Com ruídos fiscais, taxas do Tesouro Direto sobem nesta terça-feira
fevereiro 9, 2021SÃO PAULO – As taxas pagas pelos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam alta na manhã desta terça-feira (9), com os investidores repercutindo as preocupações com o risco fiscal em meio a discussões sobre um novo auxílio emergencial no país. O dia também é marcado pela divulgação de dados de inflação em janeiro.
O Tesouro Prefixado com vencimento em 2026 pagava um prêmio anual de 7,05% na abertura dos negócios, ante 6,99% na tarde de ontem. O prêmio oferecido pelo mesmo papel com juros semestrais e prazo em 2031, por sua vez, avançava de 7,64% para 7,71% ao ano.
Entre os títulos atrelados à inflação, o com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 2,69% nesta manhã, ante 2,65% a.a. anteriormente. Já o juro pago pelo Tesouro IPCA+ 2045 subia de 3,55% para 3,60% ao ano.
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Auxílio emergencial e inflação
Entre os destaques do dia na cena doméstica, os investidores monitoram as discussões acerca da extensão dos benefícios fiscais no país.
Ontem, em entrevista à TV Band, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou de tom sobre o auxílio emergencial e afirmou que acha possível uma prorrogação.
O presidente deu, no entanto, poucos detalhes sobre como se daria a continuação do programa, afirmando que está em estudo uma “linha de corte” para restringir o número de pessoas atingidas.
Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, a equipe econômica fala sobre a possibilidade de pagar mais três parcelas de R$ 200 a parte dos beneficiários do auxílio original. Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu que apenas metade das pessoas atendidas em 2020 devem receber eventuais novos repasses.
Destaque também para a divulgação da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,25% em janeiro na comparação com dezembro. O dado veio abaixo da estimativa dos economistas consultados pela Bloomberg, de alta de 0,31%.
Nos acumulado em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,56%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alimentos e bebidas continuaram a puxar os preços para cima, mas com menos força, e com a mudança de bandeira nas contas de energia elétrica e as quedas nos preços de passagens aéreas ajudando a segurar a inflação.
Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste de contratos de aluguel, registrou inflação de 2,58% em janeiro deste ano. A taxa é maior que as de dezembro (0,96%) e janeiro de 2020 (0,48%). Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 12 meses o acumulado é de 25,71%.
A alta de dezembro para janeiro foi puxada pelos preços no atacado, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo, cuja inflação subiu de 0,90% para 3,38% no período.
Cena internacional
No quadro externo, o Senado dos Estados Unidos começa a julgar nesta terça o impeachment contra o ex-presidente Donald Trump, acusado de “incitação à ressureição”, por ter, de acordo com os defensores do impeachment, incentivado a invasão do Capitólio em Washington em 6 de janeiro.
Na Europa, as atenções recaem sobre um estudo que apontou que a vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca oferece “proteção mínima” contra casos moderados a severos de Covid-19 causados pela mutação do coronavírus encontrada na África do Sul.
A notícia levou o país a suspender a aplicação da vacina. Agora, a AstraZeneca se prepara para adaptar sua vacina à nova variante.
Com críticas internas ao ritmo de vacinação, a União Europeia finalizou ontem um acordo com Pfizer e BioNTech para garantir a oferta de mais 300 milhões de doses da vacina que as farmacêuticas desenvolveram conjuntamente contra a Covid.
Já na Ásia, mercados monitoram novas diretrizes antimonopólio divulgadas no final de semana na China.
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