Campos Neto: Confirmação da meta de déficit zero foi um “marco” para expectativas de inflação
fevereiro 6, 2024A confirmação da meta fiscal de déficit zero em 2024, prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada no ano passado pelo Congresso Nacional, ajudou a ancorar expectativas do mercado e nortear decisões de política monetária, segundo o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Durante evento em São Paulo, ele mostrou dois gráficos (veja abaixo) que mostram como os agentes econômicos mudaram suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desde que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou a meta de equilíbrio fiscal ao Poder Legislativo, conforme já havia sinalizado durante as discussões do novo marco fiscal.
Em abril do ano passado, o Relatório Focus (pesquisa semanal feita pelo BC para capturar as projeções de economistas do mercado para os principais indicadores do país) apontava para uma mediana de expectativas de 4,14% para o IPCA em 2024 e 4% nos dois anos seguintes. Hoje, ela está em 3,81% e 3,50%, respectivamente.
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“Em termos de expectativas de inflação, vemos um marco que foi a confirmação da meta”, afirmou Campos Neto.
“Sempre dizíamos que era muito difícil ter uma visibilidade do que fazer em política monetária sem ter certeza de qual era a meta. Vimos, depois da confirmação da meta, [que] as inflações caíram muito”, disse.
Durante o evento, Campos Neto também chamou atenção para uma queda e estabilização da inflação implícita longa, que, segundo ele, reforça uma percepção dos agentes econômicos de estabilidade institucional − inclusive para além do seu mandato à frente do Banco Central, que encerra em dezembro deste ano.
“Curiosamente, vemos a inflação implícita longa caindo e estabilizando − então, acho que derruba também aquele argumento de que existe um risco de mudança de equipe do Banco Central. O mercado está nos dizendo que isso está mais comportado”, disse.
Comportamento da inflação
Roberto Campos Neto também fez menção à recente queda nos preços no Brasil, em linha com as expectativas de convergência dos integrantes da autoridade monetária para. Mas indicou alguma piora em dados específicos, que, na sua avaliação, não têm comprometido o comportamento geral da inflação.
“Temos uma inflação que vem caindo. Temos dito que a inflação tem sido mais ou menos de acordo com o que esperamos em termos de convergência. Os últimos números mostraram uma inflação cheia um pouco melhor. [Mas] Uma inflação, quando olhamos por dentro, marginalmente pior. Quando olhamos núcleos de serviços, ela está marginalmente pior. Tivemos um efeito grande de passagem aérea e de emplacamento [de carros novos] nesse último dado, mas continuamos entendendo que está dentro do que a gente tinha programado em termos de trajetória de inflação”, observou.
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