Cirurgião bucomaxilofacial alerta para os traumas faciais em idosos
abril 20, 2024As ocorrências de queda entre idosos são corriqueiras e podem trazer problemas sérios para a saúde. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 30% das pessoas nesta faixa etária caem ao menos uma vez por ano e do total, cerca de 25% precisam ser hospitalizadas. Entre as principais consequências da queda estão os traumas faciais, quem podem prejudicar o bem-estar e a qualidade de vida.
O cirurgião bucomaxilofacial, Dr. Mark Jon Sabey, explica que diversos estudos apontam a queda como principal causa de traumas faciais em idosos. E que essas ocorrências estão relacionadas à comorbidades corriqueiras, doenças nas articulações, osteoporose e até problemas para enxergar. “Uma simples queda, seja ela de altura baixa ou alta, pode acabar tendo como consequência traumas na face e outros tipos de lesões. Entre as áreas do rosto mais suscetíveis a fraturas estão nariz, maçãs do rosto e maxilar”, detalhou.
De acordo com o especialista, o dano que a queda causa na face do idoso depende do local atingido. Quando a região do osso zigomático é atingida, por exemplo, o canto do olho pode ficar roxo. Algumas vezes, ocorre dificuldade ao abrir a boca ou, até mesmo, uma assimetria na face, onde um lado fica mais fundo. “Pode haver também uma fratura em que o olho fica mais baixo e pessoa acaba tendo uma diplopia, visão dupla de um único objeto. Neste caso, precisamos realizar uma cirurgia para que o paciente volte a enxergar normalmente”, explicou o Dr. Mark Sabey.
Em fraturas nasais, segundo o cirurgião bucomaxilofacial, é comum que haja sangramento, uma vez que o nariz é repleto de vasos sanguíneos. O que pode provocar uma sensação de nariz entupido e dificuldade respiratória, principalmente caso haja alguma fratura que provoque um desvio suficiente para fechar uma das narinas. Neste caso, o cirurgião bucomaxilofacial explica que há indicação de operar porque vai além da questão estética. “Nos idosos, a gente deixa a estética um pouco de lado e pensa mais na parte funcional, pois não vamos colocar o paciente numa sala cirúrgica só por estética”, afirmou.
Os idosos são atingidos por uma perda óssea que vai de acordo com o avanço da idade, o que significa que, no caso da mandíbula, ela fica cada vez mais fina e, portanto, mais frágil ao trauma. “Em paciente idoso, que não tem dente nenhum, como o osso bem mais fininho, é preciso fazer um procedimento mais invasivo, colocando placas mais grossas para que ele possa manter a qualidade de vida depois da fratura”, completou.
Quando o trauma na face acontece em idosos com idades muito avançadas, é necessário que o profissional avalie o risco e o benefício, para entender se é viável operar. Por isso, para decidir o melhor tratamento, é feita uma avaliação do quadro de saúde.
Em idosos, sempre que houver uma queda, a recomendação é procurar uma unidade hospitalar. “Geralmente, nos hospitais, a primeira avaliação que é feita é a do cirurgião geral. Ele vai ver se o paciente desmaiou, verificar se houve algum traumatismo craniano, entre outros aspectos. Se houver um trauma de face, o cirurgião bucomaxilofacial é acionado”, concluiu o especialista.
Sobre o Dr. Mark Jon
Graduado em odontologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), o Dr. Mark Jon Santana Sabey é especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF) e também em Implantodontia pela Universidade Cruzeiro do Sul.
É mestre em clínica odontológica pela UFS, professor de Cirurgia Oral da Faculdade Ages e cirurgião bucomaxilofacial nos hospitais Unimed e Primavera e no Centro de Especialidades Odontológicas de Nossa Senhora do Socorro.
Também integra o Centro de Tratamento Ortofacial (CTO), onde atua em conjunto com os cirurgiões Dr. Lucas Guerzet e Dr. Breno Barbosa, na realização de diversos procedimentos, em especial, cirurgias ortognáticas e artroscopia da articulação temporomandibular (ATM).
Fonte: Assessoria de Imprensa