficar extremamente sensível às variações climáticas, especialmente nos Estados Unidos. Por enquanto, o clima tem favorecido o avanço do plantio e o desenvolvimento das lavouras americanas.

O último dado do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no início desta semana, mostra que o plantio da safra de soja já foi concluído em 75% da área. O ritmo de trabalho está mais acelerado do que o observado no mesmo período do ano passado, quando o plantio havia atingido o percentual de 63%. O milho tem situação semelhante. Mais perto do término do plantio, 90% da área já foi cultivada, ante 87% de 2020.

Com o plantio caminhando bem, o mercado passa a olhar agora para o desenvolvimento das lavouras em si. E, ao que tudo indica, a maior parte da região produtora dos Estados Unidos deve presenciar as próximas duas semanas de chuvas, o que é essencial para essa fase do desenvolvimento. No que se refere às temperaturas, o clima mais quente, neste momento, é o ideal para as lavouras, mas as baixas temperaturas já registradas nas áreas mais ao norte do cinturão agrícola americano podem atrasar o desenvolvimento das plantas.

Se o clima foi o fator de pressão para os preços nesta semana, a demanda aquecida evitou que os preços caíssem demais. Na última quarta-feira, a Agência de Informação de Energia (EIA) atualizou os dados semanais de produção de etanol nos Estados Unidos. O resultado foi um aumento de 38% na produção e uma redução de 18% na oferta em relação ao mesmo período do ano passado. Vale lembrar que os americanos produzem o biocombustível a partir do milho, ou seja, um crescimento na produção de etanol significa aumento da demanda do cereal.

Além disso, as vendas semanais de soja e milho dos Estados Unidos vieram acima das expetativas do mercado. Foram encomendadas 5,69 milhões de toneladas de milho, das quais 5,64 milhões pela China, e 248,30 mil toneladas de soja, tendo o México como destino principal.

Dentro de todo esse cenário, o resultado do pregão desta sexta-feira reflete bem tudo o que aconteceu ao longo da semana. Os contratos de soja para agosto encerraram o pregão desta sexta-feira (28) a US$ 14,813 por bushel (US$ 32,66 por saca), com queda de 0,4%. Na semana, o vencimento acumulou ganhos de modestos, 0,8%. Já o milho para setembro recuou 2,1% para US$ 5,73 por bushel (US$ 13,54 por saca), acumulando na semana um valorização de 0,1%.

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